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José Nogueira dos Reis

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Propriedade: José Nogueira dos Reis

Direcção: José Nogueira dos Reis

Endereço Postal - Rua da Barreira – Edifício da Casa do Povo.

Código Postal - 5070-411 Stª Eugénia

Telemóvel: 914234584

Telefone do Emprego - 259646486

Publicação - Quinzenal

Nº - 0

Série - 0

Ano - 0

Ano Cristão - 2007

4

Editorial

José Nogueira dos Reis Rua da Barreira – Edifício

da Casa do Povo -

5070/411 Santa Eugénia Alijó

Telemóvel - 937024201

E-mail: JNogueiraReis@sapo.pt

Homem Simples, Mas Culto, Natural da Freguesia

de Santa Eugénia, contribuiu para o avanço

desta gente, em quase todas as áreas. Sempre

disposto a ajudar os seus conterrâneos, teve o

azar de nascer adiantado no tempo. Cultivou

quase todos os meandros da cultura, desde a

Filosofia à História, passando pela psicologia, até

à Internet.

A titulo experimental, inicio hoje, a publicação deste pequeno boletim

informativo.

Pretendo com isto, manter minimamente informados, todos os oriundos desta

nossa maravilhosa freguesia.

Os temas predominantemente aqui tratados serão:

1-O que se passa de relevante na nossa aldeia no espaço de tempo de quinze

em quinze dias; desde nascimentos a casamentos, passando por óbitos, até à

politica.

2-Conto também inserir algumas noticias do nosso concelho e até distritais .

3-Incluírei também artigos e trabalhos pessoais, bem como, temas de cultura

geral, tais como:

5

História, filosofia, sociologia e politica.

4-Estou também disponível, e, muito gostaria que os nossos conterrâneos

participassem interactivamente nesta nossa modesta publicação, enviando-me

os seus trabalhos:

A direcção

INTRODUÇÃO

EMIGRAÇÃO

Resenha Histórica

A história de Portugal não se faz só de emigrantes, mas também de imigrantes. Frequentemente vieram, a

pedido do Estado para aqui desenvolverem actividades inovadoras que o país carecia, outras para suprirem a

mão-de-obra que nele escasseava.

No período dos descobrimentos (séculos XV-XVI), Lisboa fervilhava de estrangeiros. Algo semelhante ocorreu

no século XVIII. Na primeira metade dos século XX, em dois momentos o país recebeu milhares de

estrangeiros, tendo muitos aqui fixado residencial definitiva (ex.Calouste Gulbenkian) ou apenas temporária

(ex.Ortega y Gasset). O primeiro foi nos anos trinta, durante a Guerra Civil de Espanha(1936-1939), e o

segundo durante a 2ª. Guerra Mundial (1939-1945).

Durante a década de 50 o número de estrangeiros residentes, manteve-se estável, oscilando à volta dos

25.000 indivíduos. Na sua maioria residiam no país há muito tempo, ligados a importantes actividades como o

comércio do vinho do porto, exploração mineira, etc.

Em 1960, a maioria dos cerca de 30 mil estrangeiros eram europeus (67%) e brasileiros (22%).Entre os

primeiros destacavam-se os espanhóis (40%).

A abertura em relação ao exterior (1959), e o desenvolvimento económico a partir dos anos 60, traduzem-se

num aumento dos imigrantes profissionais, nomeadamente alemães e ingleses.

No princípio da década de 70, devido à escassez de mão-de-obra, o Estado fomenta a emigração de

trabalhadores cabo verdianos e de outras colónias africanas. Após o 25 de Abril de 1974, com a independência

das colónias dá-se um brusco aumento da imigração das mesmas, acentuada pelos conflitos militares que

nelas continuam a ocorrer.

Processa-se então uma alteração significativa na percentagem e composição da imigração. A cota da

população estrangeira passa de 0,33% em 1960 (29.429 indivíduos) para 1,10% em 1981 (108.526). O maior

aumento ficou a dever-se à imigração de origem africana. Em 1960 constituía 1,5% dos estrangeiros, mas em

6

1981 atingia já os 44%.

A entrada de Portugal na CEE. em 1 de Janeiro de 1986, provocou um natural aumento do número de

estrangeiros ligados a actividades económicas, mas estimula também a vinda de um número crescente de

imigrantes, não apenas dos países lusófonos, mas também de outros europeus e norte-americanos (EUA,

Canadá, etc.).

No final de Abril de 2002, estavam registados em Portugal 389 mil imigrantes, dos quais 91 mil oriundos dos

países do Leste europeu. Calcula-se que o número de imigrantes ilegais seja superior a 100 mil, na sua maior

parte cidadãos da Moldávia, Ucrânia, Rússia e Roménia, mas também de países de expressão oficial

portuguesa

José Nogueira dos Reis

Acerca do Historial de Santa Eugénia

Sobre o historial de Stª Eugénia, preocupo-me em nunca perder de vista os princípios

programáticos como horizonte de referência. Daí que o texto elaborado se procure

aproximar, quanto possível, dos referidos princípios, o que não supõe,

necessariamente uma submissão .

Há no programa que a mim próprio propus, pressupostos implícitos e explícitos dos

quais destaco os seguintes:

1- O reconhecimento da importância da origem da povoação na sua história

actual;

2- O reconhecimento da minha preocupação primordial pelo viver da pessoa

humana;

3- O reconhecimento da importância daquilo a que costumo chamar de

ciências auxiliares da história, no desenvolvimento da pessoa humana;

4- A minha proposta de uma abordagem hermenêutica, interpretativa, que

julgo facilitará, facultará, o recurso a um significado oculto traduzível noutra

linguagem, melhor, noutra ou noutras interpretações, buscas, melhoramentos,

novas descobertas, etc.

A interpretação , é precisamente, uma busca de significado e distingue-se do

conceito de explicação que é, nas ciências a procura de causas. Ler uma obra, é

Tomá-la como um acontecimento significativo. Fazê-la emergir na sua verdadeira

natureza e integridade. A tarefa hermenêutica, consiste na clarificação da obra,

através do desenrolar interno do seu significado e na relação de cada uma das

partes entre si, como um todo e, mais amplamente, com o espírito da época.

Daí, a necessidade de compreender a obra na sua relação com a visão do antes e

com a visão total da época. É nesta dinâmica que consiste o circulo hermenêutico.

7

Neste meu modesto trabalho procurei fazer um pouco disso tudo ao mesmo tempo,

isto é: Ao mesmo tempo que consultava e lia obras de vários autores, tentando

aplicar-lhe o atrás descrito, fazia, escrevia praticamente em simultâneo, esta

pequena obra, tentando fornecer ao leitor, não só o contexto épocal, mas também,

quanto possível, uma visão panorâmica da totalidade do meu pensar, em relação à

origem, desenrolar e actualidade, da nossa mui nobre e querida «parvónia».

Que Santa Barbara me guie nessa tarefa e guarde todos os Santa-Eugenenses de

nascimento e ou opção. Pois, o que hoje somos, é fruto de uma «miscelânea» de

povos e culturas que muito nos enriqueceu. É, provavelmente por isso, que nós

somos como o mel; somos uma especiaria elaborada a partir de uma infinidade de

pólenes , sabores e plantas.

Julgo também, ser oportuno referir, porque se me afigura legitimo, que a leitura

das obras, sua interpretação e comentários, só são viáveis «se o aluno for instruído

nos processos, problemas e doutrinas históricas, psicológicas e até filosóficas, que

alimentam o discurso do autor. Pretendo referir com isto, que a precariedade do

meu saber leva-me muitas vezes a lacunas e ou vazios, impeditivos para mim, de

vos apresentar um trabalho que, senão mais profícuo, com certeza, mais científico.

Peço por isso humildemente desculpa.

Para além da eventual resistência que um texto de história, mais ou menos difícil,

pode criar no leitor (resistência que em mim é infinitamente alargada), há que ter

em conta que no caso particular da história de Stª Eugénia, os textos (escritos ou

falados) que na maior parte das vezes encontramos, achamos, encontram-se

repletos de interpretações em que a mistura do cientifico se encontra envolvida

num emaranhado de interpretações, dizeres, alusões, «à-partes», lendas e mitos,

em que o que os separa é tão ténue, que ainda dificulta grandemente essa original

problemática.

Nesta óptica, abordei o historial de Santa Eugénia, como pressuposto fundamental

para a compreensão do essencial ao longo dos tempos. É minha convicção que

este não é o horizonte final, o que implica a exigência de uma abordagem da nossa

história, que englobe campos como: arqueologia, gastronomia, folclore,

antropologia e outros, para os quais, não estou particularmente preparado,

informado, e, muito menos, certificado.

Considerando ao menos que eu tenha conhecimento que, pela primeira vez, há a

preocupação de elaborar, numa visão - mais ou menos de totalidade a história de

Santa Eugénia, foi apenas e só, minha preocupação contribuir para que outros

dispusessem de um ponto de partida quiçá mais capazes para um trabalho mais

completo e meritório, aguçando-lhe ao mesmo tempo, o apetite para o devorar e ou

ultrapassar. Pois, não obstante o meu empenhamento na elaboração deste

trabalho, tenho a convicção profunda, de que ele é susceptível de melhoramento e,

consequentemente competirá a outros mais capazes, formados, por exemplo em

história e ou sociologia e outros destinatários, com capacidade para tal, proporem

criticas fundamentadas e sugestões no sentido de novas e diferentes abordagens,

novas propostas de trabalho e novos horizontes de análise. Mais satisfeito ficaria

ainda, se fossem até um pouco mais longe que o atrás referido, elaborando uma

nova obra de raiz. Estarei ao dispor, para fornecer o pouco conhecimento que

8

adquiri, na feitura deste.

Até lá, com a graça do senhor, um muito obrigado a todos, do sempre ao vosso

dispor

José Nogueira dos Reis.

Viva Santa Eugénia

Visite estes lugares deslumbrantes!

O mais deslumbrante miradouro!!!

Capela de Santa Barbara -Em StªEugénia

Cruzeiro, sede da Junta e o meu Fiat-Sport.

Interior da Igreja Matriz -1624

A talha do Altar Mor, remonta ao sec.XVIII

Fonte Romana - De Baixo, ou - De Mergulho

9

Cruzeiro, o maior salão de reunião do mundo!!

Mais lugares de visita obrigatória.

Sede do Grupo Desportivo Cultural e Recreativo

Junto existe o Centro de Saúde e a Creche

Casa das "Escadas Redondas"

Doada À Junta de Freguesia pela "Família Malheiro"

Se nos visitar uma vez, não deixará de nos fazer

outras visitas.

Não imagina as histórias que esta fonte podia contar!

Não perca a oportunidade de nos fazer uma visita.

Centro Social e Cultural - Rua da Veiga, nº10

Tem apoio domiciliário

Aqui começam ou acabam, mas de certeza que

se abraçam, duas sub-regiões -- pertencentes a

uma só província, que dá pelo nome de Trás-os-

Montes e Alto Douro.

Fontanário Público O Espírito de calma, Paz e Amor, que paira neste

10

Um local de encontro de

namorados

Armazém da "Sociedade Agrícola Quinta de Santa

Eugénia"

Na troca de culturas da cidade e do campo, existe

Lugar, merece ser visto de várias perspectivas!

Vista parcial da aldeia

José Nogueira dos Reis, saúda-os.

A beleza continua.

Casa e capela da "Família Santos Melo"

11

Santa Eugénia encontra-se a catorze (14) quilómetros da sede de concelho para nordeste e a um e meio (1.5)

do rio Tinhela. Localiza-se no sopé do monte de Santa Bárbara, numa zona de transição do Douro para a

região de Trás-os-Montes e no limite da Região Demarcada do Alto Douro, segundo os limites fixados pelo

Marquês de Pombal em meados do século XIX.

Na época medieval, esta freguesia já era referida na documentação portuguesa. Assim aconteceu desde o

século XII, e parece que a freguesia terá mesmo constituído uma paróquia de origem sueva ao longo do século

VI. Uma época que representou o lançamento das primeiras sementes do cristianismo.

Segundo a lenda, o nome desta freguesia derivou da aparição de Nossa Senhora, em tempos muito remotos,

no monte que hoje tem o nome de "Cabeço de Santa barbara. Certo dia, nasceu neste lugar uma menina muito

linda, a que os pais chamaram Eugénia. Esta quis dar o seu coração a Cristo, não se casando, contra a vontade

do pai. Fugiu e quase morreu, assassinada por ele. No momento em que a execução se consumava, apareceu-lhe

Nossa Senhora, que a salvou da morte eminente. A população, reconhecida, deu o nome de Santa Eugénia

àquela terra.

No foral atribuído a Alijó em 1226, por D. Sancho II, Santa Eugénia é uma das freguesias integradas no

seu termo. Neste foral, faziam parte do concelho de Alijó as seguintes povoações:

Alijó, granja, Presandães, Chã, Valdemir; Santa Eugénia, Casas da Serra, Carlão, Franzilhal, Safres,

Castedo e Cotas. Valdemir e Santa Eugénia, passariam posteriormente para o concelho de Murça, pois nas

Inquisições de D.Afonso III, em 1258, se averigou «quod homines de Mussa filiavernt tantam heriditatem de

Ligoo quod fecerunt ibi unam que vocatur Sancta Ougeja...». D. Afonso III, ao confirmar, em 1269, com novo

foral, o anterior passado no reinado de seu irmão, ainda inclui a aldeia de Santa Eugénia, mas

condicionalmente - «Do et concedo insuper vobis cum isa villa de Aligoo aldeyam de Prazenães et aldeyam de

um mundo a explorar!!

Investigue-o antes dos outros

Venha.

Obrigado inter nauta pela sua visita

Faça agora como São Tomé

Venha ver para querer.

Onde nasceu e viveu o avô de meus filhos -Daniel e

Micaela

12

Sancta Ogenia (...) si eas vincere per directum poteritis». A verdade é que no recenseamento de 1530, ordenado

por D. João III, já Santa Eugénia aparece no Concelho de Murça com oito (8) famílias. E só regressaria à

posse de Alijó com a reforma administrativa de 1853 que lhe deu a área actual .

Da paróquia de Murça emancipam-se eclesiasticamente Pópulo (com os lugares de Caldebois, Estrada e Vale

de Cunho), Pegarinhos ( com Castorigo e Valdemir) e Santa Eugénia, de todas uma das mais antigas.

Civilmente foram integradas no Concelho de Alijó com a referida reforma administrativa de 1853 (?)

Eleitores inscritos em 31 de Dezembro de 2003 - 442

Eleitores inscritos actualmente ( ) 440

Portugal

Nome oficial - República Portuguesa

Fundação da Nacionalidade - 1143

Instauração da República - 1910

Sistema Político - democracia

Símbolos Nacionais - Bandeira Nacional e Hino Nacional

Língua - português (existem também duas pequenas áreas onde se falam

mirandês, derivado do asturo-leonês, e barranquenho). O português é ainda língua

oficial noutros sete países e é falado por mais de 200 milhões de pessoas

Sistema constitucional - Presidente da República (eleito por sufrágio universal

cada cinco anos), Assembleia da República (eleita por sufrágio universal cada

quatro anos), Governo (constituído com base na eleição para a Assembleia da

República), Tribunais (Tribunal Constitucional, Supremo Tribunal de Justiça,

tribunais superiores especializados [Administrativo e de Contas], tribunais de

segunda instância e tribunais de primeira instância)

13

Partidos políticos representados no parlamento - Partido Socialista, Partido

Social Democrata, Partido Comunista Português, Partido Popular, Bloco de

Esquerda, Partido Ecologista Os Verdes

Divisão territorial - duas Regiões Autónomas (Açores e Madeira) e 18 distritos no

Continente

Capital - Lisboa

Área - 92 152 km2

População -10 536 milhares (2004)

População activa - 5 523 milhares (2004)

Densidade populacional por km2 - 114 (2004)

Religião maioritária - Católica Romana

Moeda - Euro (dividido em 100 cêntimos)

Produto Interno Bruto - 135 035 milhões Euros (2004)

Produto Interno Bruto per capita - 12 817 Euros (2004)

Clima (temperaturas médias)

Costa e Arquipélagos - Inverno: 12º; Verão: 21º

Interior e zonas montanhosas: Inverno: 5º; Verão: 25º

História

A história do Estado Português começa com a assumpção do título de Rei por D.

Afonso Henriques, conde de Portucale, em 1143. Esta ruptura política com o Reino

de Leão é provocada por uma aliança entre os grandes senhores a sul do Rio Minho,

com o apoio de algumas ordens religiosas e militares. Os seus grandes centros são

Braga (a mais antiga capital dos reinos pós-romanos e que disputava a primazia

cristã das Espanhas com Santiago de Compostela), o Porto e Coimbra.

As primeiras escolhas que se colocam ao reino são entre a expansão para Norte (a

Galiza, com quem o irmana a cultura e a religião), e para Sul (com quem também o

irmana a cultura, mas, na época, dominado pelos muçulmanos). A escolha, ditada

pela força de Leão, acaba por ser o Sul, conquistando o primeiro Rei quase todo o

Alentejo.

14

A expansão para Sul, com avanços e recuos geográficos, alianças e guerras com os

Estados muçulmanos do Alentejo e Algarve, continuará a ser uma constante até

meados do século XIII. As fronteiras actuais de Portugal Continental datam dessa

época, sendo as mais antigas da Europa.

Os conflitos com Leão (impedindo as tentativas de expansão para Leste) e com

Castela (quando este Reino absorveu o de Leão) prosseguiram, interferindo os três

(e depois dois) Estados nas políticas internas uns dos outros.

Ao mesmo tempo criam-se alianças (através de casamentos reais) com os outros

Estados peninsulares (que não Leão) e com países da Europa do Norte e reforça-se

o poder da monarquia através da aliança com os burgueses dos concelhos, evitando

assim a feudalização do País. O rei passa a governar com as cortes, onde estão

representados os Três Estados (Clero, Nobreza e Povo).

A conquista dos territórios do Sul faz-se através da integração das populações de

religião Islâmica e Judaica (para além das populações cristãs que se mantinham sob

domínio muçulmano).

Ao mesmo tempo, Portugal desenvolve-se economicamente, estabelecendo relações

comerciais (exportando produtos mediterrânicos e marítimos) com a Europa do

Norte e com o Magreb.

No século XIV começam a brilhar as primeiras luzes da Idade de Ouro de Portugal.

A sua língua separa-se do galaico-português, a sua corte ganha brilho intelectual de

dimensão europeia, funda-se a universidade.

Portugal continua a interferir militar e politicamente nos assuntos da Península,

sustentando guerras com o seu vizinho castelhano, mas lutando também, em casos

específicos, ao seu lado contra o inimigo religioso comum (o Califado de Córdova e,

posteriormente, o Reino de Granada).

A afirmação marítima do País, que já tinha tradição de navegação anterior à

fundação do Estado, inicia-se então, com as primeiras viagens marítimas às

Canárias, datando dessa época a rivalidade comercial entre Lisboa e Sevilha.

O episódio de Inês de Castro, que foi cantado por toda a Europa durante o século

seguinte ocorreu em meados do século XIV.

No final do século, Portugal foi afectado pela crise social que percorreu toda a

Europa, conjugada com uma crise política interna relacionada com a que ocorria em

Castela e na qual Portugal interferiu fortemente, tal como Castela na portuguesa.

A crise terminou com a vitória de um novo rei, com o reforço dos poderes dos

concelhos e a aliança entre Portugal e a Inglaterra (a mais antiga aliança estável da

15

Europa), através da qual ambos os países reforçaram os seus laços

comerciais e políticos e se prestaram mutuamente apoio militar (os

ingleses enviando corpos de arqueiros e os portugueses enviando

navios).

No século XV, resolvida a crise e estabilizado o País, Portugal

lança-se na expansão para Sul e para Oeste através do oceano. É

descoberto oficialmente o arquipélago da Madeira e, depois, o dos

Açores, a um terço do caminho entre a Europa e a (futura)

América. São conquistadas cidades no actual Marrocos.

Ao longo de todo o século a expansão marítima continua e ganha uma importância

económica, política, intelectual e espiritual cada vez maior.

As viagens sistemáticas pela orla do continente africano (mas obrigando a viagens

em mar alto no regresso, devido ao regime de ventos) descobrem para a Europa

um novo mundo, apenas conhecido pelas memórias dos romanos (havia mil anos

atrás) e pelos contactos com os povos do Norte de África.

Portugal estabelece feitorias comerciais e relações políticas com os Estados que

encontra, mantendo com as zonas onde estes não existem contactos mais

esporádicos. O Continente passa então a funcionar como grande placa giratória do

comércio internacional entre a África e a Europa.

Navegadores portugueses exploram sistematicamente toda a costa atlântica de

África e também a sua costa índica, alcançando a almejada Índia por mar antes do

dobrar do século.

Ao mesmo tempo, lançam-se em arrojadas, mas bem planeadas, expedições de

exploração do Atlântico Norte e Sul, descobrindo provavelmente várias zonas da

América do Norte e do Sul.

Na Europa, pela acção de Portugal, abrem-se novos campos a vários tipos de

conhecimento.

No início do Século XVI, Portugal domina os oceanos Atlântico e Índico, alcançando

também o Pacífico Norte. As frotas portuguesas impõem a lei no Índico, disputando

a primazia, primeiro, e vencendo, depois, as frotas turcas.

Lisboa torna-se então o maior empório comercial do mundo, e o modo de vida de

Portugal baseia-se no comércio pela primeira vez global.

Apesar do seu poder naval, Portugal não tem força suficiente para sequer pensar

em aventurar-se no domínio da América do Norte, limitando-se a expandir-se pelo

Brasil (conhecido desde o século anterior, mas só descoberto oficialmente em 1500)

16

de forma a proteger as suas rotas para o Índico.

A ciência produzida em Portugal dita então leis na Europa e

é através dos portugueses que esta conhece (para além da

fábula) a Etiópia, a Índia, a Indochina, a China, o Tibete, as

ilhas da futura Indonésia e o Japão.

Dois factos vêm então marcar o começo da decadência deste

império (que, mesmo assim, durará de 1415 a 1975),

baseado no domínio tecnológico da navegação e da guerra

naval e em pequenos pontos de apoio em terra: a importação da Inquisição e uma

crise dinástica que se sucede a uma derrota militar no Norte de África, onde se

tentava talhar um reino que compensasse o crescente poder da Espanha.

O chefe de Estado português passa a ser Filipe II de Espanha e Portugal vê-se

envolvido nas guerras contra a Inglaterra e os Países Baixos, naquela que foi, de

facto, a primeira guerra mundial, com operações militares na Oceânia, no Índico,

na América e na Europa.

Portugal perde então o domínio de imensos portos e rotas no que viria a ser mais

tarde a Indonésia e mares adjacentes (algumas dessas comunidades mantêm ainda

hoje traços claros da presença portuguesa), mas consegue derrotar as pretensões

holandesas em África e na América do Sul.

Em 1640, Portugal recupera a sua independência da coroa de Espanha (numa

revolta contra o que começara por ser apenas uma união dinástica e acabara sendo

uma ocupação estrangeira), mantendo uma longa luta militar e diplomática para a

garantir e para limitar as perdas do seu império.

No início do século XVIII, o império marítimo do Índico, a braços com a expansão

holandesa e inglesa e com a falta de poderio (desviado para a defesa do Continente

e do Atlântico), soçobra lentamente, iniciando-se então o ciclo atlântico, centrado

na expansão na América do Sul e na criação do Brasil e nos arranjos com os

ingleses, adversários comerciais no resto do Mundo e aliados políticos na Europa,

de um modo de convivência no Atlântico.

Apesar de tudo, Portugal continua a ser uma das seis grandes potências europeias

e uma das quatro grandes potências mundiais.

Portugal já não dita leis no campo intelectual, científico e tecnológico, mas

mantém-se a par da restante Europa.

As intervenções na Europa destinam-se exclusivamente a garantir que a Espanha

não adquira o poder suficiente para voltar a realizar a sua ambição de dominar

Portugal.

17

Ao contrário do que fizera precedentemente (no Índico, onde dominou uma

estratégia de domínio de portos comerciais e militares importantes e a

miscigenação racial), no Brasil, em parte devido à escassez de população, Portugal

empreendeu uma política de emigração populacional e de ocupação territorial

sistemática.

Ao mesmo tempo, faz-se um esforço de desenvolvimento económico e de reforma

das estruturas administrativas, que encontra alguma resistência política, que fará

essas reformas gorarem-se no último quartel do século. Contudo, na área do

conhecimento, Portugal continua, já não a produzir, mas a importar o que de

melhor se faz na Europa.

O esforço de desenvolvimento económico é limitado pela dimensão do País e pelos

acordos comerciais com a Inglaterra, onde a revolução industrial já segue a pleno

vapor.

Uma nova guerra europeia, derivada da revolução francesa do final do século XVIII,

virá, simultaneamente, perturbar o crescimento económico e provocar a reforma

política.

Devido às guerras napoleónicas, Portugal passará, por alguns anos, a ser o único

Estado europeu a ter o seu Chefe de Estado fora da Europa, o que contribuirá

decisivamente para a independência do Brasil, no primeiro quartel do século XIX.

Tendo sido um dos primeiros Estados de regime absolutista, mesmo «avant la

lettre», Portugal só mudará para um regime constitucional no segundo quartel do

século.

Este atraso, conjugado com a destruição económica provocada pelas guerras

napoleónicas e a perda do Brasil, provocará um longo período de instabilidade

política e de decadência económica.

Apesar de possuir extensos territórios em África, Portugal não dispõe de meios para

os povoar e para defender militarmente a sua presença, num contexto em que as

grandes potências (que Portugal já não é) se lançam numa política de ocupação

efectiva deste continente. Ao mesmo tempo, Portugal, com excepção do Brasil, não

tem uma visão de ocupação territorial (que lhe será imposta pelas circunstâncias

em África), mas sim de estabelecimento de entrepostos comerciais.

Será, no entanto, forçado, para não perder a única coisa que lhe dá estatuto

mundial, a proceder à colonização dos territórios de Angola e Moçambique através

da ocupação militar.

O sonho de um novo Brasil (desta vez em África e de costa a costa, ligando Angola

e Moçambique através de territórios regularmente atravessados, mas nunca

18

ocupados) é impedido pelas ambições imperiais inglesas, criando o fermento para

uma nova mudança de regime político.

O crescimento económico continuou, mas de forma lenta, com Portugal a atrasar-se

em relação à Europa, devido à falta de reformas nos campos relacionados com o

conhecimento.

No início do século XX, Portugal muda de regime político instaurando uma

República.

Resultado da crise financeira que varreu a Europa após a I Guerra Mundial e da

instabilidade política, o regime parlamentar (I República) foi derrubado em 1926

por uma ditadura militar.

Em 1933, este regime deu então origem ao Estado Novo, a ditadura que governou

Portugal até 1974.

Portugal procurou preservar a sua herança colonial contrariando a tendência dos

tempos, mantendo uma longa guerra em três frentes que impediu o

desenvolvimento económico, intelectual e científico.

O fim da mais longa ditadura da história da Europa Ocidental chegou em 25 de Abril

de 1974, quando o Movimento das Forças Armadas, reinstaurou o regime

democrático.

Um ano depois, foi eleita, pela primeira vez por sufrágio universal, uma assembleia

constituinte, elaborada uma constituição e, mais outro ano passado, eleita a

Assembleia da República (parlamento) e um governo constitucional.

Após alguns anos de instabilidade política, o regime, no começo dos anos 80,

evoluiu para a democracia plena em que hoje os portugueses vivem. Com a

democracia veio o desenvolvimento económico, o florescimento cultural e científico

e, cada vez mais, a afirmação no campo das novas tecnologias.

Fechado o ciclo do império (com a descolonização em meados da década de 70),

Portugal aderiu à actual União Europeia, mas sem deixar de procurar manter uma

ligação estreita quer aos outros sete países que falam português (o que levou à

criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), quer às comunidades

portuguesas e descendentes de portugueses espalhadas por todo o mundo.

No presente, Portugal é um país constituído por três espaços territoriais (as Regiões

Autónomas dos Açores e da Madeira, no Atlântico, e o Continente, na orla atlântica

da Europa).

É hoje um país estável social e politicamente, economicamente próspero,

19

humanamente desenvolvido e que se afirma cada vez mais pela sua atitude e

capacidade de diálogo e de entendimento da diferença e pela sua cultura e modo de

vida, resultado de séculos de estreita convivência com modos de vida diferentes, a

partir do momento em que, pela sua acção, nasceu o mundo moderno.

“Uma Visão à Antiga”

O POVO PORTUGUÊS

Há cerca de oito séculos, numa Península Ibérica, indiscutível unidade geofísica,

habitada por homens voluntariosos e aguerridos, formou-se, consolidou-se e

tornou-se independente, lutando com grandes dificuldades, mas tudo vencendo

com determinação e tenacidade, um Povo de características muito

diferenciadas e bem definidas.

Foi o Povo Português.

A BASE DO CONJUNTO PORTUGUÊS

Mais tarde, decorridos três séculos, nos quais se confirmou a nacionalidade, esse

Povo, insatisfeito no seu limitado espaço territorial e na ânsia de grandeza,

desinteressou-se um pouco cautelarmente da Europa e lançou-se, através dos

mares, na descoberta do Mundo, em aventura consciente e ponderada, afrontando

obstáculos imensos que ultrapassou com as mesmas determinação e tenacidade.

Lançou-se na descoberta do Mundo e descobriu-o. Desde então, adquiriu o conceito

do universalismo e do uno, e entendeu e praticou, cada vez com maior convicção,

um princípio que Cristo abençoaria. O princípio da aproximação entre os

homens; do bom relacionamento entre etnias mais e menos, muito e

pouco, desenvolvidas, até à miscigenação; da missionação católica, sem

prejuízo da coexistência de outras religiões e crenças; e da conciliação de

culturas e tradições, e mesmo da sua fusão.

Foi a base da textura étnico-social do Conjunto Português.

A PLENITUDE DO CONJUNTO PORTUGUÊS

A meio do século XX e já bastante depois da criação, para o Mundo, de um

Brasil enorme e indiviso, multirracial e moderno, o Conjunto Português

estabilizara nessa maravilhosa textura étnico-social de autenticidade sempre

crescente, cuja base se citou, e numa grandiosa estrutura pluricontinental,

compreendendo a Metrópole Portuguesa, na Europa, as Províncias

20

Ultramarinas Portuguesas de Cabo Verde, Guiné, S. Tomé e Princípe,

Angola e Moçambique, em África, o Estado Português da Índia e as

Províncias Ultramarinas Portuguesas de Macau e Timor, na Ásia. Este

Conjunto integrava mais de vinte e cinco milhões de portugueses e abrangia mais

de dois milhões de quilómetros quadrados. Isto, sem contar com os quase quatro

milhões de emigrantes portugueses que, em numerosas regiões do Mundo, se

mantinham e expandiam a maneira portuguesa de ser e de viver.

E, para além das referidas textura étnico-social e estrutura pluricontinental, estava,

então, iminente o milagre económico, repete-se, estava iminente o milagre

económico no Conjunto Português. Milagre com base na economia

metropolitana, não muito acentuada, mas factual, sólida, crescente e promissora -

crescimento anual de mais de 7%. E já produtora de uma moeda - o escudo - sadia

e forte, invejada e desejada em todas as praças financeiras, e já produtora de

reservas em ouro e em divisas como nunca as havíamos tido nem viríamos, depois,

a ter. Mas milagre com base, também e talvez principalmente, no desenvolvimento

espectacular das duas grandes Províncias de Angola e Moçambique, cujas riquezas

imensas estavam em fase de adiantado arranque de exploração ou já mesmo em

plena exploração - crescimento anual de mais de 9%.

Nas pequenas Províncias, o esforço orientara-se noutros sentidos. Por exemplo, em

Cabo Verde não havia analfabetos, na Guiné tinham sido erradicadas as

doenças de carácter endémico e em Timor, rodeado de muçulmanos, cerca de

80% da população abraçara o catolicismo.

Também, no Conjunto Português, se situavam posições geo-estratégicas de

excepção, quer em termos nacionais quer internacionalmente. Posições sobre e

nos Atlânticos Norte e Sul e sobre o Índico.

Ainda, em Portugal, vigorava um regime autoritário, mas cujo autoritarismo era

uma necessidade harmónica com os estados de guerra que

sucessivamente, e por responsabilidade de outros, se viviam e se viveram -

Guerra de Espanha, 2ª Grande Guerra, preliminares da Guerra Ultramarina de

1961/1974 e esta Guerra Ultramarina de 1961/1974. Porém e mesmo assim, esse

autoritarismo era limitado e condicionado pelo Direito e pela Moral Cristã. O

regime conferia, deste modo, a Portugal, ao Conjunto Português, a qualidade de

Estado de Direito e, consideradas certas especificidades étnicas, religiosas e

culturais, a qualidade de Estado de Moral Cristã.

E, muito importante, Portugal era um País pleno de dignidade, com uma política

e uma administração dignas, e com dirigentes e populações igualmente dignas, em

termos internos e na sua projecção externa. Tal dignidade era conhecida e

reconhecida pela Civilização, como o mostravam os termos das relações

internacionais em que o País e os portugueses tinham e mantinham. Como casos

pontuais, podem citar-se a integração e permanência de Portugal: na OTAN, a

21

partir de 1949, data da sua fundação; na AIEA, a partir de 1957, data do início do

seu funcionamento; e na EFTA, a partir de 1959.

Kaúlza de Arriaga

“(...) esta doação faço, não por mando, ou persuasão de alguém, (...) e porque em

a vossa Irmandade [Ordem do Templo] e em todas as vossas obras sou Irmão (...)

Eu o Infante D. Afonso com minha própria mão roboro esta carta.”

Excerto da carta de doação de Soure por

D. Afonso Henriques aos Templários, 1129.

Este aturado e rigoroso trabalho de investigação de Paulo Alexandre Loução vem

tornar inteligível uma das maiores (senão a maior) lacunas da historiografia

portuguesa:

a influência indiscutível dos templários na formação espiritual e territorial do nosso

País.

Numa linguagem profunda mas acessível (o que torna a leitura apaixonante) este

‘octógono temático’ tem a virtualidade de harmonizar o rigor histórico com a

tradição esotérica, condição necessária para entrarmos no universo ‘mágico’

daqueles misteriosos Cavaleiros do GRAAL.

As nossas mais antigas raízes

PANOIAS

Panoias era a região hoje denominada de Vila Real. O Povoamento do local

tem origens que remontam ao Neolítico;

Com a Romanização, Panoias continuou a ser local de culto;

"...Os vestígios arqueológicos são muitos e no caso dos rochedos sagrados

22

de Constantim de Panoias chegam a ser impressionantes. É um dos mais

surpreendentes testemunhos do nosso passado pré-histórico..."

- Prof. JOSÉ HERMANO SARAIVA in Guia Expresso das Cidades e Vilas

Históricas de Portugal. –

O Santuário de Panóias (monumento durante muitos anos designado por

Fragas de Panóias) foi construído entre os finais do século II e os inícios

do século III d. C. É constituído por um recinto onde se encontram três

(entre outras) grandes fragas nas quais foram talhadas várias cavidades,

de diversos tamanhos, bem como escadas de acesso. Numa das rochas

foram também gravadas inscrições. Esta rocha, que denominamos de n.º 1,

situada na entrada do recinto, possui as inscrições conhecidas, e que

chegaram até nós, embora uma delas, ainda conhecida no século passado,

tenha sido entretanto destruída.

VILA REAL

R E G I Ã O

"Um reino Maravilhoso"!...

"Vê-se primeiro um mar de pedra. Vagas e vagas sideradas, hirtas e hostis,

contidas na sua força desmedida pela palavra rija de um Deus de terra.

Tudo parado e mudo.

Apenas se move, se faz ouvir o coração no peito, irrequieto, a anunciar o

começo de uma grande hora. De repente, rasga o silêncio da penedia uma

voz assim:

-Para cá do Marão mandam os que cá estão!...

23

Sente-se um calafrio. A vista alarga-se de ânsia e de assombro. Que

penedo falou? Que magia se apoderou de nós?

Mas ainda os olhos interrogam as fragas, e já a voz terrosa ordena:

-Entre!

A gente entra, e já está no REINO MARAVILHOSO!"

- MIGUEL TORGA, ed. A., Coimbra, 1950. –

Em 1289, D. Dinis concedeu-lhe foral e fundou a povoação;

"...Jardins magníficos e tesouros do passado são alguns dos atractivos do

solar mais famoso do mundo!... Você vai ficar encantado com a Casa de

Mateus. Há várias gerações que os seus orgulhosos proprietários se

dedicam a preservar a sua mágica beleza".

- MARION KAPLAN in "A Magia da Casa de Mateus", Selecções do Readers

Digest -

Vila Real é a capital da província de Trás-os-Montes e uma cidade com

vários séculos de história. Segundo se julga, terá sido habitada no

Paleolítico. Depois, por ela passaram os celtiberos, os romanos, os

bárbaros e os muçulmanos, sendo da época dos romanos o Santuário

rupestre de Panóias. A região, pouco povoada, foi alvo de uma política de

povoamento no século XII. No século XIII, D. Dinis fundou a "Pobra" de

Vila Real de Panóias, que deu origem à cidade de hoje. Uma cidade onde se

cruzam igrejas e conventos de várias épocas e estilos. Por ali passou o

famoso arquitecto Nicolau Nasoni, deixando a sua obra visível na fachada

da Igreja dos Clérigos e no solar que é um dos mais belos exemplos de

arquitectura barroca em Portugal - a Casa de Mateus. Além deste solar,

podem-se encontrar muitos outros nesta cidade que já chegou a ser

conhecida como "A Corte de Trás-os-Montes".

Depois de descobrir as potencialidades de uma cidade que é capital de uma

das mais importantes províncias vinícolas do país, não é preciso andar

muito em torno de Vila Real para descobrir a simplicidade de uma pequena

aldeia chamada Vilarinho da Samardã, onde Camilo Castelo Branco passou

os primeiros e únicos felizes anos da sua vida. Depois, uma visita a

Bisalhães e Vilar de Nantes remete-nos para a simplicidade do barro preto

e das mãos que lhe sabem dar diferentes formas. São já as mulheres de

Agarez que aplicam as suas capacidades no trabalho manual do linho.

Nas margens do Rio Corgo, um dos afluentes do Douro, a cidade de Vila

Real ergue-se a cerca de 450 metros de altitude, numa região que revela

indícios de ter sido habitada desde o Paleolítico. Vestígios de povoamentos

posteriores, como o Santuário Rupestre de Panóias, denunciam com

segurança a presença dos romanos na região, mas os tempos que se

seguiram, durante as invasões bárbaras e sobretudo muçulmanas,

impuseram um despovoamento gradual que só terminou com a

aproximação do séc. XII, com a outorga em 1096 do foral de Constantim

de Panóias, pelo Conde D. Henrique. Em 1289, por foral de D. Dinis (o

primeiro dado por este monarca a Vila Real) é fundada a pobra de Vila Real

de Panóias, que viria a transformar-se na cidade de hoje.

24

S É D E V I L A R E A L

Concelho de Alijó

A vila de Alijó, situada a cerca de 45 quilómetros da capital do Distrito -

Vila Real - localiza-se numa vasta área de cultura castreja. Sofreu, como

tantas outras localidades do actual concelho, as vicissitudes resultantes da

romanização e da ocupação mourisca.

Implantada num eixo que terá servido de fronteira em permanentes

mutações, dividia cristãos e árabes. Foi por estes destruída e

posteriormente abandonada.

Só a partir do primeiro quartel do século XII é que graças aos sucessivos

forais outorgados por D. Sancho II, (1226), D. Afonso III (1269) e, mais

tarde, por D. Manuel I , já no século XVI (em Julho de 1514), recomeçou o

seu povoamento.

Serviu de motivação para os que demandaram este concelho, além das

regalias concedidas, o seu clima e solos extraordinariamente ricos,

particularmente para a produção de vinho generoso, acreditado

"embaixador português" em todo o Mundo.

No entanto, só a partir dos séculos XII e XIII é que se assistiu a uma

ocupação ordenada, tendo sido atraídos vários representantes da nobreza

e da alta burguesia. Foi o caso do marquês de Távora - primeiro donatário

25

de Alijó e seus termos, bens incorporados na Coroa após a execução dos

Távoras, em pleno consulado pombalino.

Pelo Concelho de Alijó, existem dispersas várias manifestações do seu

povoamento antigo, desde castros a pinturas rupestres e a vestígios de

estradas romanas. A própria hagio-toponímia evidencia que do século VII

ao século XIII se manteve na área do concelho uma população laboriosa, a

qual conseguiu sobreviver às investidas quer dos mouros quer dos cristãos

das Astúrias.

Alijó, cuja etimologia teria origem na existência da história Legio Spetima

Gemina, outras teses nos indicam que o topónimo advém da palavra Ligioo,

mais tarde Lijó, que pretenderia significar a natureza pedregosa do local

naquela época, tem a sua monumentalidade representada pelo pelourinho,

algumas casas solarengas e a igreja com o seu conjunto de alfaias,

objectos de culto e várias imagens de relativo valor.

O conjunto de arquitectura religiosa nesta vila, completa-se com as capelas

do Senhor do Andor ou dos Passos; a capela de Nossa Senhora dos

Prazeres, no monte da Cunha, a de Santo António, no monte do Vilarelho;

A arquitectura civil, com excepção do pelourinho, está praticamente

circunscrita à existência do edifício da Câmara Municipal - Paços do

Concelho - parte do qual construído no século XVIII e outra parte no

século XIX. O brasão que coroa este edifício encontra-se picado, feito

levado a cabo pelos soldados franceses na Guerra Peninsular e no qual, em

vez das armas do concelho, mandaram pintar as águias napoleónicas,

então ainda triunfantes.

Próximo do monumental Plátano oriental, considerado M.N., mandado

plantar pelo visconde da Ribeira de Alijó, em 1856, fica a antiga Casa dos

Távoras; porém, o mais importante solar que existiu nesta vila, foi sem

dúvida, o Solar dos Viscondes de Alijó, no qual se encontra instalado

grande parte do comércio local.

Alijó é sede de um concelho essencialmente agrícola que se estende desde

a margem direita do rio Douro até aos limites do Concelho de Murça e ,

ainda, entre os rios Tinhela, Tua e Pinhão, que lhe conferem uma área

aproximada de 300 km2 envolvendo 49 povoações, em 19 freguesias e

quase 20.000 habitantes.

São as suas gentes, na sua maioria, rurais que contribuem para o

desenvolvimento e riqueza do concelho, aplicando-se na dureza do

trabalho do campo; A norte, a zona de planalto granítico e a sul o terreno

xistoso, inclinado para o Douro, onde predomina a cultura da vinha e onde

se produz o Vinho do Porto.

Terra rica em manifestações etnográficas, a sua gastronomia possui um

sabor requintado e poderoso, onde reinam o cabrito assado, o cozido à

portuguesa, as tripas à transmontana, as carnes fumadas, a célebre bola

de carne, e os milhos (da zona da montanha). É de salientar também o

famoso pão de Favaios muito apreciado e procurado por toda a região. Na

doçaria, o destaque vai para as célebres cavacas e amêndoas cobertas de

26

Santa Eugénia, quinzinhos, pudim de amêndoa, pão-de-ló de água, bolo

borrachão e muitos outros de reminiscência conventual.

No campo do turismo, Alijó tem imensas propostas a oferecer aos

visitantes, como o turismo fluvial no rio Douro; o turismo ecológico na foz

do Tua, local privilegiado para a pesca desportiva, e uma riqueza imensa de

miradouros e paisagens.

Tendo Alijó tradições antiquíssimas no que respeita às feiras, festas e

romarias, são estas também uma importante atracção turística.

Por tudo isto e pelas suas características de uma tranquilidade e

hospitalidade únicas, Alijó constitui sem dúvida, um dos locais mais

aprazíveis para passar umas férias de sonho, na quietude de um cenário

quase paradisíaco.

Texto integral, retirado do site da Câmara Municipal de Alijó.

27

F o n t e

MERGULHO – DE BAIXO – E OU ROMANA

Situada na Freguesia de Santa Eugénia

Povoamento

O povoamento do território que corresponde ao actual concelho de Murça é

bastante remoto, sendo vários os vestígios arqueológicos que documentam a

passagem e permanência de vários povos por esta região. Os achados mais

remotos de ocupação deste território são uns machados de pedra lascada que

foram descobertos no castro do Salto que devem datar de 500 000 a 100 000

anos a.C., do período chamado de Acheulense. No mesmo local, foi encontrado

um outro instrumento datável já do Mesolítico. Do período do Neolítico são vários

os instrumentos encontrados, entre eles, seis machados de xisto ardosiano, um

peso de pedra, entre outros. Da chamada Época Megalítica, chegaram até aos

nossos dias vários exemplares de antas, ou dólmens, bem como alguns túmulos

em forma de um corpo jazente. Da civilização castrense, são ainda visíveis no

concelho de Murça onze castros, o que revela a densa ocupação que foi feita

neste território.

O castro de Palheiros é um dos mais representativos povoados castrejos deste

concelho. Localizado no centro de um maciço rochoso, a Sudeste da freguesia de

Palheiros, integra uma área arqueológica superior a 2,5 hectares. A sua origem

28

remonta ao terceiro milénio a. C, altura em que pequenas comunidades agropastoris

se terão instalado no morro. Por volta do século IV a. C terá sido criada

uma nova aldeia que posteriormente foi protegida com muralhas. Em finais do

século III a.C. chegaram à península Ibérica os romanos, adoptando um

complexo plano de colonização.

No concelho de Murça é bem visível a romanização do castro do Cadaval, onde

foram encontrados vários vestígios da permanência deste povo. Também a

Nascente da freguesia de Fiolhoso foram encontradas duas ânforas de moedas

romanas.

Um outro importante vestígio é a via construída entre Astorga e a foz do rio

Douro, passando pelo actual concelho de Murça a qual se ramifica depois sobre o

rio Tinhela, indo um ramo para Braga, pelo planalto de Jales e outro para o vale

do rio Douro. Em finais do século IV, e sobretudo em inícios do século seguinte,

a Península Ibérica é novamente invadida, desta feita pelos germanos que se

celebrizaram pela violência com que dominavam outros povos e se apoderavam

das suas riquezas. Militarmente mais fortes, mas culturalmente menos evoluídos,

os bárbaros deixaram-se dominar pela cultura hispano-romana. Em 448, os

suevos, que tinham fundado um reino independente a noroeste da península,

com capital em Bracara convertem-se ao cristianismo. É durante o seu domínio

que é fundada na diocese de Braga a vasta paróquia rural de Panoias, a ela

pertencendo o território que mais tarde irá formar a terra de Panóias e onde

estava incluído o actual município de Murça. Na segunda metade do século VII,

os visigodos entram em decadência devido às contínuas divisões políticas e

religiosas. Aproveitando a oportunidade, os mulçumanos invadem e ocupam a

paróquia de Panóias. A primeira reconquista de Panóias coube a D. Afonso I das

Astúrias que em 753 toma Chaves, Braga, Viseu, Águeda e Panoias. No

entanto, sem meios para defender os territórios recém-conquistados, D. Afonso I

acaba por destruir 32 cidades e fortalezas, na chamada táctica de destruição e

despovoamento, como consequência, a bacia do rio Douro fica num grande

estado de despovoamento.

Em 878, D. Afonso III de Leão, conquista novamente Chaves, Panoias, Lamego

e Viseu que entretanto haviam caído no poder dos muçulmanos, tornando-se o

Douro a fronteira meridional do reino astur-leonês. Mais tarde, essa fronteira é

alargada, com Fernando Magno até ao Mondego.

O principal vestígio do domínio muçulmano no concelho de Murça é o próprio

topónimo. Segundo alguns autores, Muça (nome medieval que deu origem a

Murça) deriva de Muçaun, nome dos berberes do Norte de África que ainda antes

da invasão de 711 visitaram a Hispânia. Uma outra hipótese, é o topónimo

derivar do nome pessoal "Muça", muito usado entre os semitas e principalmente

entre os árabes. Assim sendo, o nome foi aplicado ao povoado para perpetuar o

nome de um mouro ou cristão arabizado.

29

Uma das referências escritas mais antigas relativas a Murça diz respeito à

famosa lenda da Porca de Murça, que recua ao ano 753; de acordo com a

mesma, a população de Murça era arrasada por uma grande quantidade de

javalis e ursos, razão pela qual os senhores da terra, com o auxílio do povo,

resolveram fazer montarias com o objectivo de os extinguir ou afugentar. Entre a

enorme quantidade de animais selvagens, havia uma porca ou uma ursa que era

o terror das populações, pela sua grande corpulência, ferocidade e matreirice;

todavia, alguns anos mais tarde, o senhor de Murça, depois de muita

persistência, conseguiu matar o animal e, para perpetuar e honrar tal façanha,

construiu-se a estátua da Porca de Murça, junto da qual os habitantes, como

acto de agradecimento ao senhor pelo seu feito, pagavam um foro de três

arráteis de cera. No entanto, a origem da estátua parece ser outra. Santos Júnior

reconhece que as estátuas zoomórficas do estilo da Porca de Murça são de difícil

explicação mas que tudo leva a crer que tenham origem numa civilização

castreja, por altura da invasão dos celtas. Sobre o seu significado, os autores

divergem. As estátuas zoomórficas são geralmente ídolos que os povos

adoravam, monumentos lavrados para colocar ao pé dos sepulcros e por vezes

lembranças feitas em cumprimento de um voto. Estas estátuas seriam então

manifestações de um velho culto castrejo que adorava animais como deuses

protectores com a finalidade de afastar calamidades, roubos, doenças e outros

malefícios.

Aquando das Inquirições de 1220, Murça beneficiava já de um foro bem definido

que teria sido estabelecido através de uma "carta". No entanto, segundo uma

carta de sentença de D. Dinis, escrita em 1303, a primeira carta oficial de foro do

concelho de Murça foi passada em 1224 por D. Sancho II. Segundo a carta foral,

era dever dos habitantes de Murça: pagar ao rei o seu foro; ir ao mandado do

mordomo desde Murça até S. Lourenço do Pinhão, Santa Maria de Jales, Ledra e

Abreiro; ir à entroviscada quando o rei visitasse o concelho; guardar o castelo de

Noura, em tempo de Guerra; ir em apelido até ao ponto em que pudessem

regressar a suas casas no mesmo dia; dar ao prestameiro e ao mordomo um dia

de vida (imposto dedicado à sustentação do rei ou dos seus funcionários) quando

eles andassem no serviço de recolha dos tributos; fornecer dois mordomos de

assembleia municipal os quais deveriam pagar no fim, um maravedi cada um;

pagar a taxa da caça que apanhassem no madeiro ou na corda uma das mãos do

urso, uma espádua do porco montês, uma perna com o lombo do veado; pagar a

multa da voz e coima caso praticassem algum crime.

Para resolver os problemas da comunidade, Murça tinha um órgão próprio, sendo

que a iniciativa da sua criação deveria ter estado na própria comunidade local. A

carta de concelho passada por D. Sancho terá reconhecido oficialmente essa

organização autárquica, tendo sido confirmado por D. Afonso II a 10 de Janeiro

de 1268. Outros forais lhe foram concedidos, a 18 de Abril de 1304 e a 9 de Maio

de 1512 por D. Dinis e D. Manuel respectivamente.

30

O julgado de Murça é doado entre 1279 e 1283 por D. Dinis, a Mem Rodrigues,

no entanto, a 6 de Dezembro de 1283 o mesmo monarca retira-lhe esse

território. A 23 de Maio de 1360, D. Pedro estando em cortes em Elvas doa, a

requerimento do príncipe herdeiro D. Fernando, os julgados de Murça e Jales ao

Infante D. Dinis e em 1377, D. Fernando faz doação dos bens do Infante D. Dinis

à Princesa D. Beatriz, herdeira do trono. Dada a extensão dos bens concedidos e

a idade da princesa, o monarca nomeia dois curadores que administrassem os

bens em nome dela. Tanto Murça como Jales eram, por essa altura,

administrativamente dois concelhos e judicialmente dois julgados, gozando

ambos de autonomia administrativa, estando sujeitos apenas às autoridades

hierárquicas de Panóias.

A 12 de Dezembro de 1369, a pedido da assembleia municipal de Vila Real, D.

Fernando integrou os julgados de Gouvães, Favaios, Alijó, Paredes (lugar da

freguesia de Soutelo), Murça, Jales, Tresminas e Lamas de Orelhão no

termo de Vila Real. Esta decisão iria trazer consequências graves para a

autonomia dos Julgados de Murça e de Jales que ficaram sem órgãos autárquicos

próprios e por conseguinte sem autoridade. A partir de então apenas o concelho

de Vila Real poderia constituir delegados. D. João I doa Murça a Gonçalves

Vasques Guedes, por serviços por ele praticados ao longo da crise dinástica de

1383-85. Segundo a carta que a documentou, D. João doou-lhe quatro vilas

(Murça, Brunhais, Água Revés e Castro e Torre de D. Chama), com os

respectivos termos que passaram a constituir um morgado. Esta doação foi de

efeito imediato, perpétua e hereditária. O hereditário recebeu da coroa tudo

quanto ela possuía nessas terras, ficando para o soberano a correição e a justiça

maior, ou alçada. A transmissão da herança fez-se conforme a Lei Mental,

requerendo sempre a confirmação do rei a qual deveria acontecer igualmente

todas as vezes que subia ao trono um novo monarca. Quando o donatário não

teve filhos legítimos, houve que requerer primeiro a sua legitimação; e quando

não houve qualquer descendente os bens doados caíram na posse da coroa que

os tornou a doar por nova mercê. A partir do século XVI, os direitos dos

donatários foram aumentados em 1544, D. João III concedeu-lhe o direito de

apresentar os tabeliães do público e do cível e ainda o de receber o seu apelo;

em 1646, D. João IV outorgou-lhe o ofício de meirinho.

Ao passarem a carta de doação ou de confirmação de doação, os reis

mencionaram sempre os motivos das suas mercês, delimitando à partida o prazo

da sua duração. Esta que a princípio era perpétua, passou a partir de certa altura

a ser efectuada por uma vida. O senhorio dos Guedes prolongou-se até 1790,

ano em que por carta de lei de 19 de Julho, o poder judicial dos senhores foi

reduzido.

Por alvará de 7 de Janeiro de 1792, a Rainha D. Maria I fez passar o concelho de

Murça para a comarca de Vila Real. quatro anos depois, a mesma soberana

31

procurou reformar a divisão administrativa transmontana, pelo que para aí

enviou o juiz Columbano Pinto Ribeiro de Castro que propôs a dissolução do

concelho de Alfarela de Jales e a sua integração no de Murça. Com a reforma

administrativa de 1832, Murça passa a pertencer à província de Trás-os-

Montes e à comarca de Vila Real. Três anos mais tarde, desaparecem as

províncias e as comarcas administrativas, dando lugar aos distritos, sendo o

município de Murça incluído no distrito de Vila Real.

Sob o ponto de vista judicial, após a organização de 1832-1835 Murça passa a

julgado, com dez freguesias judiciais, sendo integrada na comarca de Alijó. A

grande alteração dos limites concelhios dá-se a 31 de Dezembro de 1853 que

dissolve 11 municípios da comarca administrativa de Vila Real. Através desse

decreto, o concelho de Murça recebe as freguesias de Carva e de Vilares do

concelho de Alfarela de Jales que é extinto; perde as freguesias de Pegarinhos,

Pópulo e Santa Eugénia, a favor de Alijó, passando a ser então constituído

pelas freguesias de Candedo, Carva, Fiolhoso, Murça, Noura, Palheiros,

Sobreira, Valongo dos Milhais e Vilares. Em 1891 é criada a comarca judicial

de Murça que é dessa forma desanexada de Alijó. Por decreto de 26 de Setembro

de 1895 as fronteiras concelhias são novamente alteradas: as freguesias de

Curros, Jou e Vales são desanexadas do concelho de Valpaços e incorporadas

no de Murça e por decreto de 13 de Janeiro de 1898 as freguesias de Curros e

Vales regressam ao município de Valpaços, sendo que Jou permanece no de

Murça. Em 1927 a comarca de Murça é de novo anexada à comarca de Alijó,

voltando a ser instaurada em 1964.

No respeitante à organização eclesiástica, a paróquia de Santiago de Murça

pertencia ao arcediago de Panoias e à diocese primaz de Braga. Quanto à data

de instituição da paróquia, esta é desconhecida, supondo-se que terá sido por

volta do século XI, tendo nascido do desmembramento da velha paróquia rural

de Panoias, tendo sido construída a igreja paroquial de Santiago, pelos

paroquianos a quem era devido o direito de padroado. Este direito, implicava três

privilégios: apresentar o abade a ser nomeado pelo bispo, gozar de certas

distinções honoríficas e reservar parte das rendas do benefício. Entre 1220 e

1258 o padroado passou para o rei, o mesmo se passando com a maioria das

igrejas de Panóias. À data de foral de 1224, a igreja de Santiago de Murça tinha

uma sufragânea que se pensa ser a igreja de Santa Maria de Noura. Por carta de

9 de Abril de 1318 D. Dinis fez dela doação ao Mosteiro de Santa Clara de Vila do

Conde, vindo a passar à coroa no reinado de D. Afonso IV. A 3 de Novembro de

1380, D. Fernando apresentou nela o mestre Gil que, além de clérigo, era

também seu médico. Este monarca concedeu-lhe a 5 de Fevereiro de 1382 o

privilégio de que nem os funcionários reais nem outra pessoa pudesse pousar na

dita igreja. Falecido o mestre Gil, D. João, a 7 de Maio de 1394 apresentou em

seu lugar, Fernão Vasques. Em 1528 o padroado da Igreja de Santiago de Murça

pertencia à Colegiada de Santa Maria da Oliveira, de Guimarães, na qual se

32

manteve até 1832. Em 1882 Murça passa para a Diocese de Lamego onde

permanece até 20 de Abril de 1922, ano em que transita para a recém-criada

diocese de Vila Real.

José Nogueira dos Reis

33

VINHO DE SANTA EUGÉNIA

Vista da Capela de Santa Bárbara

34

"Visite Santa Eugénia"

Rua da Barreira, n.º12 - 5070/411 Santa Eugénia

História de Santa Eugénia

35

Falar de Santa Eugénia

Bate por Ti

Falar de Santa Eugénia, é deixarmo-nos envolver por um certo transe,

deslizando a tinta ao sabor daquilo que nos ocorre no pensamento, é

sentirmo-nos num espaço tão ínfimo, mas tão grande, tão nobre, que todas as

palavras que se possam utilizar, é apenas um pouco daquilo que sentimos

36

desta maravilhosa terra.

Freguesia com profundas raízes históricas, materializadas no belíssimo

património cultural e na memória colectiva das suas gentes.

São múltiplas as potencialidade turísticas: a beleza natural das suas serras, as

aprazíveis paisagens, o rio «Tinhela», a gastronomia e o património

arqueológico, construído, etnográfico e artístico, constituem a identidade

natural e cultural desta belíssima aldeia.

Orgulhamo-nos pois de expor e tornar acessível a todos, através desta nova

forma de comunicar, os traços gerais que caracterizam esta terra

«Transmontana». Quem nos visita pela primeira vez, dificilmente escapa ao

desejo de visitar novamente este lugar deslumbrante.

Autor

José Nogueira dos Reis

Tempos longínquos

Foi por volta do século III a.C. que o fenómeno da romanização se fez sentir no ocidente

peninsular, atraídos pelas riquezas naturais. O actual território nacional foi ocupado depois

de sangrentas lutas travadas com os povos indígenas (tribos celtas pertencentes à grande

família dos lusitanos).

A permanência romana não foi inócua nem desguarnecida de sentido de oportunidade.

Assim, por questões militares (defesa) e económicas, organizavam política e

administrativamente todo o espaço físico conquistado e sob o seu domínio, por forma a

haver um melhor controlo do território ocupado. Contudo a consolidação das políticas

colonizadoras passavam também pela estratégia de criação de infra-estruturas que

assegurassem toda a operacionalidade de circulação de mercadorias, pessoas, exércitos,

37

ideias, etc..

A sua presença deixou, embora de modo desigual, marcas materiais bem visíveis em todo o

país. É neste campo que a freguesia de Santa Eugénia mostra vestígios de uma ocupação

peculiar.

Autor:

José Nogueira dos Reis

.Património Arqueológico

Santa Eugénia, conserva um vasto conjunto de monumentos e sítios arqueológicos

autênticos

que preservam e perpetuam a memória ancestral de outras ocupações humanas com

estádios

de desenvolvimento cultural, social, económico e religiosos muito próprios dessas civilização

em épocas distintas, em que o legado cultural por elas deixado, que o tempo e a

modernidade

não conseguiu apagar, faz a história da freguesia nos tempos mais longínquos, desde a

Pré-história

à Idade Média.

.A Origem da Povoação

38

A ocupação humana do território onde hoje é o lugar de Santa Eugénia,

remonta aos tempos da mais longínqua pré-história, conforme o mostram

inúmeros achados arqueológicos nas redondezas, que nos dão o

testemunho de indústrias líticas (paleolíticas e neolíticas) implantadas na

região.

Um dos centros arqueológicos da Freguesia, onde existem : uma fonte

Romana,«Fonte de Mergulho», a «Laje do Concelho», a «Igreja matriz»,

um «Cruzeiro», um «Chafariz» e

«Casas Brasonadas», é o centro da aldeia.

Achados Arqueológicos

Várias são as moedas romanas achadas em diversos locais das redondezas

pertencentes actualmente ao concelho Alijó, encontraram-se algumas com

legendas tais como "NERVS CLAVDIVS AVGVSTVS" ou ainda

"VESPASIANVS AVGVSTVS", ambas referências a nomes de imperadores

romanos do séc. I.

Outro centro arqueológico é as Grutas Rupestres, na freguesia de Carlão,

limítrofe de Santa Eugénia.

Aqui segundo se conta uma pintura Rupestre foi destruída

39

aquando da busca de Volfrâmio (contou-mo variadíssimas vezes,

Francisco Henrique, Francisco Henrique Novo e Artur Coelho dos

Reis. Prova-o também o seu culto de origem sueva. Da época

Romana existe, em pleno estado de conservação, uma «Fonte de

Mergulho», aqui denominada «Fonte de Baixo».

Santa Eugénia, situa-se a cerca de 15km. de uma das saídas da I.P.4-Pópulo.

Tem a área Aproximada de: 779 ha (7.79km2)

As Freguesias limítrofes são: A Norte - Pegarinhos; A Sul - Carlão; A Este -

Candedo (esta do concelho de Murça); A Oeste - Casas da Serra (lugar da

freguesia de Carlão)

Do total da Área referida, aproximadamente 480 ha, são de monocultura intensiva, a saber:

Vinha, cuja produção se destina ao fabrico de "Vinho do Porto" e, o não beneficiado a

"Vinho de Mesa".

Estão também preenchidos com olival tradicional, aproximadamente 100 ha.

Orago: Santa Eugénia

Topónimo: Eugénia, de origem grega, significa Bem Vinda, Bem Aparecida, de

Boa Linhagem.

Marca de tempos remotos, estão, bem patentes, na

«Laje do Concelho»

Laje do Concelho

Concelho - substantivo masculino.

Significa: Circunscrição administrativa;

40

Subdivisão de Distrito;

Município.

Latim – conciliu.

Significa – Assembleia.

É precisamente da acepção Latina, que esta «Laje do

Concelho», herdou o nome. Era o local onde os «vizinhos»

(antigo nome dado aos habitantes bons), se reuniam em

assembleia, quer para eleger os seus dignos representantes

junto de entidades hierarquicamente superiores (exemplo:

Nos órgãos concelhios), quer para resolver problemas

respeitantes a si próprios e/ou à localidade. Servia também

de «Tribunal Moral», isto é:

Ali eram publicamente denunciados os maus actos e seus

praticantes. O malfeitor, ou se emendava, ou era

simplesmente arredado do mais simples convívio com os

vizinhos.

Por sorte do destino, tinha esta «LAjE do Concelho» uma

outra função. Era precisamente o local de marcação limite,

da altitude máxima permitida pelo Marquês de Pombal, para

autorização de «benefício».

Esta mesma «Laje do Concelho», situa-se precisamente num

dos extremos - início - da rua Marquês de Pombal.

Coincidência ou propósito desta estranha relação, entre a

«LAjE do Concelho» (um pouco abaixo dos 500 metros de

altitude) e a rua «Marquês» de Pombal (autor da marcação

da mais antiga região demarcada), com toda a modéstia, não

41

o sei. Acho apenas uma coincidência demasiado coincidente.

Vou, para um melhor entendimento deste sítio, fazer uma

retrospectiva histórica, de uma forma sucinta;

Pelouro – D.João I, por carta Régia de 13 de Junho de 1391,

descreve as grandes tropelias que as eleições para os

concelhos provocavam “Grandes Sayoarias e rogos”, através

das quais só se criavam grandes ódios entre os «vizinhos».

Na dita carta Régia determinava-se o 1º recenseamento

eleitoral que Portugal teve. Nele se mandava que os oficiais

do governo fizessem «róis». (...) o nome era escrito num

papel separado e metido numa bola de cera, chamada

pelouro – daí o nome dos actuais pelouros das vereações –

eram estes, por sua vez, metidos numas caixas a que hoje

damos o nome de urnas e então se chamavam «capelos».

Mas as queixas de fraudes eleitorais continuaram, pois, tem-se

conhecimento de que esse problema foi posto também nas

cortes de Évora de 1451.Outras dificuldades atravessou o

processo de eleição dos «edis», e não menor foi a de em

certos concelhos haver tantos indivíduos com privilégios

religiosos ou dados pelo rei, que por eles se esquivavam os

cargos para que eram eleitos. Estou absolutamente

convencido, de que estas fraudes e problemas, sempre se

mantiveram, mas, também, a necessidade dos «vizinhos» de

beneficiar de um executivo local, que compreende os

problemas da terra e dos homens do respectivo concelho.

Então, os caciques, ontem como hoje, procuram eternizar-se

no poder. Uma das formas mais antigas de o fazer, era e é,

amedrontar os mais necessitados. Para tal, é absolutamente

necessário, exercer algum modo de pressão e/ou controle. A

fórmula aqui encontrada (e não só aqui), era dar-lhe uma

aparência «séria», fazendo eleições para escolha «livre?»,

pelo menos na aparência, mas de dedo no ar!!!. Porque

assim, as pessoas de condição social inferior, com medo de

represálias futuras, elegiam quem os mais privilegiados

queriam. Essas eleições, eram realizadas na LAJE DO

CONCELHO.

42

Celebridades

Figuras Ilustres, pré-25/4/1974:

José Cunha Cardoso

Manuel José Guerra Santos Melo

Responsável por: Luz eléctrica; Água Pública; Casa do Povo;

Reparação da Capela de Santa Barbara, Igreja Matriz, Cemitério,

Escolas. Para além da água ser explorada numa sua propriedade,

ainda hoje, quando existe escassez de água, a sua família põe uma

torneira de água a correr para toda a povoação.

Professor Doutor Ernesto Morais

Natural de Pegarinhos, abraçou a Freguesia de Santa Eugénia por

matrimónio e adopção. Era em Santa Eugénia que passava as suas

férias e, onde passeava as suas «quintas».

Director do Hospital de São João – Porto - , Professor Universitário,

grande Investigador e enorme Cientista.

Ajudou muitos concidadãos – de Santa Eugénia e de Pegarinhos - ,

visitando-os, a terem tratamento de Excelência no Hospital onde Sua

Senhoria o Senhor Professor Doutor era Director.

Bem haja e que Deus lhe escancare – abra – as portas do paraíso.

Pós 25/4/1974:

43

Doutor António Alves Martinho

Deputado na Assembleia da República, em dois mandatos

consecutivos. Grande defensor do «Douro» e principalmente dos

durienses. Conhecedor das dificuldades destas terras, nunca se

escusou a esforços, quer na defesa da melhoria das condições

socio-económicas, quer na defesa dos seus mais elementares

direitos. Enquanto deputado na Assembleia da República, fez

várias visitas de trabalho à Casa do Douro, bateu-se

galhardamente pela sua recuperação económica e pela

recuperação da linha de orientação da sua origem, que era a

defesa intransigente dos lavradores do douro, seus associados. Foi

sempre defensor de uma forte representatividade dos pequenos e

médios produtores do douro, nas instituições oficiais, e/ou

representantes da «região». Na continuidade desta orientação de

defesa, que sua Ex.ª, o senhor Doutor Martinho perfilhou, fez parte

44

da Direcção da Adega Cooperativa de Alijó.

Uma das suas paixões - ou não fosse ele uma figura de

elevadíssima vontade de igualdade de oportunidades, melhoria do

factor social, acesso de todos à educação e à saúde - era o

associativismo, como forma aglutinadora do reunir das gentes, do

reflectir, do ensinar, do aprender, do divertimento sadio, do

desenvolvimento harmonioso da pessoa humana e da maturidade

democrática adquirida na mais pura convivência. Assim sendo,

pode dizer-se sem receio de qualquer espécie de inverdade, que a

ele se deve, a sede do «Grupo Desportivo Cultural e Recreativo de

Santa Eugénia. Obra que orgulha todos os concidadãos desta terra,

da qual ele foi co-fundador e Presidente vários anos. Foi

Presidente e sócio-fundador da Associação dos Amigos do Museu

do Douro e é o actual Governador Civil do Distrito de Vila Real.

Actualmente – 23/10/2010 – é o Presidente do Turismo do Douro.

DOUTOR ANTÓNIO ALVES MARTINHO

GOVERNADOR CIVIL DO DISTRITO DE VILA REAL

A CAPITAL DO DISTRITO – VILA REAL -

45

ENCONTRA-SE SITUADA A APROXIMADAMENTE QUATROCENTOS E CINQUENTA

(450) METROS DE ALTITUDE – ALTITUDE SENSIVELMENTE SEMELHANTE Á DA

FREGUESIA QUE O VIU NASCER, SANTA EUGÉNIA - , SOBRE A MARGEM DIREITA

DO RIO CORGO, AFLUENTE DO RIO DOURO. LOCALIZA-SE NUM PLANALTO QUE

TEM EM REDOR MONTANHAS DE ALTITUDE ACENTUADA, A SABER, SERRA DO

MARÃO E SERRA DO ALVÃO. O CONCELHO MANTÉM CARACTERÍSTICAS AGRÍCOLAS

BEM MARCADAS.

A PAISAGEM É COMPOSTA POR TRÊS (3) ZONAS FUNDAMENTAIS, A SABER:

1 – A ZONA FÉRTIL DA CAMPEÃ.

2 – A ZONA MONTANHOSA OU ZONA DAS SERRAS.

3 – A SITUADA A SUL, COM CULTURAS DURIENSES, EM QUE A PRESENÇA DO RIO

DOURO JÁ SE FAZ SENTIR DE FORMA NOTÓRIA, QUER NAS CULTURAS, QUER NO

CLIMA.

A CIDADE CAPITAL DE DISTRITO, É BANHADA POR DOIS (2), O CORGO E O

SABOR.

SUA SENHORIA O SENHOR DOUTOR ANTÓNIO MARTINHO, TOMOU POSSE NO DIA

05/04/2005, EM LISBOA E, A CERIMÓNIA DE APRESENTAÇÃO NA SEDE DO

GOVERNO CIVIL, ACONTECEU ACOMPANHADA DE UMA SINGULAR CERIMÓNIA DE

APRESENTAÇÃO, A 08 DO MESMO MÊS.

AS COMPETÊNCIAS QUE A LEGISLAÇÃO OFERECE AOS SENHORES GOVERNADORES

CIVIS, É, FUNDAMENTALMENTE:

1 – REPRESENTAÇÃO DO GOVERNO DA REPÚBLICA;

2 – NA SEGURANÇA PÚBLICA;

46

3 – NA PROTECÇÃO CIVIL

SEGUNDO AS PALAVRAS DIRIGIDAS AOS PARTICIPANTES NA CERIMÓNIA DE

APRESENTAÇÃO – ACONTECIDA DO EDIFÍCIO DO GOVERNO CIVIL, A 08/04/2005 -

, BEM COMO DIVULGADA PELOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL, O SENHOR

DOUTOR EXPLANOU A SUA PRÓPRIA INTERPRETAÇÃO DAQUELES PODERES OU

COMPETÊNCIAS, COLOCANDO EM DESTAQUE ALGUNS PONTOS. PODE-SE INFERIR

QUE PARA SUA SENHORIA, A SEGURANÇA E O BEM-ESTAR DOS CIDADÃOS SÃO

VALORES DE ENORMÍSSIMA IMPORTÂNCIA, MARCADOS PELAS EXIGÊNCIAS QUE O

DIA A DIA ACARRETA.

O SENHOR DOUTOR MARTINHO, É DEFENSOR DA CHAMADA SOLUÇÃO QUATRO

(4), AFIRMANDO JÁ POR VARIAS VEZES, QUE É A SOLUÇÃO QUE MELHOR

DEFENDE OS INTERESSES DA REGIÃO E DOS CIDADÃOS.

POR: JOSÉ NOGUEIRA DOS REIS

47

Professor Manuel Adérito Figueira

48

Vice-Presidente e Vereador do Pelouro de Obras na Câmara

Municipal de Alijó. Dotado de uma capacidade de trabalho em prol

do bem público, fora do comum, defensor da cultura popular, suas

tradições e festas, respeitador dos seus mitos e ritos, a ele se

deve, entre muitas outras coisas, a continuidade da «NOSSA

FESTA». Foi também Presidente da Assembleia-geral do Grupo

Desportivo.

Sem prejuízo das outras terras, tem contribuído enquanto

Vereador do Pelouro das Obras da C.M. de Alijó, para o

desenvolvimento do património edificado e do bem-estar dos

habitantes desta freguesia. A ele se deve – em grande parte – a

continuidade da existência do Centro Social.

O AUTOR DESTE SITE

José Nogueira dos Reis

49

Tem contribuído para o desenvolvimento cultural das gentes desta freguesia – desde os

jovens, aos adultos – homem de um só carácter, de um só ser,

fosse qual fosse a fase da vida por que estivesse a passar. Foi

fundador e Co – fundador de todas as associações culturais, de

solidariedade, associativas, desportivas e/ou recreativas.

Refundou o teatro, deu educação a adultos, foi promotor cultural,

fundador (nesta freguesia) do partido socialista, tendo contudo,

sempre presente o desenvolvimento, independência e afirmação

destas gentes. Homem de uma simplicidade fora do comum,

aparecia e desaparecia, quase sem se dar por ele!!. Pessoa sempre

pronta a compartilhar o seu conhecimento, nunca se esquivou a

dar uma boa e útil informação, a procurar ele próprio informar-se

para informar. Fruto do seu avanço, quer para a época, quer em

relação aos seus conterrâneos, trilhou caminhos amargos, que só a

ele prejudicaram, mas, que lhe serviram de ensinamento para

segurar a queda de outros. Julgo mesmo, que o seu maior inimigo,

foi o seu avanço. Para se saber um pouco mais de este «SENHOR»,

VISITEM-SE OS SEUS SITES:

http://zereis.tripod.com/ ; http://nogueirareis.tripod.com/alijo/

(Aqui encontrarão hiperligações para outros)

José dos Santos Varela e D. Alice Vilela

São para mim figuras únicas e ímpares. Nascidos há quase um

século, tiveram o amor e inteligência suficientes para mandar

Formar os seus quatro (4) filhos . Estes, por sua vez, prestaram

a melhor vassalagem possível aos seus amados pais; como?

Sendo todos detentores de uma cultura e Q.I. muito acima da

média, e, tão ou mais digno do que isso, sendo todos possuidores

de um espírito de solidariedade pouco comum, nos tempos que

decorrem.

Dona Teresa Varela e Dona Ester Varela

Ambas professoras primárias, são inovadoras na forma de

ensinar as crianças, deixando para trás tempos de outras

«Donas». Foram mesmo pioneiras de uma forma de ensinar (e

eu fui seu aluno) justa, profissional e mesmo democrática.

Parabéns. Pessoalmente, sempre que os meus professores de

50

ciclo ou liceu, me diziam: Bem-aventurado o seu professor (a)da

Escola primária, ou parabéns ao professor (a)que teve na

primária, eu respondia: Grato estou à minha professora de

Admissão; Parabéns, dou, por tudo quanto me ensinou e por

nunca se esquivar ao trabalho de me preparar, quer para o

ensino, quer para a vida, à Exmª Dona Ester Varela, minha

professora de Admissão, que julgo ter aprendido com ela em

quatro meses, mais que muitos, e eu próprio, com outros

professores, em quatro anos. Eu não tive a sorte de conhecer tão

profundamente a irmã - Dona Teresa Varela - mas, cresci e nasci

na mesma aldeia que a viu nascer, fui seu vizinho e hóspede da

sua SANTA SOGRA, e, julgo ter o conhecimento suficiente, ao

conhecer também seus filhos e marido, que a sua dignidade em

nada é inferior à de sua irmã - Dona Ester Varela - e minha

professora de admissão. Em conversa com seu primo -

Guilhermino Magalhães - sobre este tema, ele disse-me: Zé, há

duas senhoras que eu admiro imenso, uma é minha mãe, outra é

a minha prima Teresa.

Conheci «Professores», que faziam «bons alunos», daqueles que

já iam ensinados, aos outros, nem cartão lhe passavam. Agora

estas Senhoras com S grande, nunca se pouparam a esforços

para ensinarem todos os alunos, de acordo com as necessidades

de aprendizagem de cada um.

José Manuel Vilela Varela

Professor de Filosofia, é uma autêntica «enciclopédia», mas,

quase permanentemente aberta e ao dispor do Povo. É vê-lo

irradiando a maior das felicidades, sempre que se apercebe que

está a contribuir para o avanço destas gentes. Devemos afirmar,

antes que nos esqueçamos, que ele trava essa profilaxia há

muitos e longos anos. Há sem duvida pessoas - embora raras -

que nascem não sei com que bichinho, que só lhes puxa para

fazerem bem. Julgo poder até dizer, que isso é a sua maior

felicidade. Eu nunca me cansaria de o ouvir, cada conversa com

ele equivale a muitas horas de estudos/experiências, com a

vantagem de não acontecerem erróneas interpretações ou

51

deturpados conhecimentos que o nevoeiro da minha ignorância

pode ocultar. Cada «discussão» com ele, é uma viagem à terra

do conhecimento, sem medo do «Pecado original».

Só estou bem comigo próprio quando me

exprimo com uma única cara.

Ás vezes agrado às pessoas, outras vezes não,

mas a mim agrada-me ser eu mesmo.

Para além de simplesmente

célebres.

"Grandes Referências da minha vida - Externa à minha Família

tradicional (Pai, Mãe e Filhos)"

Já Falecidos:

Era o «Tio Artur» - meu avô Paterno - chamavam-lhe assim (seu

nome, era: Artur Coelho dos Reis; Era o «Zé do Carvalhal» - meu

avô Materno e meu Padrinho - chamavam-lhe assim (seu nome,

era: José Augusto Nogueira); Era o Senhor «Francisco da

Prudência» - chamavam-lhe assim(seu nome, era: Francisco

Henrique Novo); Era o Senhor «Santos Melo» - Chamava-se

Manuel José Guerra Santos Melo - , avô Materno de meus filhos.

Única Família com capela particular. A ele se referia a célebre

expressão popular, "Eu é que mando, quem paga é o Senhor

Santos"; Era o Senhor Hilário - Seu nome, era: Hilário Areias - , a

ele se atribui a célebre expressão popular, "Quem não sabe calase";

Era o Senhor Cunha - seu nome, Manuel de Almeida Cunha - ,

Enfermeiro-médico de toda a população de Santa Eugénia - , a

ele se atribui a hipérbole, "Encontrei mais de cem (100) bagos de

azeitona no papo de uma (1) perdiz; Era o «Zé L'ipio» -

chamavam-lhe assim (seu nome, era: José Alípio da Cunha

Cardoso); Era o Senhor «Manuel Lousada» - chamavam-lhe

assim (seu nome, era: Manuel João Varela) - . A Dona «Rosinha» -  mãe do Senhor Martins - , proprietária da pensão onde me hospedei em Vila Real. Era pura e simplesmente uma “Santa”.

52

Felizmente ainda vivos

O Filho do Tabelas - Já não lhe chamam tanto assim (Doutor

António Alves Martinho) - sua marca pessoal extravasa já para

fora desta Freguesia, deste Concelho e desta Distrito; O Zé

Man'el - Chamam-lhe assim - José Manuel Vilela Varela,

Professor de Filosofia - , uma autêntica enciclopédia à disposição

do povo; O Man'elzinho - Chamam-lhe assim (Seu nome, Manuel

Augusto Henrique Magalhães) - Gerente da Companhia de

Seguros Zurique, em Vila Real - ; A Menina Ester - chamam-lhe

assim. Seu nome: Dona Maria Ester Varela - minha professora de

Admissão. É o «Gaspar» (meu primo carnal) - chamam-lhe assim

- , obteve o primeiro curso (contabilidade) no Instituto Superior

de Contabilidade e formou-se agora em Direito Fiscal. É

funcionário da Administração de Finanças-Porto.

O Senhor Manuel Martins – Filho da Dona Rosinha - , ex-gerente da companhia de seguros Zurich(Vila Real).

"Não quero deixar passar a oportunidade de aqui referir que

mesmo os primeiros continuam a viver, porque recordados."

Todos, mas mesmo todos (a) estes meus amigos, admiro pela

sua coragem, honestidade, lealdade, inteligência e filantropia.

São uma marca gravada em mim por dentro, uma contínua e

permanente referência na minha vida, um exemplo.

Pessoas com quem convivi - menos do que sempre desejei - , que

tive a Fortuna de conhecer, com quem aprendi - sempre mais do

que previ - , desde a Ética à Moral, desde A Psicologia à História,

passando pela Filosofia, desde a Matemática à Geografia,

passando pela Língua de Camões, desde a Teoria à Prática,

passando por contextos reais de vida.

De quase todos, recordo sorrisos, sorrisos lindos, francos e

transparentes, que não raras vezes poisavam os olhos nas

minhas inquietações e me diziam: ´´Ó Zé, por vezes és tão

ingénuo.

Recordo nos primeiros, a coragem dos tempos difíceis - duas

guerras mundiais, duas civis, uma colonial - , fome, guerras, e

trabalho de escravatura; E também nos tempos aparentemente

mais fáceis, também recordo nalguns deles, as horas, os dias, as

semanas, meses... anos de resistência, tortura, etc.

53

Recordo - em quase todos - , a capacidade de dizer não, de se

opor, de dizer abertamente, não concordo e explicar porquê, de

incomodar. A capacidade de reconhecer que, enquanto seres

vivos, não podiam deixar de reflectir, de aprender, de conjugar a

vida com a incomodidade de serem incómodos, de serem

diferentes e audazes.

Recordo em todos eles a simplicidade de defenderem a verdade

em que acreditavam e acreditam, sem pensarem em elogios e ou

recompensas.

Particularmente a si Doutor Martinho, a ti Zé Manuel, a ti Primo

António e a ti Magalhães, havemos de almoçar juntos - um dia

destes - e voltar a conversar.

E, mesmo daqui de longe, queridos amigos, sereis recordados.

Ouvirei os ecos das vossas vozes, o vosso exemplo de cidadania,

de elevado profissionalismo - bem raro nos dias que correm - e

de pura amizade.

Até lá, com a graça da inteligência, um grande abraço.

2- População

Habitantes-511

Residentes-HM-410-H-191, (com mais de 18 anos);

Eleitores inscritos: 480 (compreendidos entre os n.º 3 e 711);

Famílias-191

54

Alojamentos-223

Edificios-215

No reinado de D.Sancho II, Santa Eugénia, fazia parte do concelho

de Alijó;

Em 1258, nas Inquisições de D.Afonso III, Aparece no concelho de

Murça.

Em 1269, D.Afonso III, ao confirmar o foral de seu irmão, dado a

Alijó, ainda inclui de forma condicional, Santa Eugénia no concelho

de Alijó.

A verdade é que no recenseamento de 1530, (reinado de D.João

III), Aparece no concelho de Murça. Só regressou a Alijó com a

reforma administrativa de 1853.

População e sua distribuição por sexos

Actualmente, StªEugénia, tem cerca de 520 habitantes, dos quais

410 são nela residentes; Assim distribuídos por sexo: Homens -

191 ;

Mulheres - 219

População existente em 1801

Em 1801, segundo consulta efectuada na Biblioteca Municipal de

55

Vila-Real, já existiam 618 habitantes em 118 edifícios, dos quais,

265 eram do sexo feminino.

Em 1849, existiam 417 habitantes em 140 fogos (edifícios, melhor,

famílias).

População existente em 1530

No Recenseamento de 1530, Santa Eugénia já constava com oito (8) Famílias, ao

passo que Pegarinhos só aparecia com três (3).

Desenvolvimento Económico

O Sector Primário, é o mais importante. Produção de vinho do

porto, moscatel, consumo, vinho Espumoso e Azeite. Tem aprox.

uma área de 600ha com autorização de beneficio; a indústria de

transformação de azeitona, também tem significado. A

«Sociedade Agrícola Quinta de Santa Eugénia», empresa

agrícola, dedicada à produção, transformação e comercio, é a

maior produtora de riqueza, oferta de mão-de-obra e

desenvolvimento técnico. Pela sua capacidade de inovação,

predisposição para a ciência, sucesso e novas práticas adaptadas

ao tradicional, é um caso a ter em conta, um exemplo a seguir, e,

julgo que deveria ser divulgada e apoiada pelas instituições com

responsabilidades governamentais, apresentando-a como

«modelo» de práticas a seguir; Estou convencido de que é com

medidas assim, mostrando e aconselhando o que há de bom, que

esta região se desenvolve. A «Sociedade Agrícola Quinta de

Santa Eugénia», está sedeada no Largo da Fonte, com o Tel..:

259646174.

Casais agrícolas de maior dimensão, e, consequentemente, de maior

utilização de mão-de-obra: Casal «Santos Melo», casal «Malheiro»,

«Casa agrícola», «Reconco», «Herdeiros de Professor Doutor Ernesto

Morais ou Dona Maria da Hora Teixeira de Carvalho».

Desenvolvimento e Turismo

56

O turismo, só está a dar os primeiros passos na região duriense. É

uma certeza o seu sucesso futuro. Este «atraso», teve inconvenientes

e benefícios. Os inconvenientes reflectem-se ao nível da consequente

menor riqueza adquirida, duma menor rede de infra-estruturas

hoteleiras, viárias, de comunicação, etc.

Os benefícios, reflectem-se na «virgindade» das suas terras,

paisagens, costumes, etc. Pode hoje investir-se no turismo de uma

forma mais consciente, sem, como aconteceu em tantos sítios, destruir

tudo à sua volta, desde o ambiente ao ar, desde as paisagens à água.

Contudo, aqui em Stª Eugénia, o turismo, especialmente o Turismo

Rural, é já uma realidade.

Acção Social

A cargo da Associação Cultural e Social, com sede na rua da Veiga,

n.º10. Telefone: 259645261.

Presidente da Direcção – Manuel Carlos Pereira

Sou Co-fundador

Turismo

Café Areias - Largo do Cruzeiro, n.º 20. Telefone: 259645035; Café

Grande Ponto - Rua Central. Telefone: 259646214; Turismo Rural –

Quinta do Reconco: Telefone: 259645311. O admirador e apreciador do

que de melhor tem este lugar paradisíaco, que pretender pernoitar em

Stª Eugénia, apreciar devidamente os seus manjares, saborear as suas

delicias, confraternizar nas suas festas, deixar-se envolver pelos seus

famosos «néctares», conhecer por dentro as suas lendas, mitos e

57

tradições, sentir na alma a força dos seus costumes, pode fazê-lo na

quinta do Reconco, onde o espera um atendimento simples mas

personalizado, podendo usufruir das suas instalações, que comportam

uma suite, cinco quartos, uma sala de refeições, uma sala de estar, uma

sala de bilhar, uma piscina, um court de ténis, aquecimento central e

televisão em todos os quartos. Neste local, podem ser apreciados todos

os pratos típicos e regionais, degustados os petiscos destas paragens,

saboreados os seus bolos, toda a sua rica doçaria, a enorme variedade

do seu «fumeiro». Tudo isto pode ser acompanhado dos melhores

vinhos, vendo directamente quer as vinhas que os produzem, quer o

efectuar dos granjeios, quer, se for época disso, a sua laboração.

Nos cafés referidos anteriormente, pode também apreciar toda a espécie

de bebidas, divertir-se com os tradicionais jogos transmontanosdurienses,

no mais fraterno sadio e alegre convívio.

Desporto, Saúde, Recreio e Lazer

Desporto

Outrora, fruto de uma intensa actividade, com enorme orgulho e

palmarés, encontra-se hoje, porém, sem qualquer actividade, e, diria

mesmo votado ao abandono . Apesar de no corrente ano e já de

algum tempo a esta parte, não haver prática de nenhum desporto em

Santa Eugénia, já existiram no passado algumas modalidades nesta

Freguesia, a saber: Futebol de onze – com o Grupo Desportivo,

Cultural e Recreativo a figurar durante algum tempo na tabela da 2ª

Divisão Regional – Zona Norte. Futebol de 5 – com organização de

vários torneios maioritariamente para os jovens e durante o verão,

com várias participações de algumas equipas em competições

organizadas em Alijó, no Pavilhão Gimnodesportivo, e, por último

Atletismo onde chegaram a existir na Freguesia vários atletas que,

apesar de não pertencerem ou estarem filiados em clube algum,

tiveram várias participações em algumas provas Distritais e Regionais,

58

sem no entanto obterem grandes resultados.

Assim, não havendo nos dias de hoje, nenhum desporto na

Freguesia, existem no entanto os equipamentos que podem

possibilitar a prática de alguns. Esses equipamentos são. UM (1)

campo de futebol pelado mas com os respectivos balneários; um(1)

polidesportivo a céu aberto que foi cedido ao Grupo Desportivo pela

Junta de Freguesia; por fim, a sede desta mesma colectividade –

G.D.C.R.- que apesar de não estar equipada convenientemente para

actividades desportivas, pode por ser bastante ampla aprox.(15*8m)

possibilitar a prática de vários desportos, para além de já possuir

mesas de Ténis de mesa e Bilhares; tem também palco e bar. O

recinto que a envolve, para além de ser muito amplo, comporta um

Polivalente.

Quero acrescentar, que o desporto, principalmente o futebol, era

um factor de enorme orgulho destas gentes. É vê-los, com um

exuberante brilho nos olhos, quanto relatam feitos e resultados de

outrora.

Com que alegria nos narram, que foram Campeões sem derrotas do

I.N.A.T.E.L. distrital. Julgo que o futebol, é um factor de fixação dos

nativos desta aldeia, e, não entendo como foi possível o seu enterro

(não consigo apelida-lo de outro nome).

Eu, José Nogueira dos Reis, fui Co - fundador do «Centro Cultural e

Recreativo» e co-fundador do actual «Grupo Desportivo Cultural e

Recreativo»,Director desportivo atleta, sou natural e residente, sei o

sentir e o sofrer desta gente, pelo «enterro»(não posso apelidá-lo de

outra coisa), do seu (deles e meu)querido e distrainte futebol. Pouco

têm, os residentes desta aldeia, que lhe permita passar com o mínimo

de alegria, os feriados e Domingos. Se não forem à «bola», só se forem

emborrachar-se!!!

Não lhe destruam o pouco que têm, e, não abalem o seu orgulho.

Por favor, dêem-lhe mais, não lhe extorquem o escasso que possuem.

Contribuam para que eles se fixem no local onde nasceram, não

provoquem a sua «Emigração», principalmente, se esta se escrever

com E !!!

Nunca se esqueçam que cada emigrante é uma luz que se

59

apaga na iluminação criadora de riqueza do seu país.

Sou Co-Fundador

Saúde

Nas imediações do Grupo Desportivo, situa-se a Extensão de Saúde.

Telefone: 259646188

Recreio

É bastante intenso, quer praticado neste próprio local, quer procurado

noutras paragens; esta gente trabalhadora, é também votada ao

divertimento e ao «bom viver».

60

Lazer

Sendo as férias uma preciosidade rara, só ao alcance de uns poucos, não

obstante o seu merecimento, é aos «Fins-de semana», que se torna mais

acentuado, procurando essencialmente piscinas e rios, essencialmente

no período de verão.

A caça ocupa-lhe uma boa parte do lazer.

Tradições

José Nogueira dos Reis

"Patinho no Carnaval"

Provérbios, cantares, cultos, lendas, etc. com tradição em todo o

«Douro» e «Trás-os-Montes», têm também aqui forte tradição e

significado. O Carnaval é vivido com bastante intensidade.

Lendas

Por exemplo a lenda de que existe um túmulo nas «Fragas do Vale-Fentoso» e, também,

uma «Víbora Encantada»

Específica de Stª Eugénia – Esta aldeia, tem um «Topónimo», e, uma

«Padroeira», distinta do topónimo, porquê?

Reza a lenda, que o topónimo, deriva do grego:

Santa Eugénia

61

Escrito Em Castelhano porque foi no Bairro de Madrid - onde

aconteceu o onze de Março (11/03/2004)(Santa Eugenia) - que

soube a origem do topónimo. É uma homenagem!!

EUGENIA

62

EugeneioV, eugeneia (eugéneios, eugéneia) es un adjetivo griego del que

derivan los nombres de Eugenio y Eugenia, y significa bien nacido, bien

nacida, de buen linaje, de buena índole, noble. Fue en griego y sigue

siendo en sus traducciones, uno de los mejores elogios que se suelen

hacer de una persona. Con él se expresan las cualidades innatas, las

63

que forman parte de la naturaleza de cada uno, aquellas con las que ha

nacido. El prefijo eu (eu) significa "bien", y geneioV (géneios)

geneia (géneia) significa "engendrado, engendrada"; con lo que el

significado primitivo de este nombre es "bien engendrada". Se utilizó

mucho, no sólo en el griego clásico, sino también en la coiné como

sobrenombre elogioso, designando especialmente la nobleza de

espíritu, y de ahí pasó a convertirse en nombre propio cuya fuerza y

belleza seduce a cuantos conocen su significado.

Santa Eugenia mártir de los primeros tiempos de la Iglesia. Su culto

estuvo muy extendido desde los primeros siglos. La patrística cita el

dístico que desde el siglo IV figuraba en la iglesia de san Avito:

Eugeniae dudum toto celebérrima mundo / fama fuit, dum dat Christi pro

nómine vita. (La fama de Eugenia fue célebre en todo el mundo porque

dio la vida por el nombre de Cristo.) Con ser tan grande su celebridad,

son escasos los datos biográficos que de ella se conservan. Cuenta la

tradición que era Eugenia hija de Felipe, el prefecto de Alejandría que

luego fue obispo de esta ciudad y sufrió el martirio. Cuenta asimismo

que los santos Proto y Jacinto, que también sufrieron martirio, eran

esclavos suyos. Fue ella misma quien les transmitió la fe en Cristo.

También ella sufrió persecución y fue sometida a suplicio y muerte

detrás de sus esclavos.

Las Eugenias celebran su onomástica el 11 de septiembre; pueden

optar también por celebrarla el 3 de enero, en que se conmemora el

martirio de santa Eugenia de África; o el 26 de marzo, conmemoración

del martirio de santa Eugenia de Córdoba (Marmolejo), víctima de la

persecución sarracena el año 923. En cuanto a la forma masculina de

este nombre, ha sido también sumamente apreciada: dieciocho santos,

entre ellos cuatro papas, lo llevaron. Se llamaron también Eugenio un

emperador romano, siete reyes de Escocia y varios príncipes de casas

europeas. Pero nadie como la emperatriz Eugenia dio lustre a este

nombre. Nació en Granada (1826) y murió en Madrid en 1920. Vivió

casi un siglo. Fue emperatriz de los franceses. Su apoyo al proyecto del

canal de Suez fue decisivo.

Es el de Eugenia un nombre lleno de fuerza, que emana de su propio

significado. Los nombres, como creían nuestros antepasados, tienen

cada uno su propia virtud, y actúan como un talismán. El de Eugenia

sabemos en qué dirección actúa: empuja a quienes lo llevan a ser

coherentes con su nombre y a cultivar la nobleza de espíritu, la

magnanimidad, la confianza en las propias fuerzas y toda la virtud que

emana del mismo nombre; fuerza y virtud que han ido incrementando

64

cada una de las grandes mujeres que lo han llevado. Por ello las

Eugenias pueden legítimamente sentirse orgullosas de su nombre y

llevarlo como salvaguarda de la nobleza de espíritu que con él

pregonan. ¡Felicidades!

http://josereis.tripod.com

E a Padroeira, de uma «Lenda»!!??

Diz-se, que «Santa Barbara», Padroeira desta freguesia,

costumava ser, injusta, brutalmente, e, mesmo «brutamente»,

castigada por seu pai; de tal forma que uma certa vez, ele se

dirigiu para a filha, com o determinado propósito de a partir ao

meio com um «machado». Deus, acudindo em defesa de Stª

Barbara, no momento preciso em que o pai de «Barbara», ia a

desferir o mortal golpe, enviou um raio de trovão. «Barbara,

apercebendo-se do acontecido, pediu a Deus que lhe perdoasse.

Então, o raio, apenas desfez o machado em mil pedaços,

poupando o «carrasco». A partir daí, «Barbara», passou a santa,

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e, foi-lhe facultado o poder sobre as trovoadas. Devido a tal

facto, as gentes deste local, entregaram o seu coração a

«Eugénia», dando-lhe o nome da sua morada; a sua protecção, a

«Barbara», que segundo eles, ainda hoje os vigia e protege do

alto do monte com o seu nome (Cabeço de Santa Barbara).

Artesanato

Outrora muito diversificado, hoje praticamente extinto.

Brinquedos, Tradicionais

A «Carroça» e as «Banquinhas».

Festas e ou Romarias

Em honra de Santa Bárbara, sempre na penúltima semana de

Agosto

Natal, Páscoa e santos Populares

Editorial de Santa Eugénia

(Boletim publicado na internete e de actualização Quinzenal)

66

Autor e Proprietário:

José Nogueira dos Reis

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Apêndice Documental

José Nogueira dos Reis - Rua da Barreira, 12 Santa Eugénia 5070-411

Apendice Documental

I

Documento n.º 111 do Liber Feideii (fls. 39-39 v.)

TESTAMENTUM DE GARSIA PROLIS GADIZ ET DE UXORE SUA MAIORINA IN QUINTANELA

ET IN REFONTOIRA IIII.a DE I.º KASAL

Domnis invictissimis ac triumphatoribus sanctisque martiribus luce gloriosa perfusis cuius

basilica fundata esse dinoscitur in urbe Bracara civitate Sancte Marie semper Virginis et

Sancti Salvatoris et Sancti Petri apostoli et aliarum reliquiarum que ibi recondite sunt. Ego

famulus Dei Garsea prolis Gadiz et uxor mea Maiorina per bona pacis et voluntas ut

faceremus Sancte Marie et Petro episcopo Bracarensi discurrente rivulo Corrago in loco

predicto Quintanela quomodo fuit de meo avolo medietate integra et in Refontaria IIII.ª

de uno casale. Damus ipsam hereditatem pro remedio animarum nostrarum et pro nostro

filio qui migravit ab hoc seculo paganus et non potuimos illaur penitentian portare.

Proinde damus eam quod absolvat Dominus nostra peccatum per benedictionem illius

episcopi quia sic dicitur in Evangelio: «Quorum remiseritis peccata remittuntor eis et

quorum retinueritis retenta erunt». Si quis tamen quod fieri non credimus aliquis homo

venerit vel venerimus ad inrumpendum hoc testamentum tan de genere nostro quam de

extraneis in primis sit excomunicatus et a corpore Domini segregatus et cum Iuda

traditore habeat participium im eterna damnatione et insuper pariat ipsam hereditatem

quadruplatam et duo auri talenta. Facta series testamenti die VIIIº Idus Iunii Era M.ª C.ª

XX.ª. Ego Garsea et uxor mea Maiorina hunc seriem testamentum manibus nostris

roboramus.

Eldrebedus archidiaconus conf., Gualtarius archidiaconus conf., Baltarius archidiaconus

conf., Pelagio Eriz, conf., Gundisalvus Petriz conf., Gundisalvus ts., Eiriau ts. Merendo ts.

Ero ts., Petrus episcopus conf.

Tradução

TESTAMENTO DE GARCIA, FILHO DE GADIZ, E DE SUA MULHER MAIORINA EM QUINTELA

E EM REFONTOIRA DA IV.ª PARTE DE UM CASAL.·

Aos Senhores poderosíssimos, gloriosos e santos mártires, aureolados da luz celeste, cuja

basílica se encontra situada na cidade de Braga, cidade de Santa Maria sempre Virgem,

68

de S. Salvador e de S. Pedro Apostolo e de outras relíquias que ai se conservam. Eu,

servo de Deus, Garcia, filho de Gadiz, e a minha mulher Maiorina de mutuo acordo e

voluntariamente fazemos (à igreja de) Santa Maria e a Pedro, bispo de Braga, no referido

lugar de Quintela, perto do rio Corgo, a metade integra, como foi do meu avô, e em

Refontoira uma quarta parte de um casal. Damos essa herdade para bem das nossas

almas e pelo nosso filho que partiu deste mundo por baptizar e não podemos suportar

aquele desgosto. Alem disso damo-la para que o Senhor absolva os nossos pecados com

a benção daquele bispo, porque se diz assim no Evangelho: «Aqueles a quem perdoardes

os pecados serão perdoados e aqueles a quem os retiverdes serão retidos». Se, porem, o

que não acreditamos venha a acontecer, algum homem vier (ou nos viermos) para

desfazer este testamento, tanto da nossa descendência como de estranhos, em primeiro

lugar seja excomungado e com Judas traidor precipitado no inferno, e, depois, pague em

quadruplo essa herdade e dois talentos de ouro. Feito este testamento dia 6 de Junho de

1082. Eu Garcia e minha mulher Maiorina corroboramos com as nossas mãos este

testamento.

Eldebredo, arcediago, confirma; Gualtário, arcediago, conf.; Baltário, arcediago, conf.;

Pelágio Eriz, conf.; Gonçalo Peres, conf.; Gonçalo, teste- munha; Eirigo, test.; Mendo,

test.; Pedro, bispo, confirma.

II

Documento n. ' 122 do Liber Fideiei (fls. 42) e n. ' 600 (fls. 158)

TESTAMENTUM IN PANNONIIS DE GONTRODE NUNIZ COMITISSA ET ILDUARA

MENENDIZ.

Domnis invictissimis ac triumphatoribus sanctisque martiribus luce gloriose perfusus cuius

baselica fundata dinoscitur sedis Bracarensis metropolitana ecclesia. Ego Gontrode

comitissa proliz Nuniz et Ilduara Menen- diz annuit enim mihi voluntas ut pro remedio

anime mee facio testamentum ad illa sede que est misera et orbata et vobis Petro

episcopo et omnibus clericis canonicis ecclesie de hereditate mea propria quam habeo in

territorio Pannonias, villa que vocitant Quintanela subtus monte Celalorios et rivulum

Corrago territorium Bracarense. Obinde ego comitissa donna Gontrote ut de hodie et

tempore sit de iure meo abrasa et in iure de illa sede sit confirmata semper habitura. Ut si

aliquis ex generis mei evenerit tam de propinquis quam extraneis vel exter sit extraneis a

sancta ceta (por cetu) ecclesia et insuper illa hereditate in quadruplo et duo auri talenta

et regi qui illam terram imperaverit suo iudicato et illa sede perpetim habitura. Ego

comitissa donna Gontrote prolis Nunus et Ilduare manu mea confirmo. Et illa hereditat per

suos terminos et locos antiquos cum omni sua prestantia ubi eam potueritis invenire et

ganavi eam cum viro meo comite domno Velasco. Aditio etiam hic uno frontal grecisco de

VIII.º cubitos in longo et sicut illa ecclesia in amplo et uno fagazario nomine Galindo et

illum passionarium, ipsum mihi bene complacuit et ipsa professione feci ea in monasterio

Argintin in mea salute et sana mente ablata ubi fuerunt multi filii bonorum hominum.

Facta series testamenti Era M.ª C.ª XX.ª VI.' manu mea roboro.

Qui pesentes fuerunt: Aloitus abba ts., Mitus ts.; Frogia ts., Petrus ts., Argelo., Eldrebedo

69

archidiacono, Menendos Brandilaz conf,b Galindus archidiaconus conf., Baltarius

archidiaconus, Menendus Mennendiz conf., Pelagius Arias conf., Petrus episcopus

confirmo.

Tradução

TESTAMENTO EM PANOIAS DE GONTRODE NUNES, CONDESSA, E ILDUARA MENDES.

Aos Senhores poderosíssimos, gloriosos e santos mártires, aureolados de luz celeste, cuja

basilica se encontra situada na igreja metropolitama e sé Bracarense. Eu a condessa

Gontrode, filha de Nuno, e Ilduara Mendes decidi por minha vontade, para remédio da

minha alma, fazer testamento aquela se que e pobre, e a vós Pedro, bispo, e a todos os

cónegos dessa igreja, da minha herdade que possuo no território de Panoias, a «vila»

(unidade agraria) conhecida por Quintela, por baixo do monte de Sirarelhos e perto do rio

Corgo, território de Braga. Por isso, eu a condessa D. Gontrode seja privada desde já e

para sempre do meu direito e nele seja confirmada perpetuamente aquela sé. Que se

alguém da minha descendência, tanto dos próximos como dos afastados, ou estrangeiro

que seja estranho a esta santa igreja, vier (desfazer este testamento pague) no

quadruplo aquela herdade e dois talentos de ouro e ao rei que naquela terra mandar o

seu julgamento, e que aquela a mantenha perpetuamente. Eu condessa D. Gontrode,

filha de Nuno, e Ilduara com minha mão confirmo. E aquela herdade com seus termos e

lugares antigos, com a sua prestança onde a puderdes encontrar, e que eu ganhei com

meu marido o conde D. Vasco. Junto também aqui um frontal grecisco de oito côvados de

comprido e ainda aquela igreja no amplo e único fangazário de nome Galindo, e aquele

livro passionário (livro da Paixão de Cristo ou dos sofrimentos dos martires);

Estiveram presentes: Aloito, abade, testemunha; Frógia, test.; Pedro, test.; Argelo, test.;

Eldebredo, arcediago, Mendo Boadilaz confirma; Galindo, arcediago, conf.; Baltário,

arcebispo, Mendo Mendes, conf.; Pelágio Arias, conf.; Pedro, bispo, confirma.

III

Extracto das Inquirições de D. Afonso III 1258 (fls. 258?)

PARROCHIA SANCTE MARIE DE FEYRA DE CONSTANTI

Incipit Parrochia Sancta Maria de Feyra de Constanti.

Donus Vivas tabelion de Panonijs, Juratus et interrogatus dixit... Et audivit dicere

hominibus qui sciebant quod turris que stat in quintella compezada (?) et unam peciam

de ipsis casis et de ipsa quintana contra fundum que stant in Regalengum. Et ita audivit

quod campum quod Jacet sub ipsa quintana quod fecit Regis. Et modo habent totum istud

Regalengum filij donni et nepoti Elvira Velasquiz et Ordo hospital et non faciunt inde

forum Regi.

Tradução

Em portugues arcaico

70

EXTRACTO DAS INQUIRICOES DE D. AFONSO III, 1258

Julgado de Panoyas

F.ª iij.ª xviij.ª dias de Setembro.

Freguisia de Sancta Maria da Feira de Constantim.

D. Vivas Tabelion de Panoijas jurado e perguntado disse que (...) oijiu dizer a omes que

sabiã que a torre que esta compeçada en Quinteela e j.ª peça dessas casas e dessa

quintaã contra fondo que esta en regeego e assi oijiu dizer que o campo que iaz so essa

quintaã que foi regeego...

Gonçalo Mendes de Jales moordomo jurado e perguntado disse que (...) oijiu dizer a

homees que sabia que avia j.º leira de regeego no conchouso que ias apar de a torre de

Quintela e ora tena Pero Botelho e não faz ende foro a a El Rej…

Em português actual

Julgado de Panoias.

Feita de três a dezoito de Setembro.

Freguesia de Santa Maria da Feira de Constantim.

D. Vivas, Tabelião de Panoias, jurado e perguntado disse que (...) ouviu dizer a homens

que sabiam que a torre que esta começada em Quintela e uma peça dessas casas e dessa

quinta, para baixo, está (ou é) reguengo e tambem ouviu dizer que o campo que se situa

por baixo dessa quinta foi reguengo. E agora tem todo este reguengo os filhos e netos de

D. Elvira Vasques e a Ordem do Hospital e não pagam daí foro ao Rei.

Gonçalo Mendes de Jales, Mordomo, jurado e perguntado disse que ouviu dizer a homens

que sabiam que havia um leira de reguengo no tapado que se situa a par da torre de

Quintela e agora tem-na Pero Botelho que não paga dai foro a El-Rei.

IV

LEITURA DA MEMÓRIA DESCRITIVA DO TOMBO

-Um Torre forte e bem construída de cantaria, a qual e quadrada e tem de nascente a

poente nove varas e de norte a sul sete e meia.

- Cinquenta e duas fiadas ate onde tem as ameias, e toda tem a volta ameias; tem em

cada um dos quatro cantos sua guarita e varandas e tem mais a dita Torre quatro

janelas, cada uma em sua face, com varandas de pedra saída para fora. Não se pode

medir a altura dela por não ter sobrado nem se poder subir a ela. A vista por dentro

mostrava ser antigamente de três sobrados (pavimentos), porquanto tem gatos de pedra

metidos na parede para isso; tem mais a dita Torre quatro friestas por baixo das ditas

janelas; tem uma porta de arco a entrada, a qual antigamente tinha uma escada de

pedra por que se subia. E disse Pedro Carvalho que, quando comprara as propriedade

desta quinta de Quintela a Gaspar de Seixas de Afonseca, já era desfeita a dita escada,

por Gaspar de Seixas a desfazer e se aproveitar da dita pedra. Esta Torre é cabeça de

morgadio e como tal pertence in solidum e livre a D. Francisco de Portugal, possuidor do

dito morgadio, e dos mais que lhe sucederem, como vai declarado atrás no auto de

71

reconhecimento. E do mesmo modo e também livre in solidum do dito Conde a Capela da

invocação de Santa Maria Madalena, que tem de comprido de nascente a poente cinco

varas e de largo de norte a sul quatro varas. Esta dita capela, dentro da dita quinta, tem

uma sala para dentro para a parte do sul. Também um terreiro em frente da capela que

fica entre a capela e a Torre e tem de comprido de nascente a poente vinte e cinco varas

e de largo de norte a sul doze varas; parte do nascente com o caminho que vai para a

povoação de Quintela e do poente com outro caminho e do sul com o portal antigo da

mesma quinta.

REZAS E MEZINHAS

DA

MEDICINA POPULAR

REZA E BENZEDURA

Para o côxo

Sintomas: bolhas de água, dores e prurido.

A benzedeira começa benzendo-se, depois oferece a reza a Nossa

Senhora das Dores. Em seguida reza o Pai-nosso e Avé Maria.

Enquanto reza benze com alho nove vezes o corpo da pessoa com o

côxo.

Isto repete-se nove dias seguidos, mas ao fim de três dias já se

deve notar as melhoras.

Para que surta o efeito é necessário acreditar (Ter fé)

BENZEDURA E REZA

Para a esípula

(nome cientifico: erisipela)

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Sintomas: infecção da pele da cara e do corpo. Doença provocada

pelo calor, originando graves dores musculares.

A benzedeira começa benzendo-se, depois benze em cruz as chagas

com carqueja e azeite virgem, dizendo: Pedro Paulo foi a Roma,

Jesus encontrou. Jesus Cristo lhe perguntou: - Onde vais Pedro

Paulo? – Vou a Roma cortar a esípula e espinhela que muita gente

morre dela. – Volta atrás Pedro Paulo, que essa esípula será curada

com carqueja do monte e azeite do lago (virgem).

Por Deus e pela Virgem Maria a esípula será curada, um Pai-nosso e

uma Avé Maria.

Repete-se esta reza durante nove dias seguidos.

BENZEDURA PARA O VENTRE CAÍDO

Nos bebés

Sintomas: vómitos constantes

A benzedeira coloca o bebé sobre as suas pernas, com a cabeça para

baixo e de peito virado para cima. Ao dizer a ladainha vai benzendo

em cruz o ventre do bebé nove vezes.

Ladainha: homem bom me deu pousada, mulher má cama de fentos

e manta molhada, ergue-te ventre se Deus te mandar.

No final dá-se três sapatadas nas plantas dos pés do bebé e sacodese

pegando nos pés com a cabeça para baixo.

Repete-se esta reza durante três, cinco ou nove dias seguidos.

BENZEDURA PARA A ESPINHELA CAÍDA

é nos adultos o ventre caído

A ladainha é a mesma da reza anterior mas o processo é o seguinte:

o adulto está de pé, traça os braços, a benzedeira sacode-o,

rezando.

No final deita-se o paciente na cama para o corpo descansar.

Repete-se três, cinco ou nove dias seguidos.

73

BENZEDURA DO “AR”

Sintomas: dor de cabeça, vómitos e má disposição.

A benzedeira põe numa pá ramos bentos, semente de nabiça, café

moído, nove areias de sal, nove grãos de chumbo e nove brasas.

Quando tudo estiver a arder deita um fio de azeite nos ramos

bentos. Aqui se a pessoa em questão tiver realmente “ar” então a

chama apaga-se. Senão a chama continua a arder.

Ladainha:... Nome da pessoa... Deus te fez, Deus te criou, Deus te

tire o mal que no teu corpo entrou. A virgem Nossa Senhora

defumou o seu amado Filho no romeiro para cheirar. Eu defumo-te a

ti para melhorares. Um “ar” te deu, três to tiraram, São Pedro, São

Paulo e São João. Em honra e em louvor do Sº Sacramento que te

saia o mal para fora e que te entre o bem para dentro. Arde vivo

arde morto, arde excomungado sai deste corpo. Onde eu puser a

minha mão, Deus ponha a sua santa bênção. Reza um Pai-nosso e

uma Avé Maria. A pessoa em questão baixa a cabeça e a benzedeira

benze-a em cruz com a pá. Espalha-se o sal em cruz pela casa. Se

for bebé passa-se este por cima dos fumos em cruz. Repete-se três,

cinco ou nove dias seguidos.

REZA E BENZEDURA

Para cortar as lombrigas

Sintomas: o nariz fica húmido e ratado, grandes dores de

barriga.

A benzedeira prepara azeite num prato e benze a barriga da

pessoa com as lombrigas em cruz com o azeite nos dedos. a planta

dos pés com azeite e alho. Depois pega numa faca e fazendo cruzes

diz: - bichas talho, bichas corto, bichas disparato, assim como Deus

repartiu o pão aos bocados eu vos talho a vós. Em honra e louvor de

Nosso Senhor vós sereis todas destruídas. Um Pai-nosso e uma Avé

Maria. Esfrega os pulsos, a barriga e

REZA E BENZEDURA

Para o pé arralado (pé torcido)

Sintomas: pé inchado e dorido.

A pessoa que faz esta benzedura é original, na medida em que só a pode fazer

74

tendo duas crianças de um ventre só. Embora só um pé esteja arralado têm que

ser passados os dois, mas um de cada vez, nove vezes na mesma altura.

Ladainha: a benzedeira pergunta à pessoa com o pé arralado: - Porque arralaste?

A pessoa responde: - Porque semeaste. A benzedeira diz: conforme eu curei da

minha paridura assim tu cures da tua raladura.

Em louvor da Virgem Maria um Pai-nosso e uma Avé Maria, e reza-se.

Durante nove dias repete-se esta ladainha.

Autor: José Nogueira dos Reis

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