José
Nogueira dos Reis
Propriedade:
José Nogueira dos Reis
Direcção:
José Nogueira dos Reis
Endereço
Postal - Rua da Barreira – Edifício da Casa do Povo.
Código Postal
- 5070-411 Stª Eugénia
Telemóvel:
914234584
Telefone
do Emprego - 259646486
Publicação
- Quinzenal
Nº - 0
Série - 0
Ano - 0
Ano Cristão
- 2007
4
Editorial
José Nogueira
dos Reis Rua da Barreira – Edifício
da Casa do
Povo -
5070/411 Santa
Eugénia Alijó
Telemóvel -
937024201
E-mail: JNogueiraReis@sapo.pt
Homem Simples,
Mas Culto, Natural da Freguesia
de Santa Eugénia,
contribuiu para o avanço
desta gente,
em quase todas as áreas. Sempre
disposto a
ajudar os seus conterrâneos, teve o
azar de nascer
adiantado no tempo. Cultivou
quase todos
os meandros da cultura, desde a
Filosofia à
História, passando pela psicologia, até
à Internet.
A titulo experimental,
inicio hoje, a publicação deste pequeno boletim
informativo.
Pretendo com
isto, manter minimamente informados, todos os oriundos desta
nossa maravilhosa
freguesia.
Os temas predominantemente
aqui tratados serão:
1-O que se
passa de relevante na nossa aldeia no espaço de tempo de quinze
em quinze dias;
desde nascimentos a casamentos, passando por óbitos, até à
politica.
2-Conto também
inserir algumas noticias do nosso concelho e até distritais .
3-Incluírei
também artigos e trabalhos pessoais, bem como, temas de cultura
geral, tais
como:
5
História, filosofia,
sociologia e politica.
4-Estou também
disponível, e, muito gostaria que os nossos conterrâneos
participassem
interactivamente nesta nossa modesta publicação, enviando-me
os seus trabalhos:
A direcção
INTRODUÇÃO
EMIGRAÇÃO
Resenha
Histórica
A história
de Portugal não se faz só de emigrantes, mas também de imigrantes. Frequentemente vieram, a
pedido do Estado
para aqui desenvolverem actividades inovadoras que o país carecia, outras para suprirem a
mão-de-obra
que nele escasseava.
No período
dos descobrimentos (séculos XV-XVI), Lisboa fervilhava de estrangeiros. Algo semelhante ocorreu
no século XVIII.
Na primeira metade dos século XX, em dois momentos o país recebeu milhares de
estrangeiros,
tendo muitos aqui fixado residencial definitiva (ex.Calouste Gulbenkian) ou apenas temporária
(ex.Ortega
y Gasset). O primeiro foi nos anos trinta, durante a Guerra Civil de Espanha(1936-1939), e o
segundo durante
a 2ª. Guerra Mundial (1939-1945).
Durante a década
de 50 o número de estrangeiros residentes, manteve-se estável, oscilando à volta dos
25.000 indivíduos.
Na sua maioria residiam no país há muito tempo, ligados a importantes actividades como o
comércio do
vinho do porto, exploração mineira, etc.
Em 1960, a
maioria dos cerca de 30 mil estrangeiros eram europeus (67%) e brasileiros (22%).Entre os
primeiros destacavam-se
os espanhóis (40%).
A abertura
em relação ao exterior (1959), e o desenvolvimento económico a partir dos anos 60, traduzem-se
num aumento
dos imigrantes profissionais, nomeadamente alemães e ingleses.
No princípio
da década de 70, devido à escassez de mão-de-obra, o Estado fomenta a emigração de
trabalhadores
cabo verdianos e de outras colónias africanas. Após o 25 de Abril de 1974, com a independência
das colónias
dá-se um brusco aumento da imigração das mesmas, acentuada pelos conflitos militares que
nelas continuam
a ocorrer.
Processa-se
então uma alteração significativa na percentagem e composição da imigração. A cota da
população estrangeira
passa de 0,33% em 1960 (29.429 indivíduos) para 1,10% em 1981 (108.526). O maior
aumento ficou
a dever-se à imigração de origem africana. Em 1960 constituía 1,5% dos estrangeiros, mas em
6
1981 atingia
já os 44%.
A entrada de
Portugal na CEE. em 1 de Janeiro de 1986, provocou um natural aumento do número de
estrangeiros
ligados a actividades económicas, mas estimula também a vinda de um número crescente de
imigrantes,
não apenas dos países lusófonos, mas também de outros europeus e norte-americanos (EUA,
Canadá, etc.).
No final de
Abril de 2002, estavam registados em Portugal 389 mil imigrantes, dos quais 91 mil oriundos dos
países do Leste
europeu. Calcula-se que o número de imigrantes ilegais seja superior a 100 mil, na sua maior
parte cidadãos
da Moldávia, Ucrânia, Rússia e Roménia, mas também de países de expressão oficial
portuguesa
José Nogueira
dos Reis
Acerca do Historial
de Santa Eugénia
Sobre o historial
de Stª Eugénia, preocupo-me em nunca perder de vista os princípios
programáticos
como horizonte de referência. Daí que o texto elaborado se procure
aproximar,
quanto possível, dos referidos princípios, o que não supõe,
necessariamente
uma submissão .
Há no programa
que a mim próprio propus, pressupostos implícitos e explícitos dos
quais destaco
os seguintes:
1- O reconhecimento
da importância da origem da povoação na sua história
actual;
2- O reconhecimento
da minha preocupação primordial pelo viver da pessoa
humana;
3- O reconhecimento
da importância daquilo a que costumo chamar de
ciências auxiliares
da história, no desenvolvimento da pessoa humana;
4- A minha
proposta de uma abordagem hermenêutica, interpretativa, que
julgo facilitará,
facultará, o recurso a um significado oculto traduzível noutra
linguagem,
melhor, noutra ou noutras interpretações, buscas, melhoramentos,
novas descobertas,
etc.
A interpretação
, é precisamente, uma busca de significado e distingue-se do
conceito de
explicação que é, nas ciências a procura de causas. Ler uma obra, é
Tomá-la como
um acontecimento significativo. Fazê-la emergir na sua verdadeira
natureza e
integridade. A tarefa hermenêutica, consiste na clarificação da obra,
através do
desenrolar interno do seu significado e na relação de cada uma das
partes entre
si, como um todo e, mais amplamente, com o espírito da época.
Daí, a necessidade
de compreender a obra na sua relação com a visão do antes e
com a visão
total da época. É nesta dinâmica que consiste o circulo hermenêutico.
7
Neste meu modesto
trabalho procurei fazer um pouco disso tudo ao mesmo tempo,
isto é: Ao
mesmo tempo que consultava e lia obras de vários autores, tentando
aplicar-lhe
o atrás descrito, fazia, escrevia praticamente em simultâneo, esta
pequena obra,
tentando fornecer ao leitor, não só o contexto épocal, mas também,
quanto possível,
uma visão panorâmica da totalidade do meu pensar, em relação à
origem, desenrolar
e actualidade, da nossa mui nobre e querida «parvónia».
Que Santa Barbara
me guie nessa tarefa e guarde todos os Santa-Eugenenses de
nascimento
e ou opção. Pois, o que hoje somos, é fruto de uma «miscelânea» de
povos e culturas
que muito nos enriqueceu. É, provavelmente por isso, que nós
somos como
o mel; somos uma especiaria elaborada a partir de uma infinidade de
pólenes , sabores
e plantas.
Julgo também,
ser oportuno referir, porque se me afigura legitimo, que a leitura
das obras,
sua interpretação e comentários, só são viáveis «se o aluno for instruído
nos processos,
problemas e doutrinas históricas, psicológicas e até filosóficas, que
alimentam o
discurso do autor. Pretendo referir com isto, que a precariedade do
meu saber leva-me
muitas vezes a lacunas e ou vazios, impeditivos para mim, de
vos apresentar
um trabalho que, senão mais profícuo, com certeza, mais científico.
Peço por isso
humildemente desculpa.
Para além da
eventual resistência que um texto de história, mais ou menos difícil,
pode criar
no leitor (resistência que em mim é infinitamente alargada), há que ter
em conta que
no caso particular da história de Stª Eugénia, os textos (escritos ou
falados) que
na maior parte das vezes encontramos, achamos, encontram-se
repletos de
interpretações em que a mistura do cientifico se encontra envolvida
num emaranhado
de interpretações, dizeres, alusões, «à-partes», lendas e mitos,
em que o que
os separa é tão ténue, que ainda dificulta grandemente essa original
problemática.
Nesta óptica,
abordei o historial de Santa Eugénia, como pressuposto fundamental
para a compreensão
do essencial ao longo dos tempos. É minha convicção que
este não é
o horizonte final, o que implica a exigência de uma abordagem da nossa
história, que
englobe campos como: arqueologia, gastronomia, folclore,
antropologia
e outros, para os quais, não estou particularmente preparado,
informado,
e, muito menos, certificado.
Considerando
ao menos que eu tenha conhecimento que, pela primeira vez, há a
preocupação
de elaborar, numa visão - mais ou menos de totalidade a história de
Santa Eugénia,
foi apenas e só, minha preocupação contribuir para que outros
dispusessem
de um ponto de partida quiçá mais capazes para um trabalho mais
completo e
meritório, aguçando-lhe ao mesmo tempo, o apetite para o devorar e ou
ultrapassar.
Pois, não obstante o meu empenhamento na elaboração deste
trabalho, tenho
a convicção profunda, de que ele é susceptível de melhoramento e,
consequentemente
competirá a outros mais capazes, formados, por exemplo em
história e
ou sociologia e outros destinatários, com capacidade para tal, proporem
criticas fundamentadas
e sugestões no sentido de novas e diferentes abordagens,
novas propostas
de trabalho e novos horizontes de análise. Mais satisfeito ficaria
ainda, se fossem
até um pouco mais longe que o atrás referido, elaborando uma
nova obra de
raiz. Estarei ao dispor, para fornecer o pouco conhecimento que
8
adquiri, na
feitura deste.
Até lá, com
a graça do senhor, um muito obrigado a todos, do sempre ao vosso
dispor
José Nogueira
dos Reis.
Viva
Santa Eugénia
Visite
estes lugares deslumbrantes!
O mais deslumbrante
miradouro!!!
Capela de Santa
Barbara -Em StªEugénia
Cruzeiro, sede
da Junta e o meu Fiat-Sport.
Interior da
Igreja Matriz -1624
A talha do
Altar Mor, remonta ao sec.XVIII
Fonte Romana
- De Baixo, ou - De Mergulho
9
Cruzeiro, o
maior salão de reunião do mundo!!
Mais lugares
de visita obrigatória.
Sede do Grupo
Desportivo Cultural e Recreativo
Junto existe
o Centro de Saúde e a Creche
Casa das "Escadas
Redondas"
Doada À Junta
de Freguesia pela "Família Malheiro"
Se nos visitar
uma vez, não deixará de nos fazer
outras visitas.
Não imagina
as histórias que esta fonte podia contar!
Não perca a
oportunidade de nos fazer uma visita.
Centro Social
e Cultural - Rua da Veiga, nº10
Tem apoio domiciliário
Aqui começam
ou acabam, mas de certeza que
se abraçam,
duas sub-regiões -- pertencentes a
uma só província,
que dá pelo nome de Trás-os-
Montes e Alto
Douro.
Fontanário
Público O Espírito de calma, Paz e Amor, que paira neste
10
Um local de
encontro de
namorados
Armazém da
"Sociedade Agrícola Quinta de Santa
Eugénia"
Na troca de
culturas da cidade e do campo, existe
Lugar, merece
ser visto de várias perspectivas!
Vista parcial
da aldeia
José Nogueira
dos Reis, saúda-os.
A beleza continua.
Casa e capela
da "Família Santos Melo"
11
Santa
Eugénia encontra-se a catorze (14) quilómetros da sede de concelho para nordeste e a um e meio (1.5)
do
rio Tinhela. Localiza-se no sopé do monte de Santa Bárbara, numa zona de transição do Douro para a
região
de Trás-os-Montes e no limite da Região Demarcada do Alto Douro, segundo os limites fixados pelo
Marquês
de Pombal em meados do século XIX.
Na
época medieval, esta freguesia já era referida na documentação portuguesa. Assim aconteceu desde o
século
XII, e parece que a freguesia terá mesmo constituído uma paróquia de origem sueva ao longo do século
VI.
Uma época que representou o lançamento das primeiras sementes do cristianismo.
Segundo
a lenda, o nome desta freguesia derivou da aparição de Nossa Senhora, em tempos muito remotos,
no
monte que hoje tem o nome de "Cabeço de Santa barbara. Certo dia, nasceu neste lugar uma menina muito
linda,
a que os pais chamaram Eugénia. Esta quis dar o seu coração a Cristo, não se casando, contra a vontade
do
pai. Fugiu e quase morreu, assassinada por ele. No momento em que a execução se consumava, apareceu-lhe
Nossa
Senhora, que a salvou da morte eminente. A população, reconhecida, deu o nome de Santa Eugénia
àquela
terra.
No
foral atribuído a Alijó em 1226, por D. Sancho II, Santa Eugénia é uma das freguesias integradas no
seu
termo. Neste foral, faziam parte do concelho de Alijó as seguintes povoações:
Alijó,
granja, Presandães, Chã, Valdemir; Santa Eugénia, Casas da Serra, Carlão, Franzilhal, Safres,
Castedo
e Cotas. Valdemir e Santa Eugénia, passariam posteriormente para o concelho de Murça, pois nas
Inquisições
de D.Afonso III, em 1258, se averigou «quod homines de Mussa filiavernt tantam heriditatem de
Ligoo
quod fecerunt ibi unam que vocatur Sancta Ougeja...». D. Afonso III, ao confirmar, em 1269, com novo
foral,
o anterior passado no reinado de seu irmão, ainda inclui a aldeia de Santa Eugénia, mas
condicionalmente
- «Do et concedo insuper vobis cum isa villa de Aligoo aldeyam de Prazenães et aldeyam de
um mundo a
explorar!!
Investigue-o
antes dos outros
Venha.
Obrigado inter
nauta pela sua visita
Faça agora
como São Tomé
Venha ver para
querer.
Onde nasceu
e viveu o avô de meus filhos -Daniel e
Micaela
12
Sancta
Ogenia (...) si eas vincere per directum poteritis». A verdade é que no recenseamento de 1530, ordenado
por
D. João III, já Santa Eugénia aparece no Concelho de Murça com oito (8) famílias. E só regressaria à
posse
de Alijó com a reforma administrativa de 1853 que lhe deu a área actual .
Da
paróquia de Murça emancipam-se eclesiasticamente Pópulo (com os lugares de Caldebois, Estrada e Vale
de
Cunho), Pegarinhos ( com Castorigo e Valdemir) e Santa Eugénia, de todas uma das mais antigas.
Civilmente
foram integradas no Concelho de Alijó com a referida reforma administrativa de 1853 (?)
Eleitores
inscritos em 31 de Dezembro de 2003 - 442
Eleitores
inscritos actualmente ( ) 440
Portugal
Nome oficial - República
Portuguesa
Fundação da Nacionalidade
- 1143
Instauração da República
- 1910
Sistema Político -
democracia
Símbolos Nacionais
- Bandeira Nacional e Hino Nacional
Língua - português
(existem também duas pequenas áreas onde se falam
mirandês, derivado
do asturo-leonês, e barranquenho). O português é ainda língua
oficial noutros
sete países e é falado por mais de 200 milhões de pessoas
Sistema constitucional
- Presidente da República (eleito por sufrágio universal
cada cinco
anos), Assembleia da República (eleita por sufrágio universal cada
quatro anos),
Governo (constituído com base na eleição para a Assembleia da
República),
Tribunais (Tribunal Constitucional, Supremo Tribunal de Justiça,
tribunais superiores
especializados [Administrativo e de Contas], tribunais de
segunda instância
e tribunais de primeira instância)
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Partidos políticos
representados no parlamento - Partido Socialista, Partido
Social Democrata,
Partido Comunista Português, Partido Popular, Bloco de
Esquerda, Partido
Ecologista Os Verdes
Divisão territorial
- duas Regiões Autónomas (Açores e Madeira) e 18 distritos no
Continente
Capital - Lisboa
Área - 92 152 km2
População -10 536 milhares
(2004)
População activa -
5 523 milhares (2004)
Densidade populacional
por km2 - 114 (2004)
Religião maioritária
- Católica Romana
Moeda - Euro (dividido
em 100 cêntimos)
Produto Interno Bruto
- 135 035 milhões Euros (2004)
Produto Interno Bruto
per capita - 12 817 Euros (2004)
Clima (temperaturas
médias)
Costa e Arquipélagos
- Inverno: 12º; Verão: 21º
Interior e
zonas montanhosas: Inverno: 5º; Verão: 25º
História
A história
do Estado Português começa com a assumpção do título de Rei por D.
Afonso Henriques,
conde de Portucale, em 1143. Esta ruptura política com o Reino
de Leão é provocada
por uma aliança entre os grandes senhores a sul do Rio Minho,
com o apoio
de algumas ordens religiosas e militares. Os seus grandes centros são
Braga (a mais
antiga capital dos reinos pós-romanos e que disputava a primazia
cristã das
Espanhas com Santiago de Compostela), o Porto e Coimbra.
As primeiras
escolhas que se colocam ao reino são entre a expansão para Norte (a
Galiza, com
quem o irmana a cultura e a religião), e para Sul (com quem também o
irmana a cultura,
mas, na época, dominado pelos muçulmanos). A escolha, ditada
pela força
de Leão, acaba por ser o Sul, conquistando o primeiro Rei quase todo o
Alentejo.
14
A expansão
para Sul, com avanços e recuos geográficos, alianças e guerras com os
Estados muçulmanos
do Alentejo e Algarve, continuará a ser uma constante até
meados do século
XIII. As fronteiras actuais de Portugal Continental datam dessa
época, sendo
as mais antigas da Europa.
Os conflitos
com Leão (impedindo as tentativas de expansão para Leste) e com
Castela (quando
este Reino absorveu o de Leão) prosseguiram, interferindo os três
(e depois dois)
Estados nas políticas internas uns dos outros.
Ao mesmo tempo
criam-se alianças (através de casamentos reais) com os outros
Estados peninsulares
(que não Leão) e com países da Europa do Norte e reforça-se
o poder da
monarquia através da aliança com os burgueses dos concelhos, evitando
assim a feudalização
do País. O rei passa a governar com as cortes, onde estão
representados
os Três Estados (Clero, Nobreza e Povo).
A conquista
dos territórios do Sul faz-se através da integração das populações de
religião Islâmica
e Judaica (para além das populações cristãs que se mantinham sob
domínio muçulmano).
Ao mesmo tempo,
Portugal desenvolve-se economicamente, estabelecendo relações
comerciais
(exportando produtos mediterrânicos e marítimos) com a Europa do
Norte e com
o Magreb.
No século XIV
começam a brilhar as primeiras luzes da Idade de Ouro de Portugal.
A sua língua
separa-se do galaico-português, a sua corte ganha brilho intelectual de
dimensão europeia,
funda-se a universidade.
Portugal continua
a interferir militar e politicamente nos assuntos da Península,
sustentando
guerras com o seu vizinho castelhano, mas lutando também, em casos
específicos,
ao seu lado contra o inimigo religioso comum (o Califado de Córdova e,
posteriormente,
o Reino de Granada).
A afirmação
marítima do País, que já tinha tradição de navegação anterior à
fundação do
Estado, inicia-se então, com as primeiras viagens marítimas às
Canárias, datando
dessa época a rivalidade comercial entre Lisboa e Sevilha.
O episódio
de Inês de Castro, que foi cantado por toda a Europa durante o século
seguinte ocorreu
em meados do século XIV.
No final do
século, Portugal foi afectado pela crise social que percorreu toda a
Europa, conjugada
com uma crise política interna relacionada com a que ocorria em
Castela e na
qual Portugal interferiu fortemente, tal como Castela na portuguesa.
A crise terminou
com a vitória de um novo rei, com o reforço dos poderes dos
concelhos e
a aliança entre Portugal e a Inglaterra (a mais antiga aliança estável da
15
Europa), através
da qual ambos os países reforçaram os seus laços
comerciais
e políticos e se prestaram mutuamente apoio militar (os
ingleses enviando
corpos de arqueiros e os portugueses enviando
navios).
No século XV,
resolvida a crise e estabilizado o País, Portugal
lança-se na
expansão para Sul e para Oeste através do oceano. É
descoberto
oficialmente o arquipélago da Madeira e, depois, o dos
Açores, a um
terço do caminho entre a Europa e a (futura)
América. São
conquistadas cidades no actual Marrocos.
Ao longo de
todo o século a expansão marítima continua e ganha uma importância
económica,
política, intelectual e espiritual cada vez maior.
As viagens
sistemáticas pela orla do continente africano (mas obrigando a viagens
em mar alto
no regresso, devido ao regime de ventos) descobrem para a Europa
um novo mundo,
apenas conhecido pelas memórias dos romanos (havia mil anos
atrás) e pelos
contactos com os povos do Norte de África.
Portugal estabelece
feitorias comerciais e relações políticas com os Estados que
encontra, mantendo
com as zonas onde estes não existem contactos mais
esporádicos.
O Continente passa então a funcionar como grande placa giratória do
comércio internacional
entre a África e a Europa.
Navegadores
portugueses exploram sistematicamente toda a costa atlântica de
África e também
a sua costa índica, alcançando a almejada Índia por mar antes do
dobrar do século.
Ao mesmo tempo,
lançam-se em arrojadas, mas bem planeadas, expedições de
exploração
do Atlântico Norte e Sul, descobrindo provavelmente várias zonas da
América do
Norte e do Sul.
Na Europa,
pela acção de Portugal, abrem-se novos campos a vários tipos de
conhecimento.
No início do
Século XVI, Portugal domina os oceanos Atlântico e Índico, alcançando
também o Pacífico
Norte. As frotas portuguesas impõem a lei no Índico, disputando
a primazia,
primeiro, e vencendo, depois, as frotas turcas.
Lisboa torna-se
então o maior empório comercial do mundo, e o modo de vida de
Portugal baseia-se
no comércio pela primeira vez global.
Apesar do seu
poder naval, Portugal não tem força suficiente para sequer pensar
em aventurar-se
no domínio da América do Norte, limitando-se a expandir-se pelo
Brasil (conhecido
desde o século anterior, mas só descoberto oficialmente em 1500)
16
de forma a
proteger as suas rotas para o Índico.
A ciência produzida
em Portugal dita então leis na Europa e
é através dos
portugueses que esta conhece (para além da
fábula) a Etiópia,
a Índia, a Indochina, a China, o Tibete, as
ilhas da futura
Indonésia e o Japão.
Dois factos
vêm então marcar o começo da decadência deste
império (que,
mesmo assim, durará de 1415 a 1975),
baseado no
domínio tecnológico da navegação e da guerra
naval e em
pequenos pontos de apoio em terra: a importação da Inquisição e uma
crise dinástica
que se sucede a uma derrota militar no Norte de África, onde se
tentava talhar
um reino que compensasse o crescente poder da Espanha.
O chefe de
Estado português passa a ser Filipe II de Espanha e Portugal vê-se
envolvido nas
guerras contra a Inglaterra e os Países Baixos, naquela que foi, de
facto, a primeira
guerra mundial, com operações militares na Oceânia, no Índico,
na América
e na Europa.
Portugal perde
então o domínio de imensos portos e rotas no que viria a ser mais
tarde a Indonésia
e mares adjacentes (algumas dessas comunidades mantêm ainda
hoje traços
claros da presença portuguesa), mas consegue derrotar as pretensões
holandesas
em África e na América do Sul.
Em 1640, Portugal
recupera a sua independência da coroa de Espanha (numa
revolta contra
o que começara por ser apenas uma união dinástica e acabara sendo
uma ocupação
estrangeira), mantendo uma longa luta militar e diplomática para a
garantir e
para limitar as perdas do seu império.
No início do
século XVIII, o império marítimo do Índico, a braços com a expansão
holandesa e
inglesa e com a falta de poderio (desviado para a defesa do Continente
e do Atlântico),
soçobra lentamente, iniciando-se então o ciclo atlântico, centrado
na expansão
na América do Sul e na criação do Brasil e nos arranjos com os
ingleses, adversários
comerciais no resto do Mundo e aliados políticos na Europa,
de um modo
de convivência no Atlântico.
Apesar de tudo,
Portugal continua a ser uma das seis grandes potências europeias
e uma das quatro
grandes potências mundiais.
Portugal já
não dita leis no campo intelectual, científico e tecnológico, mas
mantém-se a
par da restante Europa.
As intervenções
na Europa destinam-se exclusivamente a garantir que a Espanha
não adquira
o poder suficiente para voltar a realizar a sua ambição de dominar
Portugal.
17
Ao contrário
do que fizera precedentemente (no Índico, onde dominou uma
estratégia
de domínio de portos comerciais e militares importantes e a
miscigenação
racial), no Brasil, em parte devido à escassez de população, Portugal
empreendeu
uma política de emigração populacional e de ocupação territorial
sistemática.
Ao mesmo tempo,
faz-se um esforço de desenvolvimento económico e de reforma
das estruturas
administrativas, que encontra alguma resistência política, que fará
essas reformas
gorarem-se no último quartel do século. Contudo, na área do
conhecimento,
Portugal continua, já não a produzir, mas a importar o que de
melhor se faz
na Europa.
O esforço de
desenvolvimento económico é limitado pela dimensão do País e pelos
acordos comerciais
com a Inglaterra, onde a revolução industrial já segue a pleno
vapor.
Uma nova guerra
europeia, derivada da revolução francesa do final do século XVIII,
virá, simultaneamente,
perturbar o crescimento económico e provocar a reforma
política.
Devido às guerras
napoleónicas, Portugal passará, por alguns anos, a ser o único
Estado europeu
a ter o seu Chefe de Estado fora da Europa, o que contribuirá
decisivamente
para a independência do Brasil, no primeiro quartel do século XIX.
Tendo sido
um dos primeiros Estados de regime absolutista, mesmo «avant la
lettre», Portugal
só mudará para um regime constitucional no segundo quartel do
século.
Este atraso,
conjugado com a destruição económica provocada pelas guerras
napoleónicas
e a perda do Brasil, provocará um longo período de instabilidade
política e
de decadência económica.
Apesar de possuir
extensos territórios em África, Portugal não dispõe de meios para
os povoar e
para defender militarmente a sua presença, num contexto em que as
grandes potências
(que Portugal já não é) se lançam numa política de ocupação
efectiva deste
continente. Ao mesmo tempo, Portugal, com excepção do Brasil, não
tem uma visão
de ocupação territorial (que lhe será imposta pelas circunstâncias
em África),
mas sim de estabelecimento de entrepostos comerciais.
Será, no entanto,
forçado, para não perder a única coisa que lhe dá estatuto
mundial, a
proceder à colonização dos territórios de Angola e Moçambique através
da ocupação
militar.
O sonho de
um novo Brasil (desta vez em África e de costa a costa, ligando Angola
e Moçambique
através de territórios regularmente atravessados, mas nunca
18
ocupados) é
impedido pelas ambições imperiais inglesas, criando o fermento para
uma nova mudança
de regime político.
O crescimento
económico continuou, mas de forma lenta, com Portugal a atrasar-se
em relação
à Europa, devido à falta de reformas nos campos relacionados com o
conhecimento.
No início do
século XX, Portugal muda de regime político instaurando uma
República.
Resultado da
crise financeira que varreu a Europa após a I Guerra Mundial e da
instabilidade
política, o regime parlamentar (I República) foi derrubado em 1926
por uma ditadura
militar.
Em 1933, este
regime deu então origem ao Estado Novo, a ditadura que governou
Portugal até
1974.
Portugal procurou
preservar a sua herança colonial contrariando a tendência dos
tempos, mantendo
uma longa guerra em três frentes que impediu o
desenvolvimento
económico, intelectual e científico.
O fim da mais
longa ditadura da história da Europa Ocidental chegou em 25 de Abril
de 1974, quando
o Movimento das Forças Armadas, reinstaurou o regime
democrático.
Um ano depois,
foi eleita, pela primeira vez por sufrágio universal, uma assembleia
constituinte,
elaborada uma constituição e, mais outro ano passado, eleita a
Assembleia
da República (parlamento) e um governo constitucional.
Após alguns
anos de instabilidade política, o regime, no começo dos anos 80,
evoluiu para
a democracia plena em que hoje os portugueses vivem. Com a
democracia
veio o desenvolvimento económico, o florescimento cultural e científico
e, cada vez
mais, a afirmação no campo das novas tecnologias.
Fechado o ciclo
do império (com a descolonização em meados da década de 70),
Portugal aderiu
à actual União Europeia, mas sem deixar de procurar manter uma
ligação estreita
quer aos outros sete países que falam português (o que levou à
criação da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), quer às comunidades
portuguesas
e descendentes de portugueses espalhadas por todo o mundo.
No presente,
Portugal é um país constituído por três espaços territoriais (as Regiões
Autónomas dos
Açores e da Madeira, no Atlântico, e o Continente, na orla atlântica
da Europa).
É hoje um país
estável social e politicamente, economicamente próspero,
19
humanamente
desenvolvido e que se afirma cada vez mais pela sua atitude e
capacidade
de diálogo e de entendimento da diferença e pela sua cultura e modo de
vida, resultado
de séculos de estreita convivência com modos de vida diferentes, a
partir do momento
em que, pela sua acção, nasceu o mundo moderno.
“Uma Visão à Antiga”
O
POVO PORTUGUÊS
Há cerca de
oito séculos, numa Península Ibérica, indiscutível unidade geofísica,
habitada por homens
voluntariosos e aguerridos, formou-se, consolidou-se e
tornou-se independente,
lutando com grandes dificuldades, mas tudo vencendo
com determinação e
tenacidade, um Povo de características muito
diferenciadas
e bem definidas.
Foi o Povo
Português.
A
BASE DO CONJUNTO PORTUGUÊS
Mais tarde,
decorridos três séculos, nos quais se confirmou a nacionalidade, esse
Povo, insatisfeito
no seu limitado espaço territorial e na ânsia de grandeza,
desinteressou-se
um pouco cautelarmente da Europa e lançou-se, através dos
mares, na descoberta
do Mundo, em aventura consciente e ponderada, afrontando
obstáculos
imensos que ultrapassou com as mesmas determinação e tenacidade.
Lançou-se na
descoberta do Mundo e descobriu-o. Desde então, adquiriu o conceito
do universalismo
e do uno, e entendeu e praticou, cada vez com maior convicção,
um princípio que Cristo
abençoaria. O princípio da aproximação entre os
homens;
do bom relacionamento entre etnias mais e menos, muito e
pouco,
desenvolvidas, até à miscigenação; da missionação católica, sem
prejuízo
da coexistência de outras religiões e crenças; e da conciliação de
culturas
e tradições, e mesmo da sua fusão.
Foi a base
da textura étnico-social do Conjunto Português.
A
PLENITUDE DO CONJUNTO PORTUGUÊS
A meio do século XX
e já bastante depois da criação, para o Mundo, de um
Brasil enorme e indiviso,
multirracial e moderno, o Conjunto Português
estabilizara
nessa maravilhosa textura étnico-social de autenticidade sempre
crescente,
cuja base se citou, e numa grandiosa estrutura pluricontinental,
compreendendo a Metrópole
Portuguesa, na Europa, as Províncias
20
Ultramarinas
Portuguesas de Cabo Verde, Guiné, S. Tomé e Princípe,
Angola
e Moçambique, em África, o Estado Português da Índia e as
Províncias Ultramarinas
Portuguesas de Macau e Timor, na Ásia. Este
Conjunto integrava
mais de vinte e cinco milhões de portugueses e abrangia mais
de dois milhões
de quilómetros quadrados. Isto, sem contar com os quase quatro
milhões de
emigrantes portugueses que, em numerosas regiões do Mundo, se
mantinham e
expandiam a maneira portuguesa de ser e de viver.
E, para além
das referidas textura étnico-social e estrutura pluricontinental, estava,
então, iminente o milagre
económico, repete-se, estava iminente o milagre
económico no Conjunto
Português. Milagre com base na economia
metropolitana,
não muito acentuada, mas factual, sólida, crescente e promissora -
crescimento
anual de mais de 7%. E já produtora de uma moeda - o escudo - sadia
e forte, invejada
e desejada em todas as praças financeiras, e já produtora de
reservas em
ouro e em divisas como nunca as havíamos tido nem viríamos, depois,
a ter. Mas
milagre com base, também e talvez principalmente, no desenvolvimento
espectacular
das duas grandes Províncias de Angola e Moçambique, cujas riquezas
imensas estavam
em fase de adiantado arranque de exploração ou já mesmo em
plena exploração
- crescimento anual de mais de 9%.
Nas pequenas
Províncias, o esforço orientara-se noutros sentidos. Por exemplo, em
Cabo Verde não havia
analfabetos, na Guiné tinham sido erradicadas as
doenças de carácter
endémico e em Timor, rodeado de muçulmanos, cerca de
80%
da população abraçara o catolicismo.
Também, no Conjunto
Português, se situavam posições geo-estratégicas de
excepção, quer em termos
nacionais quer internacionalmente. Posições sobre e
nos Atlânticos
Norte e Sul e sobre o Índico.
Ainda, em Portugal,
vigorava um regime autoritário, mas cujo autoritarismo era
uma
necessidade harmónica com os estados de guerra que
sucessivamente, e por
responsabilidade de outros, se viviam e se viveram -
Guerra de Espanha,
2ª Grande Guerra, preliminares da Guerra Ultramarina de
1961/1974 e
esta Guerra Ultramarina de 1961/1974. Porém e mesmo assim, esse
autoritarismo era limitado
e condicionado pelo Direito e pela Moral Cristã. O
regime conferia,
deste modo, a Portugal, ao Conjunto Português, a qualidade de
Estado de Direito
e, consideradas certas especificidades étnicas, religiosas e
culturais,
a qualidade de Estado de Moral Cristã.
E, muito importante,
Portugal era um País pleno de dignidade, com uma política
e uma administração
dignas, e com dirigentes e populações igualmente dignas, em
termos internos
e na sua projecção externa. Tal dignidade era conhecida e
reconhecida
pela Civilização, como o mostravam os termos das relações
internacionais
em que o País e os portugueses tinham e mantinham. Como casos
pontuais, podem
citar-se a integração e permanência de Portugal: na OTAN, a
21
partir de 1949,
data da sua fundação; na AIEA, a partir de 1957, data do início do
seu funcionamento;
e na EFTA, a partir de 1959.
Kaúlza de Arriaga
“(...)
esta doação faço, não por mando, ou persuasão de alguém, (...) e porque em
a vossa Irmandade
[Ordem do Templo] e em todas as vossas obras sou Irmão (...)
Eu o Infante
D. Afonso com minha própria mão roboro esta carta.”
Excerto da
carta de doação de Soure por
D. Afonso Henriques
aos Templários, 1129.
Este aturado
e rigoroso trabalho de investigação de Paulo Alexandre Loução vem
tornar inteligível
uma das maiores (senão a maior) lacunas da historiografia
portuguesa:
a influência
indiscutível dos templários na formação espiritual e territorial do nosso
País.
Numa linguagem
profunda mas acessível (o que torna a leitura apaixonante) este
‘octógono
temático’ tem a virtualidade de harmonizar o rigor histórico com a
tradição esotérica,
condição necessária para entrarmos no universo ‘mágico’
daqueles misteriosos
Cavaleiros do GRAAL.
As
nossas mais antigas raízes
PANOIAS
Panoias era a região hoje denominada de Vila Real. O Povoamento do local
tem
origens que remontam ao Neolítico;
Com a Romanização, Panoias continuou a ser local de culto;
"...Os vestígios arqueológicos são muitos e no caso dos rochedos sagrados
22
de Constantim de Panoias chegam a ser impressionantes. É um dos mais
surpreendentes testemunhos do nosso passado pré-histórico..."
-
Prof. JOSÉ HERMANO SARAIVA in Guia Expresso das Cidades e Vilas
Históricas
de Portugal. –
O
Santuário de Panóias (monumento durante muitos anos designado por
Fragas
de Panóias) foi construído entre os finais do século II e os inícios
do
século III d. C. É constituído por um recinto onde se encontram três
(entre
outras) grandes fragas nas quais foram talhadas várias cavidades,
de
diversos tamanhos, bem como escadas de acesso. Numa das rochas
foram
também gravadas inscrições. Esta rocha, que denominamos de n.º 1,
situada
na entrada do recinto, possui as inscrições conhecidas, e que
chegaram
até nós, embora uma delas, ainda conhecida no século passado,
tenha
sido entretanto destruída.
VILA
REAL
R E G I Ã O
"Um reino Maravilhoso"!...
"Vê-se primeiro um mar de pedra. Vagas e vagas sideradas, hirtas e hostis,
contidas na sua força desmedida pela palavra rija de um Deus de terra.
Tudo parado e mudo.
Apenas se move, se faz ouvir o coração no peito, irrequieto, a anunciar o
começo de uma grande hora. De repente, rasga o silêncio da penedia uma
voz assim:
-Para cá do Marão mandam os que cá estão!...
23
Sente-se um calafrio. A vista alarga-se de ânsia e de assombro. Que
penedo falou? Que magia se apoderou de nós?
Mas ainda os olhos interrogam as fragas, e já a voz terrosa ordena:
-Entre!
A gente entra, e já está no REINO MARAVILHOSO!"
-
MIGUEL TORGA, ed. A., Coimbra, 1950. –
Em 1289, D. Dinis concedeu-lhe foral e fundou a povoação;
"...Jardins magníficos e tesouros do passado são alguns dos atractivos do
solar mais famoso do mundo!... Você vai ficar encantado com a Casa de
Mateus. Há várias gerações que os seus orgulhosos proprietários se
dedicam a preservar a sua mágica beleza".
-
MARION KAPLAN in "A Magia da Casa de Mateus", Selecções do Readers
Digest
-
Vila
Real é a capital da província de Trás-os-Montes e uma cidade com
vários
séculos de história. Segundo se julga, terá sido habitada no
Paleolítico.
Depois, por ela passaram os celtiberos, os romanos, os
bárbaros
e os muçulmanos, sendo da época dos romanos o Santuário
rupestre
de Panóias. A região, pouco povoada, foi alvo de uma política de
povoamento
no século XII. No século XIII, D. Dinis fundou a "Pobra" de
Vila
Real de Panóias, que deu origem à cidade de hoje. Uma cidade onde se
cruzam
igrejas e conventos de várias épocas e estilos. Por ali passou o
famoso
arquitecto Nicolau Nasoni, deixando a sua obra visível na fachada
da
Igreja dos Clérigos e no solar que é um dos mais belos exemplos de
arquitectura
barroca em Portugal - a Casa de Mateus. Além deste solar,
podem-se
encontrar muitos outros nesta cidade que já chegou a ser
conhecida
como "A Corte de Trás-os-Montes".
Depois
de descobrir as potencialidades de uma cidade que é capital de uma
das
mais importantes províncias vinícolas do país, não é preciso andar
muito
em torno de Vila Real para descobrir a simplicidade de uma pequena
aldeia
chamada Vilarinho da Samardã, onde Camilo Castelo Branco passou
os
primeiros e únicos felizes anos da sua vida. Depois, uma visita a
Bisalhães
e Vilar de Nantes remete-nos para a simplicidade do barro preto
e
das mãos que lhe sabem dar diferentes formas. São já as mulheres de
Agarez
que aplicam as suas capacidades no trabalho manual do linho.
Nas
margens do Rio Corgo, um dos afluentes do Douro, a cidade de Vila
Real
ergue-se a cerca de 450 metros de altitude, numa região que revela
indícios
de ter sido habitada desde o Paleolítico. Vestígios de povoamentos
posteriores,
como o Santuário Rupestre de Panóias, denunciam com
segurança
a presença dos romanos na região, mas os tempos que se
seguiram,
durante as invasões bárbaras e sobretudo muçulmanas,
impuseram
um despovoamento gradual que só terminou com a
aproximação
do séc. XII, com a outorga em 1096 do foral de Constantim
de
Panóias, pelo Conde D. Henrique. Em 1289, por foral de D. Dinis (o
primeiro
dado por este monarca a Vila Real) é fundada a pobra de Vila Real
de
Panóias, que viria a transformar-se na cidade de hoje.
24
S É D E V I
L A R E A L
Concelho
de Alijó
A
vila de Alijó, situada a cerca de 45 quilómetros da capital do Distrito -
Vila
Real - localiza-se numa vasta área de cultura castreja. Sofreu, como
tantas
outras localidades do actual concelho, as vicissitudes resultantes da
romanização
e da ocupação mourisca.
Implantada
num eixo que terá servido de fronteira em permanentes
mutações,
dividia cristãos e árabes. Foi por estes destruída e
posteriormente
abandonada.
Só
a partir do primeiro quartel do século XII é que graças aos sucessivos
forais
outorgados por D. Sancho II, (1226), D. Afonso III (1269) e, mais
tarde,
por D. Manuel I , já no século XVI (em Julho de 1514), recomeçou o
seu
povoamento.
Serviu
de motivação para os que demandaram este concelho, além das
regalias
concedidas, o seu clima e solos extraordinariamente ricos,
particularmente
para a produção de vinho generoso, acreditado
"embaixador
português" em todo o Mundo.
No
entanto, só a partir dos séculos XII e XIII é que se assistiu a uma
ocupação
ordenada, tendo sido atraídos vários representantes da nobreza
e
da alta burguesia. Foi o caso do marquês de Távora - primeiro donatário
25
de
Alijó e seus termos, bens incorporados na Coroa após a execução dos
Távoras,
em pleno consulado pombalino.
Pelo
Concelho de Alijó, existem dispersas várias manifestações do seu
povoamento
antigo, desde castros a pinturas rupestres e a vestígios de
estradas
romanas. A própria hagio-toponímia evidencia que do século VII
ao
século XIII se manteve na área do concelho uma população laboriosa, a
qual
conseguiu sobreviver às investidas quer dos mouros quer dos cristãos
das
Astúrias.
Alijó,
cuja etimologia teria origem na existência da história Legio Spetima
Gemina,
outras teses nos indicam que o topónimo advém da palavra Ligioo,
mais
tarde Lijó, que pretenderia significar a natureza pedregosa do local
naquela
época, tem a sua monumentalidade representada pelo pelourinho,
algumas
casas solarengas e a igreja com o seu conjunto de alfaias,
objectos
de culto e várias imagens de relativo valor.
O
conjunto de arquitectura religiosa nesta vila, completa-se com as capelas
do
Senhor do Andor ou dos Passos; a capela de Nossa Senhora dos
Prazeres,
no monte da Cunha, a de Santo António, no monte do Vilarelho;
A
arquitectura civil, com excepção do pelourinho, está praticamente
circunscrita
à existência do edifício da Câmara Municipal - Paços do
Concelho
- parte do qual construído no século XVIII e outra parte no
século
XIX. O brasão que coroa este edifício encontra-se picado, feito
levado
a cabo pelos soldados franceses na Guerra Peninsular e no qual, em
vez
das armas do concelho, mandaram pintar as águias napoleónicas,
então
ainda triunfantes.
Próximo
do monumental Plátano oriental, considerado M.N., mandado
plantar
pelo visconde da Ribeira de Alijó, em 1856, fica a antiga Casa dos
Távoras;
porém, o mais importante solar que existiu nesta vila, foi sem
dúvida,
o Solar dos Viscondes de Alijó, no qual se encontra instalado
grande
parte do comércio local.
Alijó
é sede de um concelho essencialmente agrícola que se estende desde
a
margem direita do rio Douro até aos limites do Concelho de Murça e ,
ainda,
entre os rios Tinhela, Tua e Pinhão, que lhe conferem uma área
aproximada
de 300 km2 envolvendo 49 povoações, em 19 freguesias e
quase
20.000 habitantes.
São
as suas gentes, na sua maioria, rurais que contribuem para o
desenvolvimento
e riqueza do concelho, aplicando-se na dureza do
trabalho
do campo; A norte, a zona de planalto granítico e a sul o terreno
xistoso,
inclinado para o Douro, onde predomina a cultura da vinha e onde
se
produz o Vinho do Porto.
Terra
rica em manifestações etnográficas, a sua gastronomia possui um
sabor
requintado e poderoso, onde reinam o cabrito assado, o cozido à
portuguesa,
as tripas à transmontana, as carnes fumadas, a célebre bola
de
carne, e os milhos (da zona da montanha). É de salientar também o
famoso
pão de Favaios muito apreciado e procurado por toda a região. Na
doçaria,
o destaque vai para as célebres cavacas e amêndoas cobertas de
26
Santa
Eugénia, quinzinhos, pudim de amêndoa, pão-de-ló de água, bolo
borrachão
e muitos outros de reminiscência conventual.
No
campo do turismo, Alijó tem imensas propostas a oferecer aos
visitantes,
como o turismo fluvial no rio Douro; o turismo ecológico na foz
do
Tua, local privilegiado para a pesca desportiva, e uma riqueza imensa de
miradouros
e paisagens.
Tendo
Alijó tradições antiquíssimas no que respeita às feiras, festas e
romarias,
são estas também uma importante atracção turística.
Por
tudo isto e pelas suas características de uma tranquilidade e
hospitalidade
únicas, Alijó constitui sem dúvida, um dos locais mais
aprazíveis
para passar umas férias de sonho, na quietude de um cenário
quase
paradisíaco.
Texto
integral, retirado do site da Câmara Municipal de Alijó.
27
F o n t e
MERGULHO –
DE BAIXO – E OU ROMANA
Situada na
Freguesia de Santa Eugénia
Povoamento
O povoamento
do território que corresponde ao actual concelho de Murça é
bastante remoto,
sendo vários os vestígios arqueológicos que documentam a
passagem e
permanência de vários povos por esta região. Os achados mais
remotos de
ocupação deste território são uns machados de pedra lascada que
foram descobertos
no castro do Salto que devem datar de 500 000 a 100 000
anos a.C.,
do período chamado de Acheulense. No mesmo local, foi encontrado
um outro instrumento
datável já do Mesolítico. Do período do Neolítico são vários
os instrumentos
encontrados, entre eles, seis machados de xisto ardosiano, um
peso de pedra,
entre outros. Da chamada Época Megalítica, chegaram até aos
nossos dias
vários exemplares de antas, ou dólmens, bem como alguns túmulos
em forma de
um corpo jazente. Da civilização castrense, são ainda visíveis no
concelho de
Murça onze castros, o que revela a densa ocupação que foi feita
neste território.
O castro de Palheiros
é um dos mais representativos povoados castrejos deste
concelho. Localizado
no centro de um maciço rochoso, a Sudeste da freguesia de
Palheiros, integra
uma área arqueológica superior a 2,5 hectares. A sua origem
28
remonta ao
terceiro milénio a. C, altura em que pequenas comunidades agropastoris
se terão instalado
no morro. Por volta do século IV a. C terá sido criada
uma nova aldeia
que posteriormente foi protegida com muralhas. Em finais do
século III
a.C. chegaram à península Ibérica os romanos, adoptando um
complexo plano
de colonização.
No concelho
de Murça é bem visível a romanização do castro do Cadaval, onde
foram encontrados
vários vestígios da permanência deste povo. Também a
Nascente da freguesia
de Fiolhoso foram encontradas duas ânforas de moedas
romanas.
Um outro importante
vestígio é a via construída entre Astorga e a foz do rio
Douro, passando
pelo actual concelho de Murça a qual se ramifica depois sobre o
rio Tinhela, indo um
ramo para Braga, pelo planalto de Jales e outro para o vale
do rio Douro.
Em finais do século IV, e sobretudo em inícios do século seguinte,
a Península
Ibérica é novamente invadida, desta feita pelos germanos que se
celebrizaram
pela violência com que dominavam outros povos e se apoderavam
das suas riquezas.
Militarmente mais fortes, mas culturalmente menos evoluídos,
os bárbaros
deixaram-se dominar pela cultura hispano-romana. Em 448, os
suevos, que
tinham fundado um reino independente a noroeste da península,
com capital
em Bracara convertem-se ao cristianismo. É durante o seu domínio
que é fundada na diocese
de Braga a vasta paróquia rural de Panoias, a ela
pertencendo
o território que mais tarde irá formar a terra de Panóias e onde
estava incluído
o actual município de Murça. Na segunda metade do século VII,
os visigodos
entram em decadência devido às contínuas divisões políticas e
religiosas.
Aproveitando a oportunidade, os mulçumanos invadem e ocupam a
paróquia de
Panóias. A primeira reconquista de Panóias coube a D. Afonso I das
Astúrias que em 753
toma Chaves, Braga, Viseu, Águeda e Panoias. No
entanto, sem
meios para defender os territórios recém-conquistados, D. Afonso I
acaba por destruir
32 cidades e fortalezas, na chamada táctica de destruição e
despovoamento,
como consequência, a bacia do rio Douro fica num grande
estado de despovoamento.
Em 878, D. Afonso III
de Leão, conquista novamente Chaves, Panoias, Lamego
e Viseu que
entretanto haviam caído no poder dos muçulmanos, tornando-se o
Douro a fronteira
meridional do reino astur-leonês. Mais tarde, essa fronteira é
alargada, com
Fernando Magno até ao Mondego.
O principal
vestígio do domínio muçulmano no concelho de Murça é o próprio
topónimo. Segundo
alguns autores, Muça (nome medieval que deu origem a
Murça) deriva
de Muçaun, nome dos berberes do Norte de África que ainda antes
da invasão
de 711 visitaram a Hispânia. Uma outra hipótese, é o topónimo
derivar do
nome pessoal "Muça", muito usado entre os semitas e principalmente
entre os árabes.
Assim sendo, o nome foi aplicado ao povoado para perpetuar o
nome de um
mouro ou cristão arabizado.
29
Uma das referências
escritas mais antigas relativas a Murça diz respeito à
famosa lenda
da Porca de Murça, que recua ao ano 753; de acordo com a
mesma, a população
de Murça era arrasada por uma grande quantidade de
javalis e ursos,
razão pela qual os senhores da terra, com o auxílio do povo,
resolveram
fazer montarias com o objectivo de os extinguir ou afugentar. Entre a
enorme quantidade
de animais selvagens, havia uma porca ou uma ursa que era
o terror das
populações, pela sua grande corpulência, ferocidade e matreirice;
todavia, alguns
anos mais tarde, o senhor de Murça, depois de muita
persistência,
conseguiu matar o animal e, para perpetuar e honrar tal façanha,
construiu-se
a estátua da Porca de Murça, junto da qual os habitantes, como
acto de agradecimento
ao senhor pelo seu feito, pagavam um foro de três
arráteis de
cera. No entanto, a origem da estátua parece ser outra. Santos Júnior
reconhece que
as estátuas zoomórficas do estilo da Porca de Murça são de difícil
explicação
mas que tudo leva a crer que tenham origem numa civilização
castreja, por
altura da invasão dos celtas. Sobre o seu significado, os autores
divergem. As
estátuas zoomórficas são geralmente ídolos que os povos
adoravam, monumentos
lavrados para colocar ao pé dos sepulcros e por vezes
lembranças
feitas em cumprimento de um voto. Estas estátuas seriam então
manifestações
de um velho culto castrejo que adorava animais como deuses
protectores
com a finalidade de afastar calamidades, roubos, doenças e outros
malefícios.
Aquando das
Inquirições de 1220, Murça beneficiava já de um foro bem definido
que teria sido
estabelecido através de uma "carta". No entanto, segundo uma
carta de sentença
de D. Dinis, escrita em 1303, a primeira carta oficial de foro do
concelho de
Murça foi passada em 1224 por D. Sancho II. Segundo a carta foral,
era dever dos
habitantes de Murça: pagar ao rei o seu foro; ir ao mandado do
mordomo desde
Murça até S. Lourenço do Pinhão, Santa Maria de Jales, Ledra e
Abreiro; ir
à entroviscada quando o rei visitasse o concelho; guardar o castelo de
Noura, em tempo de
Guerra; ir em apelido até ao ponto em que pudessem
regressar a
suas casas no mesmo dia; dar ao prestameiro e ao mordomo um dia
de vida (imposto
dedicado à sustentação do rei ou dos seus funcionários) quando
eles andassem
no serviço de recolha dos tributos; fornecer dois mordomos de
assembleia
municipal os quais deveriam pagar no fim, um maravedi cada um;
pagar a taxa
da caça que apanhassem no madeiro ou na corda uma das mãos do
urso, uma espádua
do porco montês, uma perna com o lombo do veado; pagar a
multa da voz
e coima caso praticassem algum crime.
Para resolver
os problemas da comunidade, Murça tinha um órgão próprio, sendo
que a iniciativa
da sua criação deveria ter estado na própria comunidade local. A
carta de concelho
passada por D. Sancho terá reconhecido oficialmente essa
organização
autárquica, tendo sido confirmado por D. Afonso II a 10 de Janeiro
de 1268. Outros
forais lhe foram concedidos, a 18 de Abril de 1304 e a 9 de Maio
de 1512 por
D. Dinis e D. Manuel respectivamente.
30
O julgado de
Murça é doado entre 1279 e 1283 por D. Dinis, a Mem Rodrigues,
no entanto,
a 6 de Dezembro de 1283 o mesmo monarca retira-lhe esse
território. A 23 de
Maio de 1360, D. Pedro estando em cortes em Elvas doa, a
requerimento
do príncipe herdeiro D. Fernando, os julgados de Murça e Jales ao
Infante D.
Dinis e em 1377, D. Fernando faz doação dos bens do Infante D. Dinis
à Princesa
D. Beatriz, herdeira do trono. Dada a extensão dos bens concedidos e
a idade da
princesa, o monarca nomeia dois curadores que administrassem os
bens em nome
dela. Tanto Murça como Jales eram, por essa altura,
administrativamente
dois concelhos e judicialmente dois julgados, gozando
ambos de autonomia
administrativa, estando sujeitos apenas às autoridades
hierárquicas
de Panóias.
A 12 de Dezembro de
1369, a pedido da assembleia municipal de Vila Real, D.
Fernando integrou os
julgados de Gouvães, Favaios, Alijó, Paredes (lugar da
freguesia de Soutelo),
Murça, Jales, Tresminas e Lamas de Orelhão no
termo de Vila
Real. Esta decisão iria trazer consequências graves para a
autonomia dos
Julgados de Murça e de Jales que ficaram sem órgãos autárquicos
próprios e
por conseguinte sem autoridade. A partir de então apenas o concelho
de Vila Real
poderia constituir delegados. D. João I doa Murça a Gonçalves
Vasques Guedes,
por serviços por ele praticados ao longo da crise dinástica de
1383-85. Segundo
a carta que a documentou, D. João doou-lhe quatro vilas
(Murça, Brunhais, Água
Revés e Castro e Torre de D. Chama), com os
respectivos
termos que passaram a constituir um morgado. Esta doação foi de
efeito imediato,
perpétua e hereditária. O hereditário recebeu da coroa tudo
quanto ela
possuía nessas terras, ficando para o soberano a correição e a justiça
maior, ou alçada.
A transmissão da herança fez-se conforme a Lei Mental,
requerendo
sempre a confirmação do rei a qual deveria acontecer igualmente
todas as vezes
que subia ao trono um novo monarca. Quando o donatário não
teve filhos
legítimos, houve que requerer primeiro a sua legitimação; e quando
não houve qualquer
descendente os bens doados caíram na posse da coroa que
os tornou a
doar por nova mercê. A partir do século XVI, os direitos dos
donatários
foram aumentados em 1544, D. João III concedeu-lhe o direito de
apresentar
os tabeliães do público e do cível e ainda o de receber o seu apelo;
em 1646, D.
João IV outorgou-lhe o ofício de meirinho.
Ao passarem
a carta de doação ou de confirmação de doação, os reis
mencionaram
sempre os motivos das suas mercês, delimitando à partida o prazo
da sua duração.
Esta que a princípio era perpétua, passou a partir de certa altura
a ser efectuada
por uma vida. O senhorio dos Guedes prolongou-se até 1790,
ano em que
por carta de lei de 19 de Julho, o poder judicial dos senhores foi
reduzido.
Por alvará
de 7 de Janeiro de 1792, a Rainha D. Maria I fez passar o concelho de
Murça para
a comarca de Vila Real. quatro anos depois, a mesma soberana
31
procurou reformar
a divisão administrativa transmontana, pelo que para aí
enviou o juiz
Columbano Pinto Ribeiro de Castro que propôs a dissolução do
concelho de Alfarela
de Jales e a sua integração no de Murça. Com a reforma
administrativa de 1832,
Murça passa a pertencer à província de Trás-os-
Montes e à comarca
de Vila Real. Três anos mais tarde, desaparecem as
províncias
e as comarcas administrativas, dando lugar aos distritos, sendo o
município de Murça
incluído no distrito de Vila Real.
Sob o ponto
de vista judicial, após a organização de 1832-1835 Murça passa a
julgado, com
dez freguesias judiciais, sendo integrada na comarca de Alijó. A
grande alteração
dos limites concelhios dá-se a 31 de Dezembro de 1853 que
dissolve 11
municípios da comarca administrativa de Vila Real. Através desse
decreto, o concelho
de Murça recebe as freguesias de Carva e de Vilares do
concelho de Alfarela
de Jales que é extinto; perde as freguesias de Pegarinhos,
Pópulo e Santa Eugénia,
a favor de Alijó, passando a ser então constituído
pelas freguesias de
Candedo, Carva, Fiolhoso, Murça, Noura, Palheiros,
Sobreira, Valongo dos
Milhais e Vilares. Em 1891 é criada a comarca judicial
de Murça que
é dessa forma desanexada de Alijó. Por decreto de 26 de Setembro
de 1895 as
fronteiras concelhias são novamente alteradas: as freguesias de
Curros, Jou e
Vales são desanexadas do concelho de Valpaços e incorporadas
no de Murça
e por decreto de 13 de Janeiro de 1898 as freguesias de Curros e
Vales regressam
ao município de Valpaços, sendo que Jou permanece no de
Murça. Em 1927
a comarca de Murça é de novo anexada à comarca de Alijó,
voltando a
ser instaurada em 1964.
No respeitante
à organização eclesiástica, a paróquia de Santiago de Murça
pertencia ao
arcediago de Panoias e à diocese primaz de Braga. Quanto à data
de instituição
da paróquia, esta é desconhecida, supondo-se que terá sido por
volta do século
XI, tendo nascido do desmembramento da velha paróquia rural
de Panoias,
tendo sido construída a igreja paroquial de Santiago, pelos
paroquianos
a quem era devido o direito de padroado. Este direito, implicava três
privilégios:
apresentar o abade a ser nomeado pelo bispo, gozar de certas
distinções
honoríficas e reservar parte das rendas do benefício. Entre 1220 e
1258 o padroado
passou para o rei, o mesmo se passando com a maioria das
igrejas de
Panóias. À data de foral de 1224, a igreja de Santiago de Murça tinha
uma sufragânea
que se pensa ser a igreja de Santa Maria de Noura. Por carta de
9 de Abril
de 1318 D. Dinis fez dela doação ao Mosteiro de Santa Clara de Vila do
Conde, vindo
a passar à coroa no reinado de D. Afonso IV. A 3 de Novembro de
1380, D. Fernando
apresentou nela o mestre Gil que, além de clérigo, era
também seu
médico. Este monarca concedeu-lhe a 5 de Fevereiro de 1382 o
privilégio
de que nem os funcionários reais nem outra pessoa pudesse pousar na
dita igreja.
Falecido o mestre Gil, D. João, a 7 de Maio de 1394 apresentou em
seu lugar,
Fernão Vasques. Em 1528 o padroado da Igreja de Santiago de Murça
pertencia à Colegiada
de Santa Maria da Oliveira, de Guimarães, na qual se
32
manteve até 1832. Em
1882 Murça passa para a Diocese de Lamego onde
permanece até
20 de Abril de 1922, ano em que transita para a recém-criada
diocese de
Vila Real.
José
Nogueira dos Reis
33
VINHO DE SANTA
EUGÉNIA
Vista da Capela
de Santa Bárbara
34
"Visite Santa
Eugénia"
Rua da Barreira,
n.º12 - 5070/411 Santa Eugénia
História de
Santa Eugénia
35
Falar
de Santa Eugénia
Bate por Ti
Falar de Santa
Eugénia, é deixarmo-nos envolver por um certo transe,
deslizando
a tinta ao sabor daquilo que nos ocorre no pensamento, é
sentirmo-nos
num espaço tão ínfimo, mas tão grande, tão nobre, que todas as
palavras que
se possam utilizar, é apenas um pouco daquilo que sentimos
36
desta maravilhosa
terra.
Freguesia com
profundas raízes históricas, materializadas no belíssimo
património
cultural e na memória colectiva das suas gentes.
São múltiplas
as potencialidade turísticas: a beleza natural das suas serras, as
aprazíveis
paisagens, o rio «Tinhela», a gastronomia e o património
arqueológico,
construído, etnográfico e artístico, constituem a identidade
natural e cultural
desta belíssima aldeia.
Orgulhamo-nos
pois de expor e tornar acessível a todos, através desta nova
forma de comunicar,
os traços gerais que caracterizam esta terra
«Transmontana».
Quem nos visita pela primeira vez, dificilmente escapa ao
desejo de visitar
novamente este lugar deslumbrante.
Autor
José
Nogueira dos Reis
Tempos
longínquos
Foi por volta
do século III a.C. que o fenómeno da romanização se fez sentir no ocidente
peninsular,
atraídos pelas riquezas naturais. O actual território nacional foi ocupado depois
de sangrentas
lutas travadas com os povos indígenas (tribos celtas pertencentes à grande
família dos
lusitanos).
A permanência
romana não foi inócua nem desguarnecida de sentido de oportunidade.
Assim, por
questões militares (defesa) e económicas, organizavam política e
administrativamente
todo o espaço físico conquistado e sob o seu domínio, por forma a
haver um melhor
controlo do território ocupado. Contudo a consolidação das políticas
colonizadoras
passavam também pela estratégia de criação de infra-estruturas que
assegurassem
toda a operacionalidade de circulação de mercadorias, pessoas, exércitos,
37
ideias, etc..
A sua presença
deixou, embora de modo desigual, marcas materiais bem visíveis em todo o
país. É neste
campo que a freguesia de Santa Eugénia mostra vestígios de uma ocupação
peculiar.
Autor:
José Nogueira
dos Reis
.Património
Arqueológico
Santa Eugénia,
conserva um vasto conjunto de monumentos e sítios arqueológicos
autênticos
que preservam
e perpetuam a memória ancestral de outras ocupações humanas com
estádios
de desenvolvimento
cultural, social, económico e religiosos muito próprios dessas civilização
em épocas distintas,
em que o legado cultural por elas deixado, que o tempo e a
modernidade
não conseguiu
apagar, faz a história da freguesia nos tempos mais longínquos, desde a
Pré-história
à Idade Média.
.A
Origem da Povoação
38
A ocupação
humana do território onde hoje é o lugar de Santa Eugénia,
remonta aos
tempos da mais longínqua pré-história, conforme o mostram
inúmeros achados
arqueológicos nas redondezas, que nos dão o
testemunho
de indústrias líticas (paleolíticas e neolíticas) implantadas na
região.
Um dos centros
arqueológicos da Freguesia, onde existem : uma fonte
Romana,«Fonte
de Mergulho», a «Laje do Concelho», a «Igreja matriz»,
um «Cruzeiro»,
um «Chafariz» e
«Casas Brasonadas»,
é o centro da aldeia.
Achados
Arqueológicos
Várias são
as moedas romanas achadas em diversos locais das redondezas
pertencentes
actualmente ao concelho Alijó, encontraram-se algumas com
legendas tais
como "NERVS CLAVDIVS AVGVSTVS" ou ainda
"VESPASIANVS
AVGVSTVS", ambas referências a nomes de imperadores
romanos do
séc. I.
Outro centro
arqueológico é as Grutas Rupestres, na freguesia de Carlão,
limítrofe de
Santa Eugénia.
Aqui segundo
se conta uma pintura Rupestre foi destruída
39
aquando da
busca de Volfrâmio (contou-mo variadíssimas vezes,
Francisco
Henrique, Francisco Henrique Novo e Artur Coelho dos
Reis. Prova-o
também o seu culto de origem sueva. Da época
Romana existe,
em pleno estado de conservação, uma «Fonte de
Mergulho»,
aqui denominada «Fonte de Baixo».
Santa Eugénia,
situa-se a cerca de 15km. de uma das saídas da I.P.4-Pópulo.
Tem a área
Aproximada de: 779 ha (7.79km2)
As Freguesias
limítrofes são: A Norte - Pegarinhos; A Sul - Carlão; A Este -
Candedo (esta
do concelho de Murça); A Oeste - Casas da Serra (lugar da
freguesia
de Carlão)
Do total da
Área referida, aproximadamente 480 ha, são de monocultura intensiva, a saber:
Vinha, cuja
produção se destina ao fabrico de "Vinho do Porto" e, o não beneficiado a
"Vinho de Mesa".
Estão também
preenchidos com olival tradicional, aproximadamente 100 ha.
Orago: Santa
Eugénia
Topónimo:
Eugénia, de origem grega, significa Bem Vinda, Bem Aparecida, de
Boa Linhagem.
Marca
de tempos remotos, estão, bem patentes, na
«Laje
do Concelho»
Laje
do Concelho
Concelho
- substantivo masculino.
Significa:
Circunscrição administrativa;
40
Subdivisão
de Distrito;
Município.
Latim –
conciliu.
Significa – Assembleia.
É precisamente
da acepção Latina, que esta «Laje do
Concelho»,
herdou o nome. Era o local onde os «vizinhos»
(antigo nome
dado aos habitantes bons), se reuniam em
assembleia,
quer para eleger os seus dignos representantes
junto de
entidades hierarquicamente superiores (exemplo:
Nos órgãos
concelhios), quer para resolver problemas
respeitantes
a si próprios e/ou à localidade. Servia também
de «Tribunal
Moral», isto é:
Ali eram
publicamente denunciados os maus actos e seus
praticantes.
O malfeitor, ou se emendava, ou era
simplesmente
arredado do mais simples convívio com os
vizinhos.
Por sorte
do destino, tinha esta «LAjE do Concelho» uma
outra função.
Era precisamente o local de marcação limite,
da altitude
máxima permitida pelo Marquês de Pombal, para
autorização
de «benefício».
Esta mesma
«Laje do Concelho», situa-se precisamente num
dos extremos
- início - da rua Marquês de Pombal.
Coincidência
ou propósito desta estranha relação, entre a
«LAjE do
Concelho» (um pouco abaixo dos 500 metros de
altitude)
e a rua «Marquês» de Pombal (autor da marcação
da mais antiga
região demarcada), com toda a modéstia, não
41
o sei. Acho
apenas uma coincidência demasiado coincidente.
Vou, para
um melhor entendimento deste sítio, fazer uma
retrospectiva
histórica, de uma forma sucinta;
Pelouro –
D.João I, por carta Régia de 13 de Junho de 1391,
descreve
as grandes tropelias que as eleições para os
concelhos
provocavam “Grandes Sayoarias e rogos”, através
das quais
só se criavam grandes ódios entre os «vizinhos».
Na dita carta
Régia determinava-se o 1º recenseamento
eleitoral
que Portugal teve. Nele se mandava que os oficiais
do governo
fizessem «róis». (...) o nome era escrito num
papel separado
e metido numa bola de cera, chamada
pelouro –
daí o nome dos actuais pelouros das vereações –
eram estes,
por sua vez, metidos numas caixas a que hoje
damos o nome
de urnas e então se chamavam «capelos».
Mas as queixas
de fraudes eleitorais continuaram, pois, tem-se
conhecimento
de que esse problema foi posto também nas
cortes de
Évora de 1451.Outras dificuldades atravessou o
processo
de eleição dos «edis», e não menor foi a de em
certos concelhos
haver tantos indivíduos com privilégios
religiosos
ou dados pelo rei, que por eles se esquivavam os
cargos para
que eram eleitos. Estou absolutamente
convencido,
de que estas fraudes e problemas, sempre se
mantiveram,
mas, também, a necessidade dos «vizinhos» de
beneficiar
de um executivo local, que compreende os
problemas
da terra e dos homens do respectivo concelho.
Então, os
caciques, ontem como hoje, procuram eternizar-se
no poder.
Uma das formas mais antigas de o fazer, era e é,
amedrontar
os mais necessitados. Para tal, é absolutamente
necessário,
exercer algum modo de pressão e/ou controle. A
fórmula aqui
encontrada (e não só aqui), era dar-lhe uma
aparência
«séria», fazendo eleições para escolha «livre?»,
pelo menos
na aparência, mas de dedo no ar!!!. Porque
assim, as
pessoas de condição social inferior, com medo de
represálias
futuras, elegiam quem os mais privilegiados
queriam.
Essas eleições, eram realizadas na LAJE DO
CONCELHO.
42
Celebridades
Figuras
Ilustres, pré-25/4/1974:
José
Cunha Cardoso
Manuel
José Guerra Santos Melo
Responsável
por: Luz eléctrica; Água Pública; Casa do Povo;
Reparação
da Capela de Santa Barbara, Igreja Matriz, Cemitério,
Escolas.
Para além da água ser explorada numa sua propriedade,
ainda
hoje, quando existe escassez de água, a sua família põe uma
torneira
de água a correr para toda a povoação.
Professor Doutor
Ernesto Morais
Natural de
Pegarinhos, abraçou a Freguesia de Santa Eugénia por
matrimónio
e adopção. Era em Santa Eugénia que passava as suas
férias e, onde
passeava as suas «quintas».
Director do
Hospital de São João – Porto - , Professor Universitário,
grande Investigador
e enorme Cientista.
Ajudou muitos
concidadãos – de Santa Eugénia e de Pegarinhos - ,
visitando-os,
a terem tratamento de Excelência no Hospital onde Sua
Senhoria o
Senhor Professor Doutor era Director.
Bem haja e
que Deus lhe escancare – abra – as portas do paraíso.
Pós
25/4/1974:
43
Doutor
António Alves Martinho
Deputado
na Assembleia da República, em dois mandatos
consecutivos.
Grande defensor do «Douro» e principalmente dos
durienses.
Conhecedor das dificuldades destas terras, nunca se
escusou
a esforços, quer na defesa da melhoria das condições
socio-económicas,
quer na defesa dos seus mais elementares
direitos.
Enquanto deputado na Assembleia da República, fez
várias
visitas de trabalho à Casa do Douro, bateu-se
galhardamente
pela sua recuperação económica e pela
recuperação
da linha de orientação da sua origem, que era a
defesa
intransigente dos lavradores do douro, seus associados. Foi
sempre
defensor de uma forte representatividade dos pequenos e
médios
produtores do douro, nas instituições oficiais, e/ou
representantes
da «região». Na continuidade desta orientação de
defesa,
que sua Ex.ª, o senhor Doutor Martinho perfilhou, fez parte
44
da
Direcção da Adega Cooperativa de Alijó.
Uma
das suas paixões - ou não fosse ele uma figura de
elevadíssima
vontade de igualdade de oportunidades, melhoria do
factor
social, acesso de todos à educação e à saúde - era o
associativismo,
como forma aglutinadora do reunir das gentes, do
reflectir,
do ensinar, do aprender, do divertimento sadio, do
desenvolvimento
harmonioso da pessoa humana e da maturidade
democrática
adquirida na mais pura convivência. Assim sendo,
pode
dizer-se sem receio de qualquer espécie de inverdade, que a
ele
se deve, a sede do «Grupo Desportivo Cultural e Recreativo de
Santa
Eugénia. Obra que orgulha todos os concidadãos desta terra,
da
qual ele foi co-fundador e Presidente vários anos. Foi
Presidente
e sócio-fundador da Associação dos Amigos do Museu
do
Douro e é o actual Governador Civil do Distrito de Vila Real.
Actualmente
– 23/10/2010 – é o Presidente do Turismo do Douro.
DOUTOR ANTÓNIO
ALVES MARTINHO
GOVERNADOR
CIVIL DO DISTRITO DE VILA REAL
A CAPITAL DO
DISTRITO – VILA REAL -
45
ENCONTRA-SE
SITUADA A APROXIMADAMENTE QUATROCENTOS E CINQUENTA
(450) METROS
DE ALTITUDE – ALTITUDE SENSIVELMENTE SEMELHANTE Á DA
FREGUESIA QUE
O VIU NASCER, SANTA EUGÉNIA - , SOBRE A MARGEM DIREITA
DO RIO CORGO,
AFLUENTE DO RIO DOURO. LOCALIZA-SE NUM PLANALTO QUE
TEM EM REDOR
MONTANHAS DE ALTITUDE ACENTUADA, A SABER, SERRA DO
MARÃO E SERRA
DO ALVÃO. O CONCELHO MANTÉM CARACTERÍSTICAS AGRÍCOLAS
BEM MARCADAS.
A PAISAGEM
É COMPOSTA POR TRÊS (3) ZONAS FUNDAMENTAIS, A SABER:
1 – A
ZONA FÉRTIL DA CAMPEÃ.
2 – A
ZONA MONTANHOSA OU ZONA DAS SERRAS.
3 – A
SITUADA A SUL, COM CULTURAS DURIENSES, EM QUE A PRESENÇA DO RIO
DOURO JÁ SE
FAZ SENTIR DE FORMA NOTÓRIA, QUER NAS CULTURAS, QUER NO
CLIMA.
A CIDADE CAPITAL
DE DISTRITO, É BANHADA POR DOIS (2), O CORGO E O
SABOR.
SUA SENHORIA
O SENHOR DOUTOR ANTÓNIO MARTINHO, TOMOU POSSE NO DIA
05/04/2005,
EM LISBOA E, A CERIMÓNIA DE APRESENTAÇÃO NA SEDE DO
GOVERNO CIVIL,
ACONTECEU ACOMPANHADA DE UMA SINGULAR CERIMÓNIA DE
APRESENTAÇÃO,
A 08 DO MESMO MÊS.
AS COMPETÊNCIAS
QUE A LEGISLAÇÃO OFERECE AOS SENHORES GOVERNADORES
CIVIS, É, FUNDAMENTALMENTE:
1 – REPRESENTAÇÃO
DO GOVERNO DA REPÚBLICA;
2 – NA
SEGURANÇA PÚBLICA;
46
3 – NA
PROTECÇÃO CIVIL
SEGUNDO AS
PALAVRAS DIRIGIDAS AOS PARTICIPANTES NA CERIMÓNIA DE
APRESENTAÇÃO
– ACONTECIDA DO EDIFÍCIO DO GOVERNO CIVIL, A 08/04/2005 -
, BEM COMO
DIVULGADA PELOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL, O SENHOR
DOUTOR EXPLANOU
A SUA PRÓPRIA INTERPRETAÇÃO DAQUELES PODERES OU
COMPETÊNCIAS,
COLOCANDO EM DESTAQUE ALGUNS PONTOS. PODE-SE INFERIR
QUE PARA SUA
SENHORIA, A SEGURANÇA E O BEM-ESTAR DOS CIDADÃOS SÃO
VALORES DE
ENORMÍSSIMA IMPORTÂNCIA, MARCADOS PELAS EXIGÊNCIAS QUE O
DIA A DIA ACARRETA.
O SENHOR DOUTOR
MARTINHO, É DEFENSOR DA CHAMADA SOLUÇÃO QUATRO
(4), AFIRMANDO
JÁ POR VARIAS VEZES, QUE É A SOLUÇÃO QUE MELHOR
DEFENDE OS
INTERESSES DA REGIÃO E DOS CIDADÃOS.
POR: JOSÉ NOGUEIRA
DOS REIS
47
Professor
Manuel Adérito Figueira
48
Vice-Presidente
e Vereador do Pelouro de Obras na Câmara
Municipal
de Alijó. Dotado de uma capacidade de trabalho em prol
do
bem público, fora do comum, defensor da cultura popular, suas
tradições
e festas, respeitador dos seus mitos e ritos, a ele se
deve,
entre muitas outras coisas, a continuidade da «NOSSA
FESTA».
Foi também Presidente da Assembleia-geral do Grupo
Desportivo.
Sem
prejuízo das outras terras, tem contribuído enquanto
Vereador
do Pelouro das Obras da C.M. de Alijó, para o
desenvolvimento
do património edificado e do bem-estar dos
habitantes
desta freguesia. A ele se deve – em grande parte – a
continuidade
da existência do Centro Social.
O AUTOR DESTE
SITE
José
Nogueira dos Reis
49
Tem
contribuído para o desenvolvimento cultural das gentes desta freguesia – desde os
jovens,
aos adultos – homem de um só carácter, de um só ser,
fosse
qual fosse a fase da vida por que estivesse a passar. Foi
fundador
e Co – fundador de todas as associações culturais, de
solidariedade,
associativas, desportivas e/ou recreativas.
Refundou
o teatro, deu educação a adultos, foi promotor cultural,
fundador
(nesta freguesia) do partido socialista, tendo contudo,
sempre
presente o desenvolvimento, independência e afirmação
destas
gentes. Homem de uma simplicidade fora do comum,
aparecia
e desaparecia, quase sem se dar por ele!!. Pessoa sempre
pronta
a compartilhar o seu conhecimento, nunca se esquivou a
dar
uma boa e útil informação, a procurar ele próprio informar-se
para
informar. Fruto do seu avanço, quer para a época, quer em
relação
aos seus conterrâneos, trilhou caminhos amargos, que só a
ele
prejudicaram, mas, que lhe serviram de ensinamento para
segurar
a queda de outros. Julgo mesmo, que o seu maior inimigo,
foi
o seu avanço. Para se saber um pouco mais de este «SENHOR»,
VISITEM-SE
OS SEUS SITES:
http://zereis.tripod.com/
; http://nogueirareis.tripod.com/alijo/
(Aqui encontrarão
hiperligações para outros)
José dos Santos
Varela e D. Alice Vilela
São
para mim figuras únicas e ímpares. Nascidos há quase um
século,
tiveram o amor e inteligência suficientes para mandar
Formar
os seus quatro (4) filhos . Estes, por sua vez, prestaram
a
melhor vassalagem possível aos seus amados pais; como?
Sendo
todos detentores de uma cultura e Q.I. muito acima da
média,
e, tão ou mais digno do que isso, sendo todos possuidores
de
um espírito de solidariedade pouco comum, nos tempos que
decorrem.
Dona
Teresa Varela e Dona Ester Varela
Ambas
professoras primárias, são inovadoras na forma de
ensinar
as crianças, deixando para trás tempos de outras
«Donas».
Foram mesmo pioneiras de uma forma de ensinar (e
eu
fui seu aluno) justa, profissional e mesmo democrática.
Parabéns.
Pessoalmente, sempre que os meus professores de
50
ciclo
ou liceu, me diziam: Bem-aventurado o seu professor (a)da
Escola
primária, ou parabéns ao professor (a)que teve na
primária,
eu respondia: Grato estou à minha professora de
Admissão;
Parabéns, dou, por tudo quanto me ensinou e por
nunca
se esquivar ao trabalho de me preparar, quer para o
ensino,
quer para a vida, à Exmª Dona Ester Varela, minha
professora
de Admissão, que julgo ter aprendido com ela em
quatro
meses, mais que muitos, e eu próprio, com outros
professores,
em quatro anos. Eu não tive a sorte de conhecer tão
profundamente
a irmã - Dona Teresa Varela - mas, cresci e nasci
na
mesma aldeia que a viu nascer, fui seu vizinho e hóspede da
sua
SANTA SOGRA, e, julgo ter o conhecimento suficiente, ao
conhecer
também seus filhos e marido, que a sua dignidade em
nada
é inferior à de sua irmã - Dona Ester Varela - e minha
professora
de admissão. Em conversa com seu primo -
Guilhermino
Magalhães - sobre este tema, ele disse-me: Zé, há
duas
senhoras que eu admiro imenso, uma é minha mãe, outra é
a
minha prima Teresa.
Conheci
«Professores», que faziam «bons alunos», daqueles que
já
iam ensinados, aos outros, nem cartão lhe passavam. Agora
estas
Senhoras com S grande, nunca se pouparam a esforços
para
ensinarem todos os alunos, de acordo com as necessidades
de
aprendizagem de cada um.
José
Manuel Vilela Varela
Professor
de Filosofia, é uma autêntica «enciclopédia», mas,
quase
permanentemente aberta e ao dispor do Povo. É vê-lo
irradiando
a maior das felicidades, sempre que se apercebe que
está
a contribuir para o avanço destas gentes. Devemos afirmar,
antes
que nos esqueçamos, que ele trava essa profilaxia há
muitos
e longos anos. Há sem duvida pessoas - embora raras -
que
nascem não sei com que bichinho, que só lhes puxa para
fazerem
bem. Julgo poder até dizer, que isso é a sua maior
felicidade.
Eu nunca me cansaria de o ouvir, cada conversa com
ele
equivale a muitas horas de estudos/experiências, com a
vantagem
de não acontecerem erróneas interpretações ou
51
deturpados
conhecimentos que o nevoeiro da minha ignorância
pode
ocultar. Cada «discussão» com ele, é uma viagem à terra
do
conhecimento, sem medo do «Pecado original».
Só
estou bem comigo próprio quando me
exprimo
com uma única cara.
Ás
vezes agrado às pessoas, outras vezes não,
mas
a mim agrada-me ser eu mesmo.
Para
além de simplesmente
célebres.
"Grandes
Referências da minha vida - Externa à minha Família
tradicional
(Pai, Mãe e Filhos)"
Já
Falecidos:
Era
o «Tio Artur» - meu avô Paterno - chamavam-lhe assim (seu
nome,
era: Artur Coelho dos Reis; Era o «Zé do Carvalhal» - meu
avô
Materno e meu Padrinho - chamavam-lhe assim (seu nome,
era:
José Augusto Nogueira); Era o Senhor «Francisco da
Prudência»
- chamavam-lhe assim(seu nome, era: Francisco
Henrique
Novo); Era o Senhor «Santos Melo» - Chamava-se
Manuel
José Guerra Santos Melo - , avô Materno de meus filhos.
Única
Família com capela particular. A ele se referia a célebre
expressão
popular, "Eu é que mando, quem paga é o Senhor
Santos";
Era o Senhor Hilário - Seu nome, era: Hilário Areias - , a
ele
se atribui a célebre expressão popular, "Quem não sabe calase";
Era
o Senhor Cunha - seu nome, Manuel de Almeida Cunha - ,
Enfermeiro-médico
de toda a população de Santa Eugénia - , a
ele
se atribui a hipérbole, "Encontrei mais de cem (100) bagos de
azeitona no papo de
uma (1) perdiz; Era o «Zé L'ipio» -
chamavam-lhe
assim (seu nome, era: José Alípio da Cunha
Cardoso);
Era o Senhor «Manuel Lousada» - chamavam-lhe
assim
(seu nome, era: Manuel João Varela) - . A Dona «Rosinha» - mãe do Senhor Martins
- , proprietária da pensão onde me hospedei em Vila Real. Era pura e simplesmente uma “Santa”.
52
Felizmente
ainda vivos
O
Filho do Tabelas - Já não lhe chamam tanto assim (Doutor
António
Alves Martinho) - sua marca pessoal extravasa já para
fora
desta Freguesia, deste Concelho e desta Distrito; O Zé
Man'el
- Chamam-lhe assim - José Manuel Vilela Varela,
Professor
de Filosofia - , uma autêntica enciclopédia à disposição
do
povo; O Man'elzinho - Chamam-lhe assim (Seu nome, Manuel
Augusto
Henrique Magalhães) - Gerente da Companhia de
Seguros
Zurique, em Vila Real - ; A Menina Ester - chamam-lhe
assim.
Seu nome: Dona Maria Ester Varela - minha professora de
Admissão.
É o «Gaspar» (meu primo carnal) - chamam-lhe assim
-
, obteve o primeiro curso (contabilidade) no Instituto Superior
de
Contabilidade e formou-se agora em Direito Fiscal. É
funcionário
da Administração de Finanças-Porto.
O
Senhor Manuel Martins – Filho da Dona Rosinha - , ex-gerente da companhia de seguros Zurich(Vila Real).
"Não
quero deixar passar a oportunidade de aqui referir que
mesmo
os primeiros continuam a viver, porque recordados."
Todos,
mas mesmo todos (a) estes meus amigos, admiro pela
sua
coragem, honestidade, lealdade, inteligência e filantropia.
São
uma marca gravada em mim por dentro, uma contínua e
permanente
referência na minha vida, um exemplo.
Pessoas
com quem convivi - menos do que sempre desejei - , que
tive
a Fortuna de conhecer, com quem aprendi - sempre mais do
que
previ - , desde a Ética à Moral, desde A Psicologia à História,
passando
pela Filosofia, desde a Matemática à Geografia,
passando
pela Língua de Camões, desde a Teoria à Prática,
passando
por contextos reais de vida.
De
quase todos, recordo sorrisos, sorrisos lindos, francos e
transparentes,
que não raras vezes poisavam os olhos nas
minhas
inquietações e me diziam: ´´Ó Zé, por vezes és tão
ingénuo.
Recordo
nos primeiros, a coragem dos tempos difíceis - duas
guerras
mundiais, duas civis, uma colonial - , fome, guerras, e
trabalho
de escravatura; E também nos tempos aparentemente
mais
fáceis, também recordo nalguns deles, as horas, os dias, as
semanas,
meses... anos de resistência, tortura, etc.
53
Recordo
- em quase todos - , a capacidade de dizer não, de se
opor,
de dizer abertamente, não concordo e explicar porquê, de
incomodar.
A capacidade de reconhecer que, enquanto seres
vivos,
não podiam deixar de reflectir, de aprender, de conjugar a
vida
com a incomodidade de serem incómodos, de serem
diferentes
e audazes.
Recordo
em todos eles a simplicidade de defenderem a verdade
em
que acreditavam e acreditam, sem pensarem em elogios e ou
recompensas.
Particularmente
a si Doutor Martinho, a ti Zé Manuel, a ti Primo
António
e a ti Magalhães, havemos de almoçar juntos - um dia
destes
- e voltar a conversar.
E,
mesmo daqui de longe, queridos amigos, sereis recordados.
Ouvirei
os ecos das vossas vozes, o vosso exemplo de cidadania,
de
elevado profissionalismo - bem raro nos dias que correm - e
de
pura amizade.
Até
lá, com a graça da inteligência, um grande abraço.
2-
População
Habitantes-511
Residentes-HM-410-H-191,
(com mais de 18 anos);
Eleitores
inscritos: 480 (compreendidos entre os n.º 3 e 711);
Famílias-191
54
Alojamentos-223
Edificios-215
No
reinado de D.Sancho II, Santa Eugénia, fazia parte do concelho
de
Alijó;
Em
1258, nas Inquisições de D.Afonso III, Aparece no concelho de
Murça.
Em
1269, D.Afonso III, ao confirmar o foral de seu irmão, dado a
Alijó,
ainda inclui de forma condicional, Santa Eugénia no concelho
de
Alijó.
A
verdade é que no recenseamento de 1530, (reinado de D.João
III),
Aparece no concelho de Murça. Só regressou a Alijó com a
reforma
administrativa de 1853.
População
e sua distribuição por sexos
Actualmente,
StªEugénia, tem cerca de 520 habitantes, dos quais
410
são nela residentes; Assim distribuídos por sexo: Homens -
191
;
Mulheres
- 219
População
existente em 1801
Em
1801, segundo consulta efectuada na Biblioteca Municipal de
55
Vila-Real,
já existiam 618 habitantes em 118 edifícios, dos quais,
265
eram do sexo feminino.
Em
1849, existiam 417 habitantes em 140 fogos (edifícios, melhor,
famílias).
População
existente em 1530
No Recenseamento
de 1530, Santa Eugénia já constava com oito (8) Famílias, ao
passo que Pegarinhos
só aparecia com três (3).
Desenvolvimento
Económico
O
Sector Primário, é o mais importante. Produção de vinho do
porto,
moscatel, consumo, vinho Espumoso e Azeite. Tem aprox.
uma
área de 600ha com autorização de beneficio; a indústria de
transformação
de azeitona, também tem significado. A
«Sociedade
Agrícola Quinta de Santa Eugénia», empresa
agrícola,
dedicada à produção, transformação e comercio, é a
maior
produtora de riqueza, oferta de mão-de-obra e
desenvolvimento
técnico. Pela sua capacidade de inovação,
predisposição
para a ciência, sucesso e novas práticas adaptadas
ao
tradicional, é um caso a ter em conta, um exemplo a seguir, e,
julgo
que deveria ser divulgada e apoiada pelas instituições com
responsabilidades
governamentais, apresentando-a como
«modelo»
de práticas a seguir; Estou convencido de que é com
medidas
assim, mostrando e aconselhando o que há de bom, que
esta
região se desenvolve. A «Sociedade Agrícola Quinta de
Santa
Eugénia», está sedeada no Largo da Fonte, com o Tel..:
259646174.
Casais agrícolas
de maior dimensão, e, consequentemente, de maior
utilização
de mão-de-obra: Casal «Santos Melo», casal «Malheiro»,
«Casa agrícola»,
«Reconco», «Herdeiros de Professor Doutor Ernesto
Morais ou
Dona Maria da Hora Teixeira de Carvalho».
Desenvolvimento
e Turismo
56
O turismo,
só está a dar os primeiros passos na região duriense. É
uma certeza
o seu sucesso futuro. Este «atraso», teve inconvenientes
e benefícios.
Os inconvenientes reflectem-se ao nível da consequente
menor riqueza
adquirida, duma menor rede de infra-estruturas
hoteleiras,
viárias, de comunicação, etc.
Os benefícios,
reflectem-se na «virgindade» das suas terras,
paisagens,
costumes, etc. Pode hoje investir-se no turismo de uma
forma mais
consciente, sem, como aconteceu em tantos sítios, destruir
tudo à sua
volta, desde o ambiente ao ar, desde as paisagens à água.
Contudo,
aqui em Stª Eugénia, o turismo, especialmente o Turismo
Rural, é
já uma realidade.
Acção
Social
A cargo da
Associação Cultural e Social, com sede na rua da Veiga,
n.º10. Telefone:
259645261.
Presidente
da Direcção – Manuel Carlos Pereira
Sou Co-fundador
Turismo
Café Areias
- Largo do Cruzeiro, n.º 20. Telefone: 259645035; Café
Grande Ponto
- Rua Central. Telefone: 259646214; Turismo Rural –
Quinta do
Reconco: Telefone: 259645311. O admirador e apreciador do
que de melhor
tem este lugar paradisíaco, que pretender pernoitar em
Stª Eugénia,
apreciar devidamente os seus manjares, saborear as suas
delicias,
confraternizar nas suas festas, deixar-se envolver pelos seus
famosos «néctares»,
conhecer por dentro as suas lendas, mitos e
57
tradições,
sentir na alma a força dos seus costumes, pode fazê-lo na
quinta do
Reconco, onde o espera um atendimento simples mas
personalizado,
podendo usufruir das suas instalações, que comportam
uma suite,
cinco quartos, uma sala de refeições, uma sala de estar, uma
sala de bilhar,
uma piscina, um court de ténis, aquecimento central e
televisão
em todos os quartos. Neste local, podem ser apreciados todos
os pratos
típicos e regionais, degustados os petiscos destas paragens,
saboreados
os seus bolos, toda a sua rica doçaria, a enorme variedade
do seu «fumeiro».
Tudo isto pode ser acompanhado dos melhores
vinhos, vendo
directamente quer as vinhas que os produzem, quer o
efectuar
dos granjeios, quer, se for época disso, a sua laboração.
Nos cafés
referidos anteriormente, pode também apreciar toda a espécie
de bebidas,
divertir-se com os tradicionais jogos transmontanosdurienses,
no mais fraterno
sadio e alegre convívio.
Desporto, Saúde,
Recreio e Lazer
Desporto
Outrora,
fruto de uma intensa actividade, com enorme orgulho e
palmarés,
encontra-se hoje, porém, sem qualquer actividade, e, diria
mesmo votado
ao abandono . Apesar de no corrente ano e já de
algum tempo
a esta parte, não haver prática de nenhum desporto em
Santa Eugénia,
já existiram no passado algumas modalidades nesta
Freguesia,
a saber: Futebol de onze – com o Grupo Desportivo,
Cultural
e Recreativo a figurar durante algum tempo na tabela da 2ª
Divisão Regional
– Zona Norte. Futebol de 5 – com organização de
vários torneios
maioritariamente para os jovens e durante o verão,
com várias
participações de algumas equipas em competições
organizadas
em Alijó, no Pavilhão Gimnodesportivo, e, por último
Atletismo
onde chegaram a existir na Freguesia vários atletas que,
apesar de
não pertencerem ou estarem filiados em clube algum,
tiveram várias
participações em algumas provas Distritais e Regionais,
58
sem no entanto
obterem grandes resultados.
Assim, não
havendo nos dias de hoje, nenhum desporto na
Freguesia,
existem no entanto os equipamentos que podem
possibilitar
a prática de alguns. Esses equipamentos são. UM (1)
campo de
futebol pelado mas com os respectivos balneários; um(1)
polidesportivo
a céu aberto que foi cedido ao Grupo Desportivo pela
Junta de
Freguesia; por fim, a sede desta mesma colectividade –
G.D.C.R.-
que apesar de não estar equipada convenientemente para
actividades
desportivas, pode por ser bastante ampla aprox.(15*8m)
possibilitar
a prática de vários desportos, para além de já possuir
mesas de
Ténis de mesa e Bilhares; tem também palco e bar. O
recinto que
a envolve, para além de ser muito amplo, comporta um
Polivalente.
Quero acrescentar,
que o desporto, principalmente o futebol, era
um factor
de enorme orgulho destas gentes. É vê-los, com um
exuberante
brilho nos olhos, quanto relatam feitos e resultados de
outrora.
Com que alegria
nos narram, que foram Campeões sem derrotas do
I.N.A.T.E.L.
distrital. Julgo que o futebol, é um factor de fixação dos
nativos desta
aldeia, e, não entendo como foi possível o seu enterro
(não consigo
apelida-lo de outro nome).
Eu, José
Nogueira dos Reis, fui Co - fundador do «Centro Cultural e
Recreativo»
e co-fundador do actual «Grupo Desportivo Cultural e
Recreativo»,Director
desportivo atleta, sou natural e residente, sei o
sentir e
o sofrer desta gente, pelo «enterro»(não posso apelidá-lo de
outra coisa),
do seu (deles e meu)querido e distrainte futebol. Pouco
têm, os residentes
desta aldeia, que lhe permita passar com o mínimo
de alegria,
os feriados e Domingos. Se não forem à «bola», só se forem
emborrachar-se!!!
Não lhe destruam
o pouco que têm, e, não abalem o seu orgulho.
Por favor,
dêem-lhe mais, não lhe extorquem o escasso que possuem.
Contribuam
para que eles se fixem no local onde nasceram, não
provoquem
a sua «Emigração», principalmente, se esta se escrever
com E !!!
Nunca
se esqueçam que cada emigrante é uma luz que se
59
apaga
na iluminação criadora de riqueza do seu país.
Sou
Co-Fundador
Saúde
Nas
imediações do Grupo Desportivo, situa-se a Extensão de Saúde.
Telefone:
259646188
Recreio
É
bastante intenso, quer praticado neste próprio local, quer procurado
noutras
paragens; esta gente trabalhadora, é também votada ao
divertimento
e ao «bom viver».
60
Lazer
Sendo
as férias uma preciosidade rara, só ao alcance de uns poucos, não
obstante
o seu merecimento, é aos «Fins-de semana», que se torna mais
acentuado,
procurando essencialmente piscinas e rios, essencialmente
no
período de verão.
A
caça ocupa-lhe uma boa parte do lazer.
Tradições
José
Nogueira dos Reis
"Patinho
no Carnaval"
Provérbios,
cantares, cultos, lendas, etc. com tradição em todo o
«Douro»
e «Trás-os-Montes», têm também aqui forte tradição e
significado.
O Carnaval é vivido com bastante intensidade.
Lendas
Por exemplo
a lenda de que existe um túmulo nas «Fragas do Vale-Fentoso» e, também,
uma «Víbora
Encantada»
Específica
de Stª Eugénia – Esta aldeia, tem um «Topónimo», e, uma
«Padroeira»,
distinta do topónimo, porquê?
Reza
a lenda, que o topónimo, deriva do grego:
Santa
Eugénia
61
Escrito
Em Castelhano porque foi no Bairro de Madrid - onde
aconteceu
o onze de Março (11/03/2004)(Santa Eugenia) - que
soube
a origem do topónimo. É uma homenagem!!
EUGENIA
62
EugeneioV,
eugeneia (eugéneios, eugéneia) es un adjetivo griego del que
derivan los
nombres de Eugenio y Eugenia, y significa bien nacido, bien
nacida, de
buen linaje, de buena índole, noble. Fue en griego y sigue
siendo en
sus traducciones, uno de los mejores elogios que se suelen
hacer de
una persona. Con él se expresan las cualidades innatas, las
63
que forman
parte de la naturaleza de cada uno, aquellas con las que ha
nacido. El
prefijo eu (eu) significa "bien", y geneioV (géneios)
geneia
(géneia) significa "engendrado, engendrada"; con lo que el
significado
primitivo de este nombre es "bien engendrada". Se utilizó
mucho, no
sólo en el griego clásico, sino también en la coiné como
sobrenombre
elogioso, designando especialmente la nobleza de
espíritu,
y de ahí pasó a convertirse en nombre propio cuya fuerza y
belleza seduce
a cuantos conocen su significado.
Santa Eugenia mártir
de los primeros tiempos de la Iglesia. Su culto
estuvo muy
extendido desde los primeros siglos. La patrística cita el
dístico que
desde el siglo IV figuraba en la iglesia de san Avito:
Eugeniae
dudum toto celebérrima mundo / fama fuit, dum dat Christi pro
nómine
vita. (La fama de Eugenia fue célebre en todo el mundo porque
dio la vida
por el nombre de Cristo.) Con ser tan grande su celebridad,
son escasos
los datos biográficos que de ella se conservan. Cuenta la
tradición
que era Eugenia hija de Felipe, el prefecto de Alejandría que
luego fue
obispo de esta ciudad y sufrió el martirio. Cuenta asimismo
que los santos
Proto y Jacinto, que también sufrieron martirio, eran
esclavos
suyos. Fue ella misma quien les transmitió la fe en Cristo.
También ella
sufrió persecución y fue sometida a suplicio y muerte
detrás de
sus esclavos.
Las Eugenias celebran
su onomástica el 11 de septiembre; pueden
optar también
por celebrarla el 3 de enero, en que se conmemora el
martirio
de santa Eugenia de África; o el 26 de marzo, conmemoración
del martirio
de santa Eugenia de Córdoba (Marmolejo), víctima de la
persecución
sarracena el año 923. En cuanto a la forma masculina de
este nombre,
ha sido también sumamente apreciada: dieciocho santos,
entre ellos
cuatro papas, lo llevaron. Se llamaron también Eugenio un
emperador
romano, siete reyes de Escocia y varios príncipes de casas
europeas.
Pero nadie como la emperatriz Eugenia dio lustre a este
nombre. Nació
en Granada (1826) y murió en Madrid en 1920. Vivió
casi un siglo.
Fue emperatriz de los franceses. Su apoyo al proyecto del
canal de
Suez fue decisivo.
Es el de Eugenia un nombre lleno de fuerza, que emana de su propio
significado.
Los nombres, como creían nuestros antepasados, tienen
cada uno
su propia virtud, y actúan como un talismán. El de Eugenia
sabemos en
qué dirección actúa: empuja a quienes lo llevan a ser
coherentes
con su nombre y a cultivar la nobleza de espíritu, la
magnanimidad,
la confianza en las propias fuerzas y toda la virtud que
emana del
mismo nombre; fuerza y virtud que han ido incrementando
64
cada una
de las grandes mujeres que lo han llevado. Por ello las
Eugenias
pueden legítimamente sentirse orgullosas de su nombre y
llevarlo
como salvaguarda de la nobleza de espíritu que con él
pregonan.
¡Felicidades!
http://josereis.tripod.com
E a Padroeira,
de uma «Lenda»!!??
Diz-se,
que «Santa Barbara», Padroeira desta freguesia,
costumava
ser, injusta, brutalmente, e, mesmo «brutamente»,
castigada
por seu pai; de tal forma que uma certa vez, ele se
dirigiu
para a filha, com o determinado propósito de a partir ao
meio
com um «machado». Deus, acudindo em defesa de Stª
Barbara,
no momento preciso em que o pai de «Barbara», ia a
desferir
o mortal golpe, enviou um raio de trovão. «Barbara,
apercebendo-se
do acontecido, pediu a Deus que lhe perdoasse.
Então,
o raio, apenas desfez o machado em mil pedaços,
poupando
o «carrasco». A partir daí, «Barbara», passou a santa,
65
e,
foi-lhe facultado o poder sobre as trovoadas. Devido a tal
facto,
as gentes deste local, entregaram o seu coração a
«Eugénia»,
dando-lhe o nome da sua morada; a sua protecção, a
«Barbara»,
que segundo eles, ainda hoje os vigia e protege do
alto
do monte com o seu nome (Cabeço de Santa Barbara).
Artesanato
Outrora
muito diversificado, hoje praticamente extinto.
Brinquedos,
Tradicionais
A
«Carroça» e as «Banquinhas».
Festas
e ou Romarias
Em
honra de Santa Bárbara, sempre na penúltima semana de
Agosto
Natal,
Páscoa e santos Populares
Editorial
de Santa Eugénia
(Boletim
publicado na internete e de actualização Quinzenal)
66
Autor
e Proprietário:
José
Nogueira dos Reis
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67
Apêndice Documental
José
Nogueira dos Reis - Rua da Barreira, 12 Santa Eugénia 5070-411
Apendice
Documental
I
Documento n.º
111 do Liber Feideii (fls. 39-39 v.)
TESTAMENTUM
DE GARSIA PROLIS GADIZ ET DE UXORE SUA MAIORINA IN QUINTANELA
ET IN REFONTOIRA
IIII.a DE I.º KASAL
Domnis invictissimis
ac triumphatoribus sanctisque martiribus luce gloriosa perfusis cuius
basilica fundata
esse dinoscitur in urbe Bracara civitate Sancte Marie semper Virginis et
Sancti Salvatoris
et Sancti Petri apostoli et aliarum reliquiarum que ibi recondite sunt. Ego
famulus Dei
Garsea prolis Gadiz et uxor mea Maiorina per bona pacis et voluntas ut
faceremus Sancte
Marie et Petro episcopo Bracarensi discurrente rivulo Corrago in loco
predicto Quintanela
quomodo fuit de meo avolo medietate integra et in Refontaria IIII.ª
de uno casale.
Damus ipsam hereditatem pro remedio animarum nostrarum et pro nostro
filio qui migravit
ab hoc seculo paganus et non potuimos illaur penitentian portare.
Proinde damus
eam quod absolvat Dominus nostra peccatum per benedictionem illius
episcopi quia
sic dicitur in Evangelio: «Quorum remiseritis peccata remittuntor eis et
quorum retinueritis
retenta erunt». Si quis tamen quod fieri non credimus aliquis homo
venerit vel
venerimus ad inrumpendum hoc testamentum tan de genere nostro quam de
extraneis in
primis sit excomunicatus et a corpore Domini segregatus et cum Iuda
traditore habeat
participium im eterna damnatione et insuper pariat ipsam hereditatem
quadruplatam
et duo auri talenta. Facta series testamenti die VIIIº Idus Iunii Era M.ª C.ª
XX.ª. Ego Garsea
et uxor mea Maiorina hunc seriem testamentum manibus nostris
roboramus.
Eldrebedus
archidiaconus conf., Gualtarius archidiaconus conf., Baltarius archidiaconus
conf., Pelagio
Eriz, conf., Gundisalvus Petriz conf., Gundisalvus ts., Eiriau ts. Merendo ts.
Ero ts., Petrus
episcopus conf.
Tradução
TESTAMENTO
DE GARCIA, FILHO DE GADIZ, E DE SUA MULHER MAIORINA EM QUINTELA
E EM REFONTOIRA
DA IV.ª PARTE DE UM CASAL.·
Aos Senhores
poderosíssimos, gloriosos e santos mártires, aureolados da luz celeste, cuja
basílica se
encontra situada na cidade de Braga, cidade de Santa Maria sempre Virgem,
68
de S. Salvador
e de S. Pedro Apostolo e de outras relíquias que ai se conservam. Eu,
servo de Deus,
Garcia, filho de Gadiz, e a minha mulher Maiorina de mutuo acordo e
voluntariamente
fazemos (à igreja de) Santa Maria e a Pedro, bispo de Braga, no referido
lugar de Quintela,
perto do rio Corgo, a metade integra, como foi do meu avô, e em
Refontoira
uma quarta parte de um casal. Damos essa herdade para bem das nossas
almas e pelo
nosso filho que partiu deste mundo por baptizar e não podemos suportar
aquele desgosto.
Alem disso damo-la para que o Senhor absolva os nossos pecados com
a benção daquele
bispo, porque se diz assim no Evangelho: «Aqueles a quem perdoardes
os pecados
serão perdoados e aqueles a quem os retiverdes serão retidos». Se, porem, o
que não acreditamos
venha a acontecer, algum homem vier (ou nos viermos) para
desfazer este
testamento, tanto da nossa descendência como de estranhos, em primeiro
lugar seja
excomungado e com Judas traidor precipitado no inferno, e, depois, pague em
quadruplo essa
herdade e dois talentos de ouro. Feito este testamento dia 6 de Junho de
1082. Eu Garcia
e minha mulher Maiorina corroboramos com as nossas mãos este
testamento.
Eldebredo,
arcediago, confirma; Gualtário, arcediago, conf.; Baltário, arcediago, conf.;
Pelágio Eriz,
conf.; Gonçalo Peres, conf.; Gonçalo, teste- munha; Eirigo, test.; Mendo,
test.; Pedro,
bispo, confirma.
II
Documento n.
' 122 do Liber Fideiei (fls. 42) e n. ' 600 (fls. 158)
TESTAMENTUM
IN PANNONIIS DE GONTRODE NUNIZ COMITISSA ET ILDUARA
MENENDIZ.
Domnis invictissimis
ac triumphatoribus sanctisque martiribus luce gloriose perfusus cuius
baselica fundata
dinoscitur sedis Bracarensis metropolitana ecclesia. Ego Gontrode
comitissa proliz
Nuniz et Ilduara Menen- diz annuit enim mihi voluntas ut pro remedio
anime mee facio
testamentum ad illa sede que est misera et orbata et vobis Petro
episcopo et
omnibus clericis canonicis ecclesie de hereditate mea propria quam habeo in
territorio
Pannonias, villa que vocitant Quintanela subtus monte Celalorios et rivulum
Corrago territorium
Bracarense. Obinde ego comitissa donna Gontrote ut de hodie et
tempore sit
de iure meo abrasa et in iure de illa sede sit confirmata semper habitura. Ut si
aliquis ex
generis mei evenerit tam de propinquis quam extraneis vel exter sit extraneis a
sancta ceta
(por cetu) ecclesia et insuper illa hereditate in quadruplo et duo auri talenta
et regi qui
illam terram imperaverit suo iudicato et illa sede perpetim habitura. Ego
comitissa donna
Gontrote prolis Nunus et Ilduare manu mea confirmo. Et illa hereditat per
suos terminos
et locos antiquos cum omni sua prestantia ubi eam potueritis invenire et
ganavi eam
cum viro meo comite domno Velasco. Aditio etiam hic uno frontal grecisco de
VIII.º cubitos
in longo et sicut illa ecclesia in amplo et uno fagazario nomine Galindo et
illum passionarium,
ipsum mihi bene complacuit et ipsa professione feci ea in monasterio
Argintin in
mea salute et sana mente ablata ubi fuerunt multi filii bonorum hominum.
Facta series
testamenti Era M.ª C.ª XX.ª VI.' manu mea roboro.
Qui pesentes
fuerunt: Aloitus abba ts., Mitus ts.; Frogia ts., Petrus ts., Argelo., Eldrebedo
69
archidiacono,
Menendos Brandilaz conf,b Galindus archidiaconus conf., Baltarius
archidiaconus,
Menendus Mennendiz conf., Pelagius Arias conf., Petrus episcopus
confirmo.
Tradução
TESTAMENTO
EM PANOIAS DE GONTRODE NUNES, CONDESSA, E ILDUARA MENDES.
Aos Senhores
poderosíssimos, gloriosos e santos mártires, aureolados de luz celeste, cuja
basilica se
encontra situada na igreja metropolitama e sé Bracarense. Eu a condessa
Gontrode, filha
de Nuno, e Ilduara Mendes decidi por minha vontade, para remédio da
minha alma,
fazer testamento aquela se que e pobre, e a vós Pedro, bispo, e a todos os
cónegos dessa
igreja, da minha herdade que possuo no território de Panoias, a «vila»
(unidade agraria)
conhecida por Quintela, por baixo do monte de Sirarelhos e perto do rio
Corgo, território
de Braga. Por isso, eu a condessa D. Gontrode seja privada desde já e
para sempre
do meu direito e nele seja confirmada perpetuamente aquela sé. Que se
alguém da minha
descendência, tanto dos próximos como dos afastados, ou estrangeiro
que seja estranho
a esta santa igreja, vier (desfazer este testamento pague) no
quadruplo aquela
herdade e dois talentos de ouro e ao rei que naquela terra mandar o
seu julgamento,
e que aquela a mantenha perpetuamente. Eu condessa D. Gontrode,
filha de Nuno,
e Ilduara com minha mão confirmo. E aquela herdade com seus termos e
lugares antigos,
com a sua prestança onde a puderdes encontrar, e que eu ganhei com
meu marido
o conde D. Vasco. Junto também aqui um frontal grecisco de oito côvados de
comprido e
ainda aquela igreja no amplo e único fangazário de nome Galindo, e aquele
livro passionário
(livro da Paixão de Cristo ou dos sofrimentos dos martires);
Estiveram presentes:
Aloito, abade, testemunha; Frógia, test.; Pedro, test.; Argelo, test.;
Eldebredo,
arcediago, Mendo Boadilaz confirma; Galindo, arcediago, conf.; Baltário,
arcebispo,
Mendo Mendes, conf.; Pelágio Arias, conf.; Pedro, bispo, confirma.
III
Extracto das
Inquirições de D. Afonso III 1258 (fls. 258?)
PARROCHIA SANCTE
MARIE DE FEYRA DE CONSTANTI
Incipit Parrochia
Sancta Maria de Feyra de Constanti.
Donus Vivas
tabelion de Panonijs, Juratus et interrogatus dixit... Et audivit dicere
hominibus qui
sciebant quod turris que stat in quintella compezada (?) et unam peciam
de ipsis casis
et de ipsa quintana contra fundum que stant in Regalengum. Et ita audivit
quod campum
quod Jacet sub ipsa quintana quod fecit Regis. Et modo habent totum istud
Regalengum
filij donni et nepoti Elvira Velasquiz et Ordo hospital et non faciunt inde
forum Regi.
Tradução
Em portugues
arcaico
70
EXTRACTO DAS
INQUIRICOES DE D. AFONSO III, 1258
Julgado de
Panoyas
F.ª iij.ª xviij.ª
dias de Setembro.
Freguisia de
Sancta Maria da Feira de Constantim.
D. Vivas Tabelion
de Panoijas jurado e perguntado disse que (...) oijiu dizer a omes que
sabiã que a
torre que esta compeçada en Quinteela e j.ª peça dessas casas e dessa
quintaã contra
fondo que esta en regeego e assi oijiu dizer que o campo que iaz so essa
quintaã que
foi regeego...
Gonçalo Mendes
de Jales moordomo jurado e perguntado disse que (...) oijiu dizer a
homees que
sabia que avia j.º leira de regeego no conchouso que ias apar de a torre de
Quintela e
ora tena Pero Botelho e não faz ende foro a a El Rej…
Em português
actual
Julgado de
Panoias.
Feita de três
a dezoito de Setembro.
Freguesia de
Santa Maria da Feira de Constantim.
D. Vivas, Tabelião
de Panoias, jurado e perguntado disse que (...) ouviu dizer a homens
que sabiam
que a torre que esta começada em Quintela e uma peça dessas casas e dessa
quinta, para
baixo, está (ou é) reguengo e tambem ouviu dizer que o campo que se situa
por baixo dessa
quinta foi reguengo. E agora tem todo este reguengo os filhos e netos de
D. Elvira Vasques
e a Ordem do Hospital e não pagam daí foro ao Rei.
Gonçalo Mendes
de Jales, Mordomo, jurado e perguntado disse que ouviu dizer a homens
que sabiam
que havia um leira de reguengo no tapado que se situa a par da torre de
Quintela e
agora tem-na Pero Botelho que não paga dai foro a El-Rei.
IV
LEITURA DA
MEMÓRIA DESCRITIVA DO TOMBO
-Um Torre forte
e bem construída de cantaria, a qual e quadrada e tem de nascente a
poente nove
varas e de norte a sul sete e meia.
- Cinquenta
e duas fiadas ate onde tem as ameias, e toda tem a volta ameias; tem em
cada um dos
quatro cantos sua guarita e varandas e tem mais a dita Torre quatro
janelas, cada
uma em sua face, com varandas de pedra saída para fora. Não se pode
medir a altura
dela por não ter sobrado nem se poder subir a ela. A vista por dentro
mostrava ser
antigamente de três sobrados (pavimentos), porquanto tem gatos de pedra
metidos na
parede para isso; tem mais a dita Torre quatro friestas por baixo das ditas
janelas; tem
uma porta de arco a entrada, a qual antigamente tinha uma escada de
pedra por que
se subia. E disse Pedro Carvalho que, quando comprara as propriedade
desta quinta
de Quintela a Gaspar de Seixas de Afonseca, já era desfeita a dita escada,
por Gaspar
de Seixas a desfazer e se aproveitar da dita pedra. Esta Torre é cabeça de
morgadio e
como tal pertence in solidum e livre a D. Francisco de Portugal, possuidor do
dito morgadio,
e dos mais que lhe sucederem, como vai declarado atrás no auto de
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reconhecimento.
E do mesmo modo e também livre in solidum do dito Conde a Capela da
invocação de
Santa Maria Madalena, que tem de comprido de nascente a poente cinco
varas e de
largo de norte a sul quatro varas. Esta dita capela, dentro da dita quinta, tem
uma sala para
dentro para a parte do sul. Também um terreiro em frente da capela que
fica entre
a capela e a Torre e tem de comprido de nascente a poente vinte e cinco varas
e de largo
de norte a sul doze varas; parte do nascente com o caminho que vai para a
povoação de
Quintela e do poente com outro caminho e do sul com o portal antigo da
mesma quinta.
REZAS E MEZINHAS
DA
MEDICINA POPULAR
REZA E BENZEDURA
Para o côxo
Sintomas: bolhas
de água, dores e prurido.
A benzedeira
começa benzendo-se, depois oferece a reza a Nossa
Senhora das
Dores. Em seguida reza o Pai-nosso e Avé Maria.
Enquanto reza
benze com alho nove vezes o corpo da pessoa com o
côxo.
Isto repete-se
nove dias seguidos, mas ao fim de três dias já se
deve notar
as melhoras.
Para que surta
o efeito é necessário acreditar (Ter fé)
BENZEDURA E
REZA
Para a esípula
(nome cientifico:
erisipela)
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Sintomas: infecção
da pele da cara e do corpo. Doença provocada
pelo calor,
originando graves dores musculares.
A benzedeira
começa benzendo-se, depois benze em cruz as chagas
com carqueja
e azeite virgem, dizendo: Pedro Paulo foi a Roma,
Jesus encontrou.
Jesus Cristo lhe perguntou: - Onde vais Pedro
Paulo? –
Vou a Roma cortar a esípula e espinhela que muita gente
morre dela.
– Volta atrás Pedro Paulo, que essa esípula será curada
com carqueja
do monte e azeite do lago (virgem).
Por Deus e
pela Virgem Maria a esípula será curada, um Pai-nosso e
uma Avé Maria.
Repete-se esta
reza durante nove dias seguidos.
BENZEDURA PARA
O VENTRE CAÍDO
Nos bebés
Sintomas: vómitos
constantes
A benzedeira
coloca o bebé sobre as suas pernas, com a cabeça para
baixo e de
peito virado para cima. Ao dizer a ladainha vai benzendo
em cruz o ventre
do bebé nove vezes.
Ladainha: homem
bom me deu pousada, mulher má cama de fentos
e manta molhada,
ergue-te ventre se Deus te mandar.
No final dá-se
três sapatadas nas plantas dos pés do bebé e sacodese
pegando nos
pés com a cabeça para baixo.
Repete-se esta
reza durante três, cinco ou nove dias seguidos.
BENZEDURA PARA
A ESPINHELA CAÍDA
é nos adultos
o ventre caído
A ladainha
é a mesma da reza anterior mas o processo é o seguinte:
o adulto está
de pé, traça os braços, a benzedeira sacode-o,
rezando.
No final deita-se
o paciente na cama para o corpo descansar.
Repete-se três,
cinco ou nove dias seguidos.
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BENZEDURA DO
“AR”
Sintomas: dor
de cabeça, vómitos e má disposição.
A benzedeira
põe numa pá ramos bentos, semente de nabiça, café
moído, nove
areias de sal, nove grãos de chumbo e nove brasas.
Quando tudo
estiver a arder deita um fio de azeite nos ramos
bentos. Aqui
se a pessoa em questão tiver realmente “ar” então a
chama apaga-se.
Senão a chama continua a arder.
Ladainha:...
Nome da pessoa... Deus te fez, Deus te criou, Deus te
tire o mal
que no teu corpo entrou. A virgem Nossa Senhora
defumou o seu
amado Filho no romeiro para cheirar. Eu defumo-te a
ti para melhorares.
Um “ar” te deu, três to tiraram, São Pedro, São
Paulo e São
João. Em honra e em louvor do Sº Sacramento que te
saia o mal
para fora e que te entre o bem para dentro. Arde vivo
arde morto,
arde excomungado sai deste corpo. Onde eu puser a
minha mão,
Deus ponha a sua santa bênção. Reza um Pai-nosso e
uma Avé Maria.
A pessoa em questão baixa a cabeça e a benzedeira
benze-a em
cruz com a pá. Espalha-se o sal em cruz pela casa. Se
for bebé passa-se
este por cima dos fumos em cruz. Repete-se três,
cinco ou nove
dias seguidos.
REZA E BENZEDURA
Para cortar
as lombrigas
Sintomas: o
nariz fica húmido e ratado, grandes dores de
barriga.
A benzedeira
prepara azeite num prato e benze a barriga da
pessoa com
as lombrigas em cruz com o azeite nos dedos. a planta
dos pés com
azeite e alho. Depois pega numa faca e fazendo cruzes
diz: - bichas
talho, bichas corto, bichas disparato, assim como Deus
repartiu o
pão aos bocados eu vos talho a vós. Em honra e louvor de
Nosso Senhor
vós sereis todas destruídas. Um Pai-nosso e uma Avé
Maria. Esfrega
os pulsos, a barriga e
REZA E BENZEDURA
Para o pé arralado
(pé torcido)
Sintomas: pé
inchado e dorido.
A pessoa que
faz esta benzedura é original, na medida em que só a pode fazer
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tendo duas
crianças de um ventre só. Embora só um pé esteja arralado têm que
ser passados
os dois, mas um de cada vez, nove vezes na mesma altura.
Ladainha: a
benzedeira pergunta à pessoa com o pé arralado: - Porque arralaste?
A pessoa responde:
- Porque semeaste. A benzedeira diz: conforme eu curei da
minha paridura
assim tu cures da tua raladura.
Em louvor da
Virgem Maria um Pai-nosso e uma Avé Maria, e reza-se.
Durante nove
dias repete-se esta ladainha.
Autor: José
Nogueira dos Reis
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